sábado, 2 de novembro de 2013

México : Nafta : Relações entre México e Estados Unidos

Geografia Newton Almeida

“  Nafta : uma nova mudança nas relações entre México e Estados Unidos

   A assinatura, em 1993, do Nafta – North American Free Trade Agreement  ou Acordo  de Livre-Comércio da América do Norte – entre Estados Unidos, Canadá e México, sem dúvida alguma assinala importantes mudanças nas relações entre os dois vizinhos separados pelo rio Grande . Essas mudanças são principalmente de caráter econômico e político.
   Do ponto de vista econômico, destacam-se as chamadas maquiladoras, até então restritas à área da fronteira, que se espalharam por boa parte do território mexicano. Maquiladoras são empresas, situadas principalmente no  norte do país, que fabricam peças ou  produtos com baixos custos para as indústrias norte-americanas que instalaram filiais no México para fugir dos elevados salários e impostos que existem nos Estados Unidos.
   Do ponto de vista político, ressalta-se o fato de que foi o México que propôs esse acordo aos Estados Unidos e ao Canadá, uma espécie de anexo da economia norte-americana. Por sua vez, aos Estados Unidos interessa, antes de mais nada, resolver uma questão crucial : diminuir sensivelmente as migrações clandestinas que saem do México em direção ao seu território, fenômeno responsável pelo aumento de problemas étnicos e econômicos nas grandes cidades norte-americanas.
   Se as mudanças econômicas previstas nesse acordo de livre-comércio forem acompanhadas, tal como ocorreu no exemplo da  União Europeia, de mudanças políticas – liberdade de expressão, liberdade de imprensa, livre associação, sindicatos livres, consolidação do pluripartidarismo político, por exemplo - , o México poderá se tornar uma verdadeira sociedade democrática, o que seria muito bom para a maioria de sua população.
   Pode-se perguntar se a assinatura desse tratado não significaria uma mudança nas relações entre a América Anglo-Saxônica e a América Latina, porque os países desenvolvidos costumam fazer acordos de livre-comércio apenas entre si, sem incluir países do Sul, e porque a tradição dos Estados  Unidos é ver as economias latino-americanas não como parceiras, e sim como áreas subordinadas a seus interesses.
   Contudo, há um bom motivo para os Estados Unidos incluírem o México no Nafta: em outras regiões do globo os mercados internacionais avançam. Assim, ou os Estados Unidos tomam a dianteira liderando uma associação comercial no continente americano, a começar pela América do Norte, ou futuramente a União Europeia e até o Japão poderão fazer isso.
   Além disso, as grandes preocupações dos países ricos desde a última década do século XX são o desemprego e a emigração. Os milhões de imigrantes que a Europa e os Estados Unidos recebem todos os anos ajudam a agravar o desemprego e provocam a expansão do racismo em parcelas de sua população. Investir em algumas regiões do Sul poderia ser uma maneira de criar empregos nesses países pobres e assim evitar novas  migrações para o Norte . O caso do México representa uma experiência nesse sentido. Houve uma tentativa de gerar mais empregos nesse país para tentar manter por lá os milhões de mexicanos e outros latino-americanos que todos os anos procuram entrar nos Estados Unidos.   “


Fonte :  VESENTINI, J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido . 8º ano. Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .


GEOGRAFIA Newton Almeida

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