Prova de Geografia com Resposta - África - Causas dos Conflitos na África - Descolonização da África
Prova de Geografia : África - atenção essa é uma prova discursiva, portanto escreva tudo o que você sabe, não economize nas respostas. Abaixo de cada questão você terá a resposta . Boa sorte e qualquer dúvida pode deixar um comentário ao Professor Newton que ele será respondido em comentário também . Então, vamos à nossa prova :
1ª Questão : A África é o mais pobre de todos os continentes do mundo e isso reflete nas condições sociais e econômicas em que vivem seus habitantes. Descreva o cenário social da África, citando indicadores socioeconômicos.
RESPOSTA : Desde o século XV o continente africano foi integrado ao sistema internacional de comércio e colonização, uma integração dolorosa imposta pela força . A África foi explorada para o crescimento da civilização capitalista, que manchou a história da civilização humana com a venda e o tráfico de escravos.
A África é um continente assolado pela miséria, por doenças e pela fome. Para muitos pode ser surpresa saber que a África é um continente com muitas riquezas naturais, como metais e minerais valiosos, água, biodiversidade e o petróleo, mas o passado de exploração colonial, a principal razão para os conflitos étnicos na África, condenou o povo africano a subordinar-se aos países desenvolvidos, condenou a África a depender dos seus antigos colonizadores.
Observando o melhor indicador para medir o desenvolvimento de populações dos diversos países do mundo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, que pesquisa o nível de educação, saúde e renda per capita de quase todos os países do mundo) notamos que entre os 50 países com piores , ou menores, IDHs estão cerca de 39 países africanos, correspondendo a algo em torno de 78 % do total. Além disso, o continente africano, entre todos os outros do mundo (Europa, América, Ásia e Oceania - não consideramos a Antártida por ser o único continente não regularmente habitado do planeta, e portanto não possui um único país sequer) é aquele que apresenta a menor quantidade de escolas e hospitais em relação ao número de habitantes, além das maiores taxas de analfabetismo e subnutrição.
Na África ocorre a fome crônica em diversas regiões, no ano de 2002, por exemplo, às vésperas da Rio + 10 (Conferência sobre o Meio Ambiente), a ONU alertava que cerca de 13 milhões de pessoas, ao sul da África, corriam o risco de morrer de fome. Em 2005, os países da África tiveram de importar um terço dos cereais de que necessitavam, e mais de 40% da população, porém, não tinha condições de comprá-los.
(Achou a resposta longa ? Não tenha preguiça ! A leitura é a fonte do saber ! Leia , leia leia ! Depois pesquise outras fontes para certificar-se da qualidade de cada autor. Respire fundo e prepare-se que a próxima também não é tão pequena assim).
2ª Questão : Na África são vários os conflitos étnicos e guerras civis, cite alguns desses trágicos episódios .
RESPOSTA :
Serra Leoa se tornou independente em 1961 e entrou em guerra civil entre 1991 e 2002. A revolta promovida pela Frente Revolucionária Unida, tinha por objetivo o controle do comércio de diamantes. A marca registrada da FRU incluía exércitos de crianças-soldado e o controle pelo terror (foto abaixo da capital Freetown, do país Serra Leoa, 1998).
Na foto abaixo, a vista de uma área destruída pela guerra, em Kinshasa (capital da República Democrática do Congo, 1997). A República Democrática do Congo é um país da África com muitas riquezas minerais, como o petróleo, metais preciosos e diamantes. Possui 50% das florestas do continente africano. Desde a sua independência, em 1960, está mergulhado em conflitos internos . A partir de meados de 1990 a situação se agravou com a participação de Ruanda e Uganda em conflitos que surgiram com a guerra civil de Ruanda .
Ruanda e Burundi tornaram-se países independentes em 1962. A principal fonte de conflitos é a disputa pelo poder, que teve início nessa época com a rivalidade étnica entre hutus e tutsis. A minoria tutsi foi massacrada em 1994. Cerca de 800 mil ruandeses foram assassinados em um mês e meio. Foi um dos piores atos de genocídio que o mundo já viu (foto abaixo - campo de refugiados ruandeses em Goma , na República Democrática do Congo, que na época, 1994, se chamava Zaire).
