México : Nafta : Relações entre México e Estados Unidos
A assinatura, em 1993, do
Nafta – North American Free Trade Agreement
ou Acordo de Livre-Comércio da
América do Norte – entre Estados Unidos, Canadá e México, sem dúvida alguma
assinala importantes mudanças nas relações entre os dois vizinhos separados
pelo rio Grande . Essas mudanças são principalmente de caráter econômico e
político.
Do ponto de vista econômico,
destacam-se as chamadas maquiladoras,
até então restritas à área da fronteira, que se espalharam por boa parte do
território mexicano. Maquiladoras são
empresas, situadas principalmente no norte
do país, que fabricam peças ou produtos com
baixos custos para as indústrias norte-americanas que instalaram filiais no
México para fugir dos elevados salários e impostos que existem nos Estados
Unidos.
Do ponto de vista político,
ressalta-se o fato de que foi o México que propôs esse acordo aos Estados
Unidos e ao Canadá, uma espécie de anexo da economia norte-americana. Por sua
vez, aos Estados Unidos interessa, antes de mais nada, resolver uma questão crucial
: diminuir sensivelmente as migrações clandestinas que saem do México em
direção ao seu território, fenômeno responsável pelo aumento de problemas
étnicos e econômicos nas grandes cidades norte-americanas.
Se as mudanças econômicas previstas
nesse acordo de livre-comércio forem acompanhadas, tal como ocorreu no exemplo
da União Europeia, de mudanças políticas
– liberdade de expressão, liberdade de imprensa, livre associação, sindicatos
livres, consolidação do pluripartidarismo político, por exemplo - , o México poderá
se tornar uma verdadeira sociedade democrática, o que seria muito bom para a
maioria de sua população.
Pode-se perguntar se a
assinatura desse tratado não significaria uma mudança nas relações entre a
América Anglo-Saxônica e a América Latina, porque os países desenvolvidos
costumam fazer acordos de livre-comércio apenas entre si, sem incluir países do
Sul, e porque a tradição dos Estados
Unidos é ver as economias latino-americanas não como parceiras, e sim
como áreas subordinadas a seus interesses.
Contudo, há um bom motivo para
os Estados Unidos incluírem o México no Nafta: em outras regiões do globo os
mercados internacionais avançam. Assim, ou os Estados Unidos tomam a dianteira liderando
uma associação comercial no continente americano, a começar pela América do
Norte, ou futuramente a União Europeia e até o Japão poderão fazer isso.
Além disso, as grandes
preocupações dos países ricos desde a última década do século XX são o
desemprego e a emigração. Os milhões de imigrantes que a Europa e os Estados
Unidos recebem todos os anos ajudam a agravar o desemprego e provocam a
expansão do racismo em parcelas de sua população. Investir em algumas regiões
do Sul poderia ser uma maneira de criar empregos nesses países pobres e assim evitar
novas migrações para o Norte . O caso do
México representa uma experiência nesse sentido. Houve uma tentativa de gerar
mais empregos nesse país para tentar manter por lá os milhões de mexicanos e
outros latino-americanos que todos os anos procuram entrar nos Estados Unidos. “
Fonte : VESENTINI,
J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido .
8º ano. Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .
GEOGRAFIA Newton Almeida
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