Industrialização Brasileira : Questões com Resposta
Perguntas com respostas sobre a Industrialização Brasileira
RESPOSTA - A industrialização foi uma nova forma de organização da produção de mercadorias, substituindo o trabalho artesanal pela linha de montagem da fábrica. A industrialização foi iniciada no século XVIII, na Inglaterra, que se caracterizou por :
- - especialização do trabalhador em determinada tarefa;
- emprego de máquinas a vapor, movidas pela energia calorífica do carvão mineral;
- trabalho assalariado;
- produção em massa e padronizada, ou seja, de grande quantidade de bens exatamente iguais.
2 - Comente sobre alguns fatos importantes que precederam o processo de industrialização no Brasil e também como esse processo aconteceu ?
RESPOSTA - Durante o período
colonial (1500 – 1822) era praticamente proibida a instalação de
estabelecimentos comerciais e industriais na colônia, principalmente até 1808,
data da vinda da família real portuguesa ao Brasil, porque concorreriam com a
metrópole portuguesa, o que reduziria seus lucros. Por isso, enquanto alguns
países da Europa ocidental (séculos XVIII e XIX) conviviam com a
industrialização, o Brasil permanecia como exportador de gêneros agrícolas,
papel que continuou a representar mesmo após obter sua independência política
em 7 de setembro de 1822. Até 1930, a industrialização brasileira foi marcada
por indústrias tradicionais (alimentícias e têxteis) e pela importação de
produtos industrializados. A crise mundial de 1929 afetou a economia brasileira, que até então se baseava principalmente na
produção e na exportação de café. Com
essa crise, uma parcela razoável do capital cafeeiro foi reinvestido em
atividades urbanas fabris, como a produção de alimentos e tecidos, modificando
e dinamizando nossa economia com a lenta transição do predomínio do capital
agrícola para o capital industrial. Este reunia o capital oriundo da
cafeicultura , capitais internacionais (ingleses e norte-americanos,
principalmente), poupança interna (capital privado nacional) e o capital
estatal, que expandiu e diversificou a economia brasileira.
A Segunda Guerra Mundial (1939 –
1945) beneficiou a produção interna do Brasil, que, além de ter
dificuldade em comercializar com a
Europa, precisava substituir os produtos industrializados, antes importados,
para atender ao mercado interno.
3- A industrialização brasileira teve a participação decisiva de dois governantes. Quem foram esses políticos ?
RESPOSTA - Os dois governantes brasileiros que contribuíram para o desenvolvimento industrial brasileiro foram : Getúlio Vargas (1930 - 1945 ; 1950 - 1954) e Juscelino Kubitschek (1956 - 1960).
4- Quais acontecimentos contribuíram para o desenvolvimento industrial brasileiro no governo de Getúlio Vargas ?
RESPOSTA - Era Vargas
Getúlio Vargas foi o responsável pela infra-estrutura necessária
para instalação de indústrias no país no período de seu primeiro governo (1930
– 1945). Entre suas realizações estão a Companhia Siderúrgica Nacional,
organizada em 1941 e posta em funcionamento em 1946, em Volta Redonda, Rio de
Janeiro, e a mineradora Companhia Vale do Rio Doce, instalada em 1942, em Minas
Gerais . Também fundou, em 1943, a Fábrica Nacional de Motores (FNM), e em 1945
a Companhia Hidrelétrica de São Francisco. Durante o seu segundo mandato (1950
– 1954), foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em
1952, e no ano seguinte foi instituída a Petrobrás (Petróleo Brasileiro
S/A).
5 - Quais acontecimentos contribuíram para a industrialização brasileira no governo de Juscelino Kubitschek ?
