O UNIVERSO Astronomia
" Para ouvir, ver e entender estrelas
A mais antiga das ciências, astronomia é também a ciência do futuro
João Steiner, especial para a Folha de S. Paulo (27/02/2004)
Os antigos chineses e egípcios já sabiam calcular a ocorrência de eclipses. Os gregos calculavam as órbitas dos planetas com razoável precisam.
Galileu Galilei (1564 - 1642) avançou a arte e a ciência de observar os astros ao construir a primeira luneta, predecessora dos telescópios. Com esse instrumento simples e engenhoso, ele descobriu que Júpiter tem luas. Não parou nisso. Apontou a luneta para o Sol e viu que o astro-rei tem manchas, nunca antes suspeitadas. Ao observar a Via Láctea com esse pequeno instrumento, viu que ela é composta de um número espantoso de estrelas.
Foram tempos gloriosos, em que poucos pesquisadores provocaram revoluções expressivas.
Johannes Kepler (1571 - 1630) descobriu as leis dos movimentos das órbitas dos planetas. Isaac Newton (1642 - 1727) forneceu novos avanços tecnológicos, ao mostrar que espelhos podiam ser polidos de forma a focalizar a luz. Sem essa tecnologia os modernos telescópios não poderiam existir.
No século XIX, a ciência astronômica avançou na observação e na catalogação de estrelas, nebulosas e cometas sem que se tivesse clareza sobre sua natureza. Essa natureza se revelou só na primeira metade do século XX, quando se descobriu que o Sol é uma estrela típica entre 100 bilhões de outras, que giram em torno de um centro comum, formando uma estrutura que denominamos galáxia, a nossa Via Láctea, visível a olho nu.
Logo depois, Edwin Hubble (1889 - 1953) mostrou que há muitas galáxias que se afastam umas das outras, o que é conhecido como a expansão do Universo. Essa descoberta deu origem à teoria do Big Bang, segundo a qual o Universo se iniciou com uma explosão há cerca de 14 bilhões de anos. Em 1965, a descoberta da radiação de fundo em microondas, comprovaria, com grande detalhe e precisão, não só que o Big Bang existiu mas que ele ocorreu de forma inflacionária, o que quer dizer que, nas primeiras frações de segundo, houve uma expansão extraordinária. Por isso existem as galáxias e seus aglomerados.
Em 1998 descobriu-se que o Universo está em expansão, mas ao contrário do que se imaginava, essa expansão está em aceleração. É uma comprovação de que a maior parte da energia do Universo está sob a forma de uma misteriosa energia de repulsão, que faz com que as galáxias tendam a se afastar uma das outras.
O mais espantoso é que todos os objetos e toda a matéria que conhecemos no Universo - os cerca de 100 bilhões de galáxias, cada uma com 100 bilhões de estrelas - são a ponta do iceberg. Tudo somado forma somente 4,6% da massa do Universo. Os 95,4% restantes, não temos a mais vaga idéia do que sejam. Isso sugere que a astronomia, a mais antiga das ciências, seja também a ciência do futuro.
De onde viemos ? Onde estamos ? Para onde vamos ?
São questões fundamentais que a astronomia procura responder. A humanidade sempre se fez essas perguntas e sempre encontrou respostas, ora de natureza filosófica, ora religiosa. Os avanços da astrofísica permitem obter respostas com base em métodos e rigor científicos.
O Universo surgiu há cerca de 14 bilhões de anos com uma grande explosão : o Big Bang. Nas primeiras frações de segundo, criaram-se as grandes estruturas, que dariam lugar às galáxias e aos aglomerados de galáxias; no primeiro segundo, já existiam as partículas elementares; nos três primeiros minutos, formaram-se os núcleos que dariam origem aos átomos. As primeiras galáxias, as primeiras estrelas e os primeiros planetas só surgiram quando o Universo tinha 1 bilhão de anos.
Vivemos numa ilha. Nela, há 100 bilhões de estrelas, entre as quais o Sol. Todas essas estrelas giram em torno de um centro comum, um buraco negro com uma massa muito grande (cerca de 3 milhões de vezes a massa do Sol). A essa ilha chamamos de galáxia. A luz leva 90 mil anos para atravessá-la de uma ponta a outra. Como a nossa, há 100 bilhões de outras galáxias no Universo. Nossa galáxia surgiu há 13 bilhões de anos.
O Sol é uma estrela comum. Como o Sol, existem cerca de 100 bilhões de estrelas em cada uma das galáxias que podemos estudar. A fonte de energia que faz todas essas estrelas brilharem é nuclear : no centro das estrelas, onde a densidade e a temperatura são mais elevadas (20 bilhões de graus centígrados), os átomos de hidrogênio se fundem para formar átomos de hélio e também átomos de elementos químicos mais pesados. Isso libera uma energia gigantesca. Ao explodirem, as estrelas jogam no espaço restos, que enriquecidos de novos elementos químicos, dão origem a novas gerações de estrelas. O Sol e o sistema solar têm cerca de 5 bilhões de anos.
O sistema solar tem nove planetas ( * a partir de 2006, Plutão não é mais classificado como planeta, portanto, atualmente são oito planetas no sistema solar - nota do Newton Almeida) . Para ver belas imagens desses corpos celestes, acesse http://pds.jpl.nasa.gov/planets, da NASA. Não se sabe ao certo quantos planetas existem no Universo. É difícil observá-los : eles não têm luz própria
e são ofuscados pelo brilho de uma estrela próxima. Técnicas recentes, porém, permitem que certos planetas sejam detectados. Com isso, já foram descobertos mais de 100 deles. É provável que existam cerca de 500 bilhões de planetas somente na nossa galáxia.
E os elementos químicos como se formaram ?
O hidrogênio e o hélio se formaram nos primeiros minutos do Universo. Todos os outros elementos mais pesados, como carbono, oxigênio, etc. , essenciais para a vida como a conhecemos, foram criados nos núcleos das estrelas e, depois, expelidos para o espaço. Somos filhos das estrelas e netos do Big Bang. Não sabemos como a vida surgiu na Terra nem se existe vida em outros planetas. Algumas teorias sugerem que a vida se iniciou em outros sistemas planetários e que sementes dela foram trazidas para a Terra por grãos de poeira. Outras sugerem que a vida surgiu nos oceanos terrestres.
Mesmo que apenas uma fração de planetas seja semelhante à Terra, o número de planetas em todo o Universo que possuem condições de abrigar vida dever ser muito grande. Também é provável que, caso existam, as formas de vida extraterrestres sejam muito menos ou muito mais avançadas que a do Homo sapiens ; esse é um estágio muito efêmero na evolução. Mas não há evidência científica de que outras civilizações tenham visitado a Terra. "
(Texto adaptado)
Fonte : ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. GEOGRAFIA - série novo ensino médio. Editora moderna. 3ª edição . São Paulo : 2008 .
GEOGRAFIA Newton Almeida
GEOGRAFIA Newton Almeida
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