Brasil : México: Argentina : Países Emergentes
" Os países emergentes
Os emergentes são países que se localizam na periferia do capitalismo, mas são cada vez mais interessantes para o capital globalizado graças a seu parque industrial, ao seu mercado consumidor, ou, ainda, por apresentarem possibilidade de produção para exportação, já que oferecem vantagens competitivas -baixos salários, impostos reduzidos, câmbio desvalorizado, etc. - que ampliam a margem de lucro das empresas estratégias que neles se instalam. Até os anos de 1980 eram conhecidos como Países Recentemente Industrializados ou NICs (sigla em inglês, de Newly Industrialized Countries). Compõem esse grupo : Brasil, México, Argentina, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, Hong Kong (Região Administrativa Especial da China), África do Sul e Índia,para citar apenas os mais importantes. Ás vezes, a China e também a Rússia são considerados países emergentes, lembrando que a China por ter a maior população do planeta e por ser uma potência e a Rússia por ser herdeira de uma superpotência , a União Soviética . É natural a existência de grandes diferenças entre os países emergentes, principalmente quanto ao processo de industrialização, ao nível econômico e tecnológico e à realidade social. Considerando as linhas gerais de seu processo de industrialização, poderíamos dividir esses países em dois grupos distintos : os que implantaram um modelo econômico voltado inicialmente para o mercado interno, com uma industrialização substitutiva das importações, e os que se voltaram para a conquista de mercados no exterior, convertendo-se em verdadeiras plataformas de exportação.
Brasil, México e Argentina
Os emergentes são países que se localizam na periferia do capitalismo, mas são cada vez mais interessantes para o capital globalizado graças a seu parque industrial, ao seu mercado consumidor, ou, ainda, por apresentarem possibilidade de produção para exportação, já que oferecem vantagens competitivas -baixos salários, impostos reduzidos, câmbio desvalorizado, etc. - que ampliam a margem de lucro das empresas estratégias que neles se instalam. Até os anos de 1980 eram conhecidos como Países Recentemente Industrializados ou NICs (sigla em inglês, de Newly Industrialized Countries). Compõem esse grupo : Brasil, México, Argentina, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, Hong Kong (Região Administrativa Especial da China), África do Sul e Índia,para citar apenas os mais importantes. Ás vezes, a China e também a Rússia são considerados países emergentes, lembrando que a China por ter a maior população do planeta e por ser uma potência e a Rússia por ser herdeira de uma superpotência , a União Soviética . É natural a existência de grandes diferenças entre os países emergentes, principalmente quanto ao processo de industrialização, ao nível econômico e tecnológico e à realidade social. Considerando as linhas gerais de seu processo de industrialização, poderíamos dividir esses países em dois grupos distintos : os que implantaram um modelo econômico voltado inicialmente para o mercado interno, com uma industrialização substitutiva das importações, e os que se voltaram para a conquista de mercados no exterior, convertendo-se em verdadeiras plataformas de exportação.
Brasil, México e Argentina
Independentes desde o início do século XIX, o Brasil, o México e a Argentina, iniciaram o seu processo de industrialização após a Primeira Guerra Mundial, intensificando-o na década de 1930. A crise de 1929 e a depressão que se seguiu fizeram com que os países industriais passassem a comprar menos os produtos primários, como café, exportados pelos países pobres. Estes tiveram seus ganhos drasticamente reduzidos, o que também lhes dificultou importar uma série de produtos industrializados. Por outro lado, tal dificuldade em importar acelerou seu processo de industrialização, voltado a substituir as importações. Essa industrialização, de forma ainda tímida, já tinha se iniciado no final do século XIX com a implantação de fábricas que produziam bens de consumo não-duráveis e semiduráveis, os quais até então eram quase todos importados da Europa, como roupas, calçados e utensílios domésticos.
A esse fator econômico estrutural do capitalismo soma-se um importante fator político. Nesses países ocorreram revoluções burguesas, as quais, mesmo não tendo tido a profundidade e a abrangência das revoluções que ocorreram na Inglaterra, na França ou mesmo nos Estados Unidos, fizeram surgir, e com o tempo se consolidar, uma burguesia industrial interessada na formação de um mercado interno.
Algumas das primeiras fábricas pertenciam à aristocracia latifundiária, que tinha acumulado capitais com exportação de produtos agropecuários e minerais e passou a investi-los na indústria, no comércio e no sistema financeiro. Os estancieiros (fazendeiros) argentinos ganharam muito dinheiro exportando carne e trigo; no Brasil , a elite rica era constituída pelos barões do café, e , no México, pelos proprietários das haciendas (fazendas). Essa foi, no entanto, uma modernização conservadora : parte da aristocracia latifundiária gradativamente se transformou em burguesia industrial e financeira, ou seja, passou a investir uma fração dos lucros agrícolas na indústria e no sistema financeiro. Isso explica o porquê de os latifúndios, muitos deles improdutivos, continuarem existindo mesmo com o desenvolvimento do processo de industrialização. A inexistência de uma efetiva reforma agrária, como aconteceu nos países desenvolvidos enquanto se industrializavam , é um dos fatores que explicam a urbanização acelerada e desordenada, a acentuada desigualdade social e a consequente fraqueza do mercado interno, particularmente no Brasil.