RESPOSTA - O Presidente Juscelino Kubitschek (1956 - 1960) através de seu Plano de Metas, privilegiou as obras para a geração de energia, os transportes e principalmente a construção de rodovias, o que facilitou a instalação de montadoras de veículos estrangeiras em nosso país. Seu governo, ao contrário do governo de Getúlio Vargas, que se preocupou em proteger a produção nacional, marcou o início da internacionalização do parque industrial brasileiro. Nessa época, além das montadoras, vieram indústrias de aparelhos eletroeletrônicos e alimentos, que mais tarde passariam a controlar o mercado interno, após a compra de empresas nacionais incapazes de competir com a tecnologia empregada e com os preços praticados por essas transnacionais.
Portanto entre 1930 e 1960, ocorreu a segunda e principal etapa da industrialização brasileira , caracterizada pelo modelo de substituição de importações voltado para o abastecimento interno e baseado na união de capitais estatais, nacionais e capitais privados estrangeiros.
6 - No começo da década de 1960 o Brasil passou por um conturbado período político que culminou com o golpe militar de 1964. No governo militar, o período entre 1967 e 1973 ficou conhecido como "milagre econômico brasileiro", quando atingimos a oitava posição mundial em PIB e o primeiro lugar entre as nações subdesenvolvidas ou periféricas. Comente sobre esse período, tendo como foco a indústria brasileira.
RESPOSTA - O Brasil recebeu vultosos empréstimos internacionais e sua produção industrial foi muito grande. No entanto, como consequência, a dívida externa aumentou muito nesse período, agravando as desigualdades sociais, pois a riqueza, que deveria ser aplicada em melhores condições de saúde e educação, foi desviada para o pagamento de compromissos assumidos com organismos internacionais (FMI e BIRD). Com o peso da dívida externa e os sucessivos aumentos do preço do petróleo no mercado internacional, o país viveu nos anos 1980 o período conhecido como "década perdida", quando se verificou uma forte retração da produção industrial e um menor crescimento da economia em geral.
7 - Os anos 1990 foram marcados pela globalização econômica mundial, pela política neoliberal e pelas crises econômicas em países emergentes, como o Brasil. Quais foram as consequências disso para as indústrias brasileiras ?
RESPOSTA - O capital transnacional passou a controlar cada vez mais não só a industrialização, mas também toda a economia brasileira, incluindo os setores agropecuários e de serviços. No setor de serviços destacam-se os que dão suporte à atividade industrial, como o siderúrgico, o energético, o de telecomunicações e o de transportes, com a privatização de empresas estatais que detinham o controle sobre eles, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e grande parte das ferrovias e rodovias que compõem a malha de transportes do Brasil.
Nos anos 1990, o setor industrial caracterizou-se pela queda da participação da indústria na composição do PIB e pela redução do número de empregos ocupados nessa área. Não se esqueça de que o Brasil sofre os efeitos da globalização econômica, cujas inovações tecnológicas geram maior produtividade com menor número de trabalhadores no mundo todo. Porém, por ter sido bem mais produtiva do que a década de 1980, podemos dizer que a década de 1990 foi positiva para a indústria brasileira. Nesta década, o crescimento industrial brasileiro foi impulsionado pelo aumento do consumo interno, ocasionado pela elevação do poder aquisitivo da população em decorrência do Plano Real (1994).
8 - O terceiro milênio começou incerto não só para a economia brasileira, como também para a economia mundial. Até mesmo grandes potências como Estados Unidos e Japão, estão apresentando menor crescimento econômico e quase nulo. Apesar disso, a economia brasileira continua tendo crescimento econômico ano a ano, que embora pequeno, ainda é mais expressivo que os países do primeiro mundo, isso principalmente em consequência do aumento das exportações de produtos primários brasileiros, com elevação de seus valores no mercado mundial, bem como com as políticas de transferência de renda, fortalecendo o mercado consumidor interno.
Uma tendência do parque industrial brasileiro no terceiro milênio é a chamada dispersão industrial. Comente sobre isso.