Observando o melhor indicador para medir o desenvolvimento de populações dos diversos países do mundo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, que pesquisa o nível de educação, saúde e renda per capita de quase todos os países do mundo) notamos que entre os 50 países com piores , ou menores, IDHs estão cerca de 39 países africanos, correspondendo a algo em torno de 78 % do total. Além disso, o continente africano, entre todos os outros do mundo (Europa, América, Ásia e Oceania - não consideramos a Antártida por ser o único continente não regularmente habitado do planeta, e portanto não possui um único país sequer) é aquele que apresenta a menor quantidade de escolas e hospitais em relação ao número de habitantes, além das maiores taxas de analfabetismo e subnutrição.
Na África ocorre a fome crônica em diversas regiões, no ano de 2002, por exemplo, às vésperas da Rio + 10 (Conferência sobre o Meio Ambiente), a ONU alertava que cerca de 13 milhões de pessoas, ao sul da África, corriam o risco de morrer de fome. Em 2005, os países da África tiveram de importar um terço dos cereais de que necessitavam, e mais de 40% da população, porém, não tinha condições de comprá-los.
(Achou a resposta longa ? Não tenha preguiça ! A leitura é a fonte do saber ! Leia , leia leia ! Depois pesquise outras fontes para certificar-se da qualidade de cada autor. Respire fundo e prepare-se que a próxima também não é tão pequena assim).
2ª Questão : Na África são vários os conflitos étnicos e guerras civis, cite alguns desses trágicos episódios .
RESPOSTA :
Na foto abaixo, a vista de uma área destruída pela guerra, em Kinshasa (capital da República Democrática do Congo, 1997). A República Democrática do Congo é um país da África com muitas riquezas minerais, como o petróleo, metais preciosos e diamantes. Possui 50% das florestas do continente africano. Desde a sua independência, em 1960, está mergulhado em conflitos internos . A partir de meados de 1990 a situação se agravou com a participação de Ruanda e Uganda em conflitos que surgiram com a guerra civil de Ruanda .
Ruanda e Burundi tornaram-se países independentes em 1962. A principal fonte de conflitos é a disputa pelo poder, que teve início nessa época com a rivalidade étnica entre hutus e tutsis. A minoria tutsi foi massacrada em 1994. Cerca de 800 mil ruandeses foram assassinados em um mês e meio. Foi um dos piores atos de genocídio que o mundo já viu (foto abaixo - campo de refugiados ruandeses em Goma , na República Democrática do Congo, que na época, 1994, se chamava Zaire).
(É claro que em uma prova você não terá disponíveis imagens para enriquecer as respostas, mas aqui por que não utilizá-las ? Continue ! Falta pouco ! )
3ª Questão : Explique em detalhes as causas para os conflitos da África .
RESPOSTA : A partir do século XV os europeus foram dominando e se apropriando dos territórios da África. No início eles estabeleceram postos comerciais ao longo do litoral africano, nos Oceanos Atlântico e Índico. Depois, com a colonização do continente americano, levaram os africanos para o Novo Mundo na condição de escravos para trabalhar nas plantações e nas minas de ouro e prata. A partir dessa época, desenvolveram extraordinariamente o comércio de escravos, uma atrocidade que já existia na África. Os europeus realizavam trocas comerciais com os povos africanos, que eram muito vantajosas para os europeus : eles forneciam bens manufaturados e especiarias vindas da Índia, como pimenta-do-reino, noz-moscada, canela, cravo, etc., e recebiam de volta escravos e produtos, como marfim, peles, madeiras nobres, etc. Esse tipo de comércio, denominado escambo, era realizado com diversos grupos sociais africanos.
A Europa começou a dominar totalmente a África a partir do século XIX, ou seja as nações europeias importantes tomaram posse das terras africanas em vez de somente comercializar com os povos que lá viviam, dividindo esse continente, o que foi conhecido como a partilha da África.
simplesmente porque os belgas haviam se enfraquecido militarmente, enquanto britânicos ou alemães haviam se fortalecido. Essa nova etapa de expansão europeia, com a partilha e a dominação não somente da África, mas também do continente asiático, com exceção do Japão, marcou a economia mundial de meados do século XIX até meados do século XX. Ela foi diferente do colonialismo ocorrido anteriormente - do século XVI às primeiras décadas do século XIX - e é denominada Imperialismo.