Outro agente importante no início da industrialização foi o Estado, que passou a investir em indústrias de base e em infra-estrutura: ferrovias, rodovias, portos, energia elétrica, etc. Após a Segunda Guerra Mundial, esse modelo deu sinais de fragilidade, pela carência de maiores volumes de capitais que permitissem dar continuidade ao processo, pela inexistência de ramos industriais importantes, como a indústria de bens de capital, e pela limitação tecnológica. Entretanto, foi justamente nesse momento que teve início a entrada cada vez maior de capitais estrangeiros através das multinacionais que estavam se expandindo pelo mundo em busca de novos mercados. As filiais de empresas estrangeiras viabilizaram a expansão de novos setores industriais nesses países: automobilístico, químico-farmacêutico, eletroeletrônico, de máquinas e equipamentos, etc. Também nos setores tradicionais entraram poderosas indústrias alimentícias e têxteis, juntando-se às nacionais já existentes e, em muitos casos, incorporando-as . Assim, houve um grande avanço no processo de industrialização desses países, o qual passou a assentar no tripé de capital estatal nacional e multinacional. Esse modelo vigorou também em outros países latino-americanos, como o Chile, a Venezuela e a Colômbia.
Como resultado, a indústria tornou-se muito importante na economia desses países . Em 2001, contribuía com 34%, 27% e 27% dos respectivos PIBs do Brasil, do México e da Argentina. Os mais importantes complexos industriais estão concentrados principalmente no triângulo São Paulo - Rio de Janeiro - Belo Horizonte, no Brasil; no eixo Buenos Aires - Rosário, na Argentina; e no eixo Cidade do México-Guadalajara, além de Monterey, no México.
O modelo de substituição de importações incentivou a produção interna de bens de consumo, que deixaram de ser comprados no exterior. Ao mesmo tempo, essa produção requeria a importação de outros bens, como máquinas, equipamentos e certas matérias-primas . Além disso, o processo de industrialização exigia a implantação de uma infra-estrutura de transportes, energia, telecomunicações, etc. O problema é que esse modelo de industrialização por multinacionais , ou por meio de empréstimos contraídos pelo governo e por empresas privadas nacionais, e tais empréstimos provocaram uma grande elevação da dívida externa.
Os capitais eram fartos no mercado internacional, sobretudo nos anos 1970, quando os bancos dos países desenvolvidos estavam reciclando os petrodólares , ou seja, emprestando vultosos recursos depositados por empresários, principalmente do Oriente Médio, os quais ganharam muito dinheiro com a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional. No entanto, no início dos anos 1980, houve escassez de dinheiro para ser emprestado aos países subdesenvolvidos devido à elevação das taxas de juros no mercado norte-americano, que passou a atrair a maior parte dos recursos . Com isso o modelo entrou em crise.
Os capitais eram fartos no mercado internacional, sobretudo nos anos 1970, quando os bancos dos países desenvolvidos estavam reciclando os petrodólares , ou seja, emprestando vultosos recursos depositados por empresários, principalmente do Oriente Médio, os quais ganharam muito dinheiro com a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional. No entanto, no início dos anos 1980, houve escassez de dinheiro para ser emprestado aos países subdesenvolvidos devido à elevação das taxas de juros no mercado norte-americano, que passou a atrair a maior parte dos recursos . Com isso o modelo entrou em crise.
Esse modelo provocou forte concentração de renda sobretudo no Brasil e no México , porque se assentava em baixos salários pagos aos trabalhadores e em altos subsídios concedidos aos empresários, o que limitou a expansão do mercado interno e , como consequencia, inibiu o próprio processo de industrialização. Paradoxalmente, o modelo que visava substituir importações, ou seja, ter autonomia para suprir o mercado interno, acabou limitando esse mesmo mercado.
Na década de 1980 esses países acabaram tendo de fazer um esforço exportador com o objetivo de obter divisas para o pagamento dos juros da sua crescente dívida externa . Na década de 1990 pressionados pelo ajuste neoliberal, tiveram que escancarar seu mercado interno às importações gerando déficits comerciais.
Na década de 1980 esses países acabaram tendo de fazer um esforço exportador com o objetivo de obter divisas para o pagamento dos juros da sua crescente dívida externa . Na década de 1990 pressionados pelo ajuste neoliberal, tiveram que escancarar seu mercado interno às importações gerando déficits comerciais.
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Fonte: MOREIRA, João Carlos ; SENE, Eustáquio. Geografia Ensino Médio, Volume Único. 1ª edição. Editora Scipione.São Paulo : 2010 .
Geografia Newton Almeida
Geografia Newton Almeida
1 Comentários:
Excelente material. Usarei para meus alunos do Ensino Médio devidamente referenciado.
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