RESPOSTA - A localização das indústrias brasileiras seguiu os padrões comuns a essas atividades em todo o mundo. Em um primeiro momento, houve uma marcante concentração das indústrias em determinada região para mais tarde acontecer exatamente o oposto: as empresas estão fugindo dos locais muito industrializados, em um processo que chamamos de dispersão industrial. A indústria brasileira começou a se concentrar no estado de São Paulo, no período que vai de 1907 a 1920, tendo sua origem nas capitais da economia cafeeira. Em 1920 , São Paulo participava com mais de 30% do número de indústrias do país. No processo de industrialização brasileira, além do capital do comércio do café, São Paulo reuniu os principais requisitos para o desenvolvimento dessa atividade : mão-de-obra assalariada imigrante ; ferrovias que ligavam o interior ao porto de Santos; o mercado consumidor que se formou na capital paulista e seus arredores.
Com a força econômica de São Paulo e o poder político do Distrito Federal (no Rio de Janeiro até 1960), a região Sudeste firmou-se como a maior área de concentração industrial no país. O triângulo São Paulo - Rio de Janeiro - Belo Horizonte passou a concentrar o parque industrial do Brasil.
A dispersão industrial já era nítida no fim da década de 1980, no Brasil. Esse processo passou a ocorrer em duas escalas : no território brasileiro (escala nacional), buscando expandir-se para outros estados ; dentro da região Sudeste (escala regional), para fugir de áreas já muito industrializadas. No primeiro caso, o governo federal procurou instalar pólos industriais em outras regiões, como a Norte (Zona Franca de Manaus) e a Nordeste (Recôncavo Baiano). No segundo caso, a dispersão das indústrias foi marcada pelo congestionamento da área metropolitana de São Paulo. As empresas estão fugindo da poluição, dos altos preços de terrenos, de sindicatos fortes, e procurando cidades menores, que oferecem entre muitas facilidades,uma excelente qualidade de vida. Outras vantagens são : boa estrutura de transportes, mão-de-obra mais barata e mercado consumidor. Muitas dessas cidades possuem centros de pesquisas e universidades que permitem a instalação de tecnopolos, como Campinas, no estado de São Paulo.
9 - Um fator decisivo para o processo de descentralização industrial é a "guerra fiscal" . O que é isso ?
RESPOSTA - A guerra fiscal significa a disputa, tanto em escala nacional como em escala regional, travada por estados e municípios para receber as instalações de grandes empresas . Consiste em conceder desde terrenos para as fábricas até isenções parciais ou totais de impostos.
10 - Comente sobre o parque industrial do estado de São Paulo.
RESPOSTA - O estado de São Paulo possui todos os ramos industriais, como o de bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, vestuário, material de higiene, etc.), bens de consumo duráveis (aviões, automóveis, eletrodomésticos, entre outros), indústrias de base ou de bens de produção (metalurgia, siderurgia, cimento, produtos químicos), que se encontram distribuídas pela cidade de São Paulo e sua área metropolitana (bens de consumo e bens de produção) e por quatro principais eixos industriais que seguem suas principais rodovias :
Eixo Castelo Branco - Raposo Tavares, destaca-se pela produção de cimento e bens de consumo em geral, Sorocaba é o seu principal centro urbano;
Eixo Anhanguera - Bandeirantes - Washington Luís, essas rodovias exercem papel de ligação da capital com importantes cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Ao longo das duas primeiras rodovias alinham-se vários estabelecimentos industriais e inúmeras cidades (Jundiaí, Araras, Porto Ferreira, Ribeirão Preto, Orlândia e São Joaquim da Barra). No eixo da Washington Luís estão localizadas as cidades de São Carlos e Araraquara. Entretanto a principal cidade é Campinas, que abriga um dos mais importantes tecnopolos do país;
Eixo Anchieta - Imigrantes, liga o planalto à Baixada Santista, onde estão localizados o pólo petroquímico de Cubatão e o Porto de Santos.