Enquanto o antigo Colonialismo se desenvolveu antes da Revolução Industrial e com base na mão de obra escrava, o Imperialismo teve características diferentes. Ele foi motivado pela intensa industrialização que ocorria na Europa, pois a grande quantidade de produtos industrializados exigia um número cada vez maior de pessoas que pudessem comprá-los. Ao mesmo tempo, as indústrias europeias necessitavam de mais matérias-primas para produzi-los. Essa nova expansão teve um de seus objetivos a abertura de novos mercados para que os países europeus pudessem vender seus produtos e comprar matérias-primas. Nessa época, a Europa passava também por um intenso crescimento demográfico e, por isso, necessitava de novas terras onde pudesse colocar a sua população "excedente", que não era absorvida naquele momento pelas atividades econômicas do continente europeu.
Com as duas guerras mundiais ( Primeira Guerra Mundial 1914 - 1918, e a Segunda Guerra mundial de 1939 - 1945) ocorreu o enfraquecimento das potências europeias e o fortalecimento de duas novas grandes potências mundiais : os Estados Unidos e a União Soviética. Com isso, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, a África e a Ásia passaram por um processo de descolonização. Assim, em três décadas a maioria das colônias africanas conquistou a sua independência.
Em alguns países, como na Argélia, houve guerras violentas para a conquista da independência política; em outros, esse processo foi pacífico. Na África do Sul os ex-colonizadores brancos ficaram com o poder no novo país independente, período do Apartheid, deixando a maioria africana praticamente sem direitos políticos até 1994.
Com o processo de descolonização da África, a formação de países independentes foi bastante problemática. Pois, não existiam Estados-Nações na África e sim povos diversificados, constituídos por diferentes grupos étnicos, cada um vivendo sem fronteiras definidas ou migrando de uma terra para outra, de acordo com as necessidades de caça, de novos solos para a agricultura, etc. Eram povos com idiomas e costumes muito diferentes uns dos outros, geralmente inimigos. Nenhum deles constituía um país, o que supõe um povo unificado pela língua, ocupando um território definido por fronteiras e sob a organização de um Estado, com governo, forças armadas, política, tribunais, sistema de impostos, etc.
Portanto, a dominação europeia não respeitou as diferenças e particularidades desses povos. Os europeus dividiram o continente entre si com base em mapas, repartindo a terra de acordo com os rios, montanhas ou coordenadas geográficas, pouco se importando com as pessoas que lá viviam. Nessa partilha, povos diferentes foram unidos pela força , e outros povos antes amigos e vizinhos foram separados, para fazer valer as novas fronteiras da dominação europeia. Assim, famílias que pertenciam a um mesmo grupo acabaram sendo separadas pelas fronteiras coloniais. Pais foram morar numa colônia britânica, filhos casados numa colônia francesa, primos num território belga, e assim por diante. Os parentes não podiam mais se visitar , pois estavam separados por fronteiras controladas e vigiadas pelos soldados das potências europeias. E em situações piores, povos que eram inimigos, com idiomas e costumes diferentes, foram obrigados a conviver no interior das mesmas fronteiras e sob ordens de um único e estranho governo. O único elemento cultural que passava a unificar essas colônias era a língua do colonizador. Também passaram a ser organizadas instituições estatais, como o governo, escolas, tribunais e forças armadas, criadas pelas potências imperialistas.
Quando essas colônias tornaram-se independentes, quase nada mudou, pois os países africanos - com exceção dos localizados ao norte do continente, de religião muçulmana e língua árabe - são constituídos por inúmeros povos, com diversos idiomas ou dialetos, embora o idioma oficial seja de origem europeia. Isso explica as constantes lutas internas, que vão desde a eclosão de violentas guerras civis à impossibilidade de se pôr em prática um projeto político de caráter nacional em cada um dos países africanos que se localizam ao sul do Trópico de Câncer.
