Ilhas de Calor
O ser humano altera o meio ambiente para suprir suas necessidades básicas de moradia e alimentação, e também para obter melhor qualidade de vida. Através do desenvolvimento da tecnologia, as sociedades humanas alteraram as paisagens naturais, de algumas regiões do planeta, transformando-as em cidades, os melhores exemplos de paisagens geográficas, ou culturais.
As cidades ocasionam o fenômeno Ilhas de Calor, o aumento da temperatura em dias de sol, devido à utilização de materiais que absorvem o calor com maior intensidade, como o asfalto das ruas e avenidas, o concreto das calçadas e paredes de casas, o ferro das pontes e gradeamentos dos equipamentos urbanos, e o vidro presente em abundância nos prédios .
A Ilha de Calor também colabora para aumentar os índices de poluição nas zonas centrais das áreas urbanas. A Ilha de Calor é uma das mais evidentes consequências da ação do homem sobre o microclima de uma região. Em comparação com as áreas rurais, as temperaturas médias das cidades são mais elevadas. As variações térmicas, entre elas, pode chegar até a 7°C e ocorrem basicamente por causa das diferenças de irradiação de calor entre as áreas urbanizadas e as áreas verdes, e também por causa da concentração maior de poluentes (que bloqueiam a irradiação de calor da superfície) nas zonas centrais das grandes cidades. Citando como exemplo, a expansão da área urbana da cidade de São Paulo provocou um aumento de 1,3 ° C da temperatura média anual : 17,7 °C em 1920 para 19°C em 1995.
A substituição da vegetação por grande quantidade de casas e prédios, viadutos, ruas e calçadas pavimentadas faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a atmosfera, em comparação com as zonas rurais, onde em geral, é maior a cobertura vegetal. Além disso, nas zonas centrais dos grandes centros urbanos é muito maior a concentração de gases e de materiais particulados lançados pelas descargas dos veículos. Esses materiais são responsáveis por um efeito estufa localizado, que colabora para aumentar a retenção de calor. A isso se soma o calor desprendido pelos próprios motores dos milhares de veículos, ou mesmo milhões, dependendo da cidade, acentuando o fenômeno das Ilhas de Calor.
Deve-se salientar, no entanto, que uma cidade pode ter vários picos de temperatura espalhados pela mancha urbana, caracterizando várias ilhas de calor. Uma região fortemente edificada e industrializada, como o eixo da Avenida Marginal Tietê, em São Paulo, apresenta picos de temperatura mais elevados do que da região da Avenida Marginal Pinheiros, ao longo da qual há bairros residenciais, como o Alto de Pinheiros e Morumbi, ainda com grandes áreas verdes.
A formação de Ilhas de Calor facilita a ascensão do ar, formando uma zona de baixa pressão . Isso faz com que os ventos soprem , pelo menos durante o dia, para essa área central, trazendo, muitas vezes, maiores quantidades de poluentes. Sobre a área central da zona urbana forma-se uma " cúpula " de ar muito poluído. No caso de São Paulo e de qualquer outra grande cidade com elevados índices de poluição, os ventos que sopram de zonas industriais periféricas, como as cidades do ABC, Osasco e Guarulhos por exemplo, rumo às zonas centrais da metrópole concentram ainda maiores quantidades de poluentes. Quando se está chegando à cidade vindo de municípios mais distantes, pode-se ver nitidamente uma "cúpula" acinzentada recobrindo-a.
Fonte: Livro GEOGRAFIA, João Carlos Moreira ; Eustáquio de Sene; ensino médio , Editora Scipione, 1ª dição, 2009 .
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