BIOLOGIA - A Importância das Bactérias : As cianobactérias, também chamadas de algas azuis
As bactérias estão dispersas no ar; na forma de microscópicos esporos e, assim, acabam caindo sobre objetos, corpos de seres vivos, solo e água em praticamente todos os ambientes da Terra. No solo e nas águas, as bactérias da putrefação decompõem matérias orgânicas de várias origens, devolvendo ao meio substâncias mais simples, que poderão ser reutilizadas como nutrientes minerais pelas plantas e outros seres vivos. Elas têm, portanto, grande participação em muitas etapas de vários ciclos biogeoquímicos, por exemplo, do carbono, do enxofre e do nitrogênio. Merecem citação especial as bactérias fixadoras de nitrogênio do ar; as nitrificantes, que convertem amônia em nitritos e estes em nitratos, e as denitrificantes, que, a partir de nitratos, devolvem o nitrogênio para o ar.
As cianobactérias, também chamadas de algas azuis, atuam como espécies pioneiras na colonização de novos ambientes, pois são os primeiros seres vivos a se desenvolver em regiões muito pobres em nutrientes, como por exemplo rochas vulcânicas nuas, após erupções. Em águas poluídas por esgotos, as bactérias aeróbias decompõem os restos orgânicos, participando, portanto, da recuperação desses ecossistemas.
Muitas bactérias do solo e das águas fazem quimiossíntese ou fotossíntese para sintetizar seus carboidratos, atuando como produtores nesses ecossistemas. As fotossintetizantes têm vários tipos de pigmentos captadores da energia luminosa : clorofila (verde), ficocianina (azul) e ficoeritrina (vermelho).
Ambientes chamados extremos, como as fontes de águas de altas temperaturas e de alta salinidade, são povoados por bactérias bem adaptadas, os únicos seres vivos aí existentes. Outras ainda toleram altas doses de radioatividade, dezenas de vezes maiores que as doses letais para o ser humano, como é o caso da Deinococus radiodurans (deinós = terrível), cuja parede celular tem várias camadas protetoras. Tudo indica que as espécies desse gênero tenham sistemas de enzimas muito eficientes na reparação do DNA que sofre alterações por fatores químicos e radiação.
Essa pequena amostra da biodiversidade bacteriana justifica as muitas possíveis utilizações das bactérias em benefício do ser humano, o que se revela especialmente nos campos da agricultura (controle biológico de pragas), indústrias farmacêutica (antibióticos, vacinas) e alimentar (iogurtes, vinagre, queijos), pesquisas em genética e bioquímica.
Deixamos para o fim o extenso campo das relações das bactérias com outros seres, especialmente quanto ao mutualismo (antiga simbiose) e ao parasitismo. Casos de mutualismo são as harmoniosas associações das bactérias com raízes de plantas leguminosas, nas quais as bactérias fazem a fixação de nitrogênio; das bactérias que fazem a digestão da celulose no estômago dos ruminantes, e também das que se abrigam na pela de peixes de grandes profundidades marinhas (abissais), emitindo bioluminescência.
Ao contrário do que se pode pensar, apenas uma maioria de espécies de bactérias é responsável por doenças de plantas e animais, incluindo o ser humano, sendo chamadas de bactérias patogênicas (exemplos : Xylella fastidiosa, que causa CVC; Xanthomonas citri, que causa cancro cítrico). Esse ramo da bacteriologia era, até bem pouco tempo, o mais desenvolvido desde a época dos pioneiros Pasteur e Koch e, depois, quando da descoberta de novas vacinas e dos primeiros antibióticos, na busca da prevenção e tratamento das mais graves doenças infecciosas que assolavam todos os povos. A estreptomicina e a eritromicina, por exemplo, são antibióticos produzidos por bactérias.
Atualmente, no promissor campo da biotecnologia, houve grandes conquistas, como por exemplo a produção de hormônios e enzimas por bactérias transgênicas (são as bactérias nas quais são inseridos segmentos de DNA estranhos a elas). A Escherichia coli tem plasmídios, pequenos filamentos de DNA em anel, nos quais são implantados genes de outras espécies. A bactéria modificada adquire, então, a capacidade de produzir tais substâncias. Recebendo, por exemplo, um gene humano (segmento de DNA) para a síntese do hormônio insulina, as bactérias transgênicas passam a fabricar uma insulina idêntica à nossa, possibilitando a produção em escala industrial para o atendimento de milhares de pessoas com diabete.
Afinal, apesar do seu minúsculo tamanho, da ordem de alguns mícrons, mas com populações de bilhões de indivíduos em pequenas porções de água, solo, corpos de animais e plantas, além da enorme capacidade reprodutora, as bactérias têm importante papel em praticamente todos os ecossistemas.
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FONTE : Livro : Júnior, César da Silva ; Sasson, Sezar; BIOLOGIA 2 , CÉSAR e SEZAR ; Editora Saraiva, 8ª edição, São Paulo : 2005 .
GEOGRAFIA Newton Almeida
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