Para detalhar as causas dos conflitos étnicos na África, tomemos como exemplo a Nigéria : é o país mais populoso da África, com cerca de 148 milhões de habitantes em 2007. Ela foi colônia britânica durante aproximadamente cem anos. Com a independência em 1960, a classe dominante percebeu que a unidade nacional só poderia ser mantida pela língua do ex-colonizador. Por isso, apesar de serem falados cerca de 250 dialetos e de milhões de pessoas no interior do país nem conhecerem o inglês, essa língua foi declarada o idioma oficial, como forma de manter unido o território nigeriano e conservar suas riquezas. A Nigéria foi palco de uma guerra trágica : A Guerra da Biafra, de 1967 a 1970. Nessa guerra morreram milhões de pessoas, e a causa foi a tentativa de separação do povo ibo, que queria criar a República da Biafra, ao leste da Nigéria. A Nigéria é apenas um exemplo da fragilidade na formação dos países africanos. Praticamente todos eles possuem problemas semelhantes. São formados por povos diferentes, com idiomas próprios, culturas e tradições seculares ou até milenares, que foram agrupados pelos colonizadores e que têm de viver até hoje sob fronteiras impostas. Veja as imagens abaixo :
Foto acima de Homem Massai, representante de um povo que habita a Tanzânia e o Quênia.
Foto acima : Mulher da etnia Kotoko, que habita o Camarões e o Chade (local da foto).
(Espero que não tenha ficado qualquer dúvida sobre as razões dos conflitos no continente africano, e estou à disposição de qualquer comentário ou crítica).
Fonte Livro : VESENTINI, J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido . 8º ano. Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .
Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de; Geografia Projeto Araribá; 9º ano; Editora Moderna, 2ª edição; São Paulo : 2007
GEOGRAFIA Newton Almeida
3ª Questão : Explique em detalhes as causas para os conflitos da África .
RESPOSTA : A partir do século XV os europeus foram dominando e se apropriando dos territórios da África. No início eles estabeleceram postos comerciais ao longo do litoral africano, nos Oceanos Atlântico e Índico. Depois, com a colonização do continente americano, levaram os africanos para o Novo Mundo na condição de escravos para trabalhar nas plantações e nas minas de ouro e prata. A partir dessa época, desenvolveram extraordinariamente o comércio de escravos, uma atrocidade que já existia na África. Os europeus realizavam trocas comerciais com os povos africanos, que eram muito vantajosas para os europeus : eles forneciam bens manufaturados e especiarias vindas da Índia, como pimenta-do-reino, noz-moscada, canela, cravo, etc., e recebiam de volta escravos e produtos, como marfim, peles, madeiras nobres, etc. Esse tipo de comércio, denominado escambo, era realizado com diversos grupos sociais africanos.
A Europa começou a dominar totalmente a África a partir do século XIX, ou seja as nações europeias importantes tomaram posse das terras africanas em vez de somente comercializar com os povos que lá viviam, dividindo esse continente, o que foi conhecido como a partilha da África.
simplesmente porque os belgas haviam se enfraquecido militarmente, enquanto britânicos ou alemães haviam se fortalecido. Essa nova etapa de expansão europeia, com a partilha e a dominação não somente da África, mas também do continente asiático, com exceção do Japão, marcou a economia mundial de meados do século XIX até meados do século XX. Ela foi diferente do colonialismo ocorrido anteriormente - do século XVI às primeiras décadas do século XIX - e é denominada Imperialismo.
Enquanto o antigo Colonialismo se desenvolveu antes da Revolução Industrial e com base na mão de obra escrava, o Imperialismo teve características diferentes. Ele foi motivado pela intensa industrialização que ocorria na Europa, pois a grande quantidade de produtos industrializados exigia um número cada vez maior de pessoas que pudessem comprá-los. Ao mesmo tempo, as indústrias europeias necessitavam de mais matérias-primas para produzi-los. Essa nova expansão teve um de seus objetivos a abertura de novos mercados para que os países europeus pudessem vender seus produtos e comprar matérias-primas. Nessa época, a Europa passava também por um intenso crescimento demográfico e, por isso, necessitava de novas terras onde pudesse colocar a sua população "excedente", que não era absorvida naquele momento pelas atividades econômicas do continente europeu.
Com as duas guerras mundiais ( Primeira Guerra Mundial 1914 - 1918, e a Segunda Guerra mundial de 1939 - 1945) ocorreu o enfraquecimento das potências europeias e o fortalecimento de duas novas grandes potências mundiais : os Estados Unidos e a União Soviética. Com isso, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, a África e a Ásia passaram por um processo de descolonização. Assim, em três décadas a maioria das colônias africanas conquistou a sua independência.