Eixo formado pela Via Dutra , a indústria automobilística e aeronáutica são os destaques desse eixo, que tem na cidade de São José dos Campos outro grande pólo tecnológico do país.
Atualmente, o interior do estado de São Paulo é a terceira maior área industrial brasileira, pois recebe cada vez mais indústrias oriundas da região metropolitana de São Paulo, que encontram nas cidades médias paulistas todas as vantagens citadas anteriormente.
GEOGRAFIA Newton Almeida
Com a força econômica de São Paulo e o poder político do Distrito Federal (no Rio de Janeiro até 1960), a região Sudeste firmou-se como a maior área de concentração industrial no país. O triângulo São Paulo - Rio de Janeiro - Belo Horizonte passou a concentrar o parque industrial do Brasil.
A dispersão industrial já era nítida no fim da década de 1980, no Brasil. Esse processo passou a ocorrer em duas escalas : no território brasileiro (escala nacional), buscando expandir-se para outros estados ; dentro da região Sudeste (escala regional), para fugir de áreas já muito industrializadas. No primeiro caso, o governo federal procurou instalar pólos industriais em outras regiões, como a Norte (Zona Franca de Manaus) e a Nordeste (Recôncavo Baiano). No segundo caso, a dispersão das indústrias foi marcada pelo congestionamento da área metropolitana de São Paulo. As empresas estão fugindo da poluição, dos altos preços de terrenos, de sindicatos fortes, e procurando cidades menores, que oferecem entre muitas facilidades,uma excelente qualidade de vida. Outras vantagens são : boa estrutura de transportes, mão-de-obra mais barata e mercado consumidor. Muitas dessas cidades possuem centros de pesquisas e universidades que permitem a instalação de tecnopolos, como Campinas, no estado de São Paulo.
9 - Um fator decisivo para o processo de descentralização industrial é a "guerra fiscal" . O que é isso ?
RESPOSTA - A guerra fiscal significa a disputa, tanto em escala nacional como em escala regional, travada por estados e municípios para receber as instalações de grandes empresas . Consiste em conceder desde terrenos para as fábricas até isenções parciais ou totais de impostos.
10 - Comente sobre o parque industrial do estado de São Paulo.
RESPOSTA - O estado de São Paulo possui todos os ramos industriais, como o de bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, vestuário, material de higiene, etc.), bens de consumo duráveis (aviões, automóveis, eletrodomésticos, entre outros), indústrias de base ou de bens de produção (metalurgia, siderurgia, cimento, produtos químicos), que se encontram distribuídas pela cidade de São Paulo e sua área metropolitana (bens de consumo e bens de produção) e por quatro principais eixos industriais que seguem suas principais rodovias :
Eixo Castelo Branco - Raposo Tavares, destaca-se pela produção de cimento e bens de consumo em geral, Sorocaba é o seu principal centro urbano;
Eixo Anhanguera - Bandeirantes - Washington Luís, essas rodovias exercem papel de ligação da capital com importantes cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Ao longo das duas primeiras rodovias alinham-se vários estabelecimentos industriais e inúmeras cidades (Jundiaí, Araras, Porto Ferreira, Ribeirão Preto, Orlândia e São Joaquim da Barra). No eixo da Washington Luís estão localizadas as cidades de São Carlos e Araraquara. Entretanto a principal cidade é Campinas, que abriga um dos mais importantes tecnopolos do país;
Eixo Anchieta - Imigrantes, liga o planalto à Baixada Santista, onde estão localizados o pólo petroquímico de Cubatão e o Porto de Santos.
Eixo formado pela Via Dutra , a indústria automobilística e aeronáutica são os destaques desse eixo, que tem na cidade de São José dos Campos outro grande pólo tecnológico do país.
Atualmente, o interior do estado de São Paulo é a terceira maior área industrial brasileira, pois recebe cada vez mais indústrias oriundas da região metropolitana de São Paulo, que encontram nas cidades médias paulistas todas as vantagens citadas anteriormente.
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