Em alguns países, como na Argélia, houve guerras violentas para a conquista da independência política; em outros, esse processo foi pacífico. Na África do Sul os ex-colonizadores brancos ficaram com o poder no novo país independente, período do Apartheid, deixando a maioria africana praticamente sem direitos políticos até 1994.
Com o processo de descolonização da África, a formação de países independentes foi bastante problemática. Pois, não existiam Estados-Nações na África e sim povos diversificados, constituídos por diferentes grupos étnicos, cada um vivendo sem fronteiras definidas ou migrando de uma terra para outra, de acordo com as necessidades de caça, de novos solos para a agricultura, etc. Eram povos com idiomas e costumes muito diferentes uns dos outros, geralmente inimigos. Nenhum deles constituía um país, o que supõe um povo unificado pela língua, ocupando um território definido por fronteiras e sob a organização de um Estado, com governo, forças armadas, política, tribunais, sistema de impostos, etc.
Portanto, a dominação europeia não respeitou as diferenças e particularidades desses povos. Os europeus dividiram o continente entre si com base em mapas, repartindo a terra de acordo com os rios, montanhas ou coordenadas geográficas, pouco se importando com as pessoas que lá viviam. Nessa partilha, povos diferentes foram unidos pela força , e outros povos antes amigos e vizinhos foram separados, para fazer valer as novas fronteiras da dominação europeia. Assim, famílias que pertenciam a um mesmo grupo acabaram sendo separadas pelas fronteiras coloniais. Pais foram morar numa colônia britânica, filhos casados numa colônia francesa, primos num território belga, e assim por diante. Os parentes não podiam mais se visitar , pois estavam separados por fronteiras controladas e vigiadas pelos soldados das potências europeias. E em situações piores, povos que eram inimigos, com idiomas e costumes diferentes, foram obrigados a conviver no interior das mesmas fronteiras e sob ordens de um único e estranho governo. O único elemento cultural que passava a unificar essas colônias era a língua do colonizador. Também passaram a ser organizadas instituições estatais, como o governo, escolas, tribunais e forças armadas, criadas pelas potências imperialistas.
Quando essas colônias tornaram-se independentes, quase nada mudou, pois os países africanos - com exceção dos localizados ao norte do continente, de religião muçulmana e língua árabe - são constituídos por inúmeros povos, com diversos idiomas ou dialetos, embora o idioma oficial seja de origem europeia. Isso explica as constantes lutas internas, que vão desde a eclosão de violentas guerras civis à impossibilidade de se pôr em prática um projeto político de caráter nacional em cada um dos países africanos que se localizam ao sul do Trópico de Câncer.
Para detalhar as causas dos conflitos étnicos na África, tomemos como exemplo a Nigéria : é o país mais populoso da África, com cerca de 148 milhões de habitantes em 2007. Ela foi colônia britânica durante aproximadamente cem anos. Com a independência em 1960, a classe dominante percebeu que a unidade nacional só poderia ser mantida pela língua do ex-colonizador. Por isso, apesar de serem falados cerca de 250 dialetos e de milhões de pessoas no interior do país nem conhecerem o inglês, essa língua foi declarada o idioma oficial, como forma de manter unido o território nigeriano e conservar suas riquezas. A Nigéria foi palco de uma guerra trágica : A Guerra da Biafra, de 1967 a 1970. Nessa guerra morreram milhões de pessoas, e a causa foi a tentativa de separação do povo ibo, que queria criar a República da Biafra, ao leste da Nigéria. A Nigéria é apenas um exemplo da fragilidade na formação dos países africanos. Praticamente todos eles possuem problemas semelhantes. São formados por povos diferentes, com idiomas próprios, culturas e tradições seculares ou até milenares, que foram agrupados pelos colonizadores e que têm de viver até hoje sob fronteiras impostas. Veja as imagens abaixo :
Foto acima de Homem Massai, representante de um povo que habita a Tanzânia e o Quênia.
Foto acima : Mulher da etnia Kotoko, que habita o Camarões e o Chade (local da foto).
(Espero que não tenha ficado qualquer dúvida sobre as razões dos conflitos no continente africano, e estou à disposição de qualquer comentário ou crítica).
Fonte Livro : VESENTINI, J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido . 8º ano. Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .
Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de; Geografia Projeto Araribá; 9º ano; Editora Moderna, 2ª edição; São Paulo : 2007
GEOGRAFIA Newton Almeida
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