Geografia sobre a Economia do Rio Grande do Norte Analisando uma Questão que Caiu em Concurso Público no Ano de 2010 Projetos de Irrigação Criação de Camarão Produção de Sal Petróleo e Cana-de-Açúcar
Prezados estudante e leitores do Blog Geografia Newton Almeida, nessa postagem abordarei sobre aspectos econômicos do Estado do Rio Grande do Norte, através da análise de uma questão que caiu em concurso público.
Leia com atenção, responda e compare com o gabarito! Em seguida, você poderá acompanhar a análise de cada opção da questão.
Bons estudos!
Banca: CESPE Ano 2010 Órgão: UERN
Prova para o cargo: Agente Técnico Administrativo
Prova para o cargo: Agente Técnico Administrativo
No que concerne à geografia econômica do estado do Rio Grande do Norte (RN), assinale a opção correta:
A) A ausência de projetos de irrigação inviabiliza a fruticultura norte-riograndense.
B) No RN, problemas ambientais levaram à proibição da produção de camarão em cativeiro.
C) Mais de 90% do sal produzido no país é extraído das salinas do estado potiguar.
D) O RN é o único estado nordestino em que a cana-de-açúcar não prosperou.
E) O litoral do RN transformou-se na maior área de extração de petróleo do país.
Leram com atenção? Responderam?
Então vamos ao gabarito dessa questão:
Resposta certa é a opção C
Agora vamos comentar sobre cada opção, começando pela letra A.
Será verdade isso: (A) A ausência de projetos de irrigação inviabiliza a fruticultura norte-riograndense? Não e não! Opção bastante errada!
Atualmente a região Nordeste do Brasil enfrenta forte seca, o que não é nenhuma novidade. Fazem cerca de 6 anos que o semi-árido nordestino não recebe chuvas. Isso acontece principalmente nos estados Rio Grande do Norte, na Paraíba, Ceará e Pernambuco. Mesmo assim a produção de frutas no Rio Grande do Norte continua, graças a projetos de irrigação, com destaque para o polo Açu-Mossoró, no RN, onde são cultivadas frutas tropicais e exportadas para os Estados Unidos, Europa e países do Mercosul, principalmente. Observem as imagens, abaixo.
Agora vamos comentar sobre a Opção B: No RN, problemas ambientais levaram à proibição da produção de camarão em cativeiro.
Não é verdade, isso não aconteceu!
O estado do Rio Grande do Norte é dos maiores produtores de camarão do Brasil (figurou em primeira colocação em anos recentes). A criação de camarão em viveiros é chamada de carcinicultura. Dentre os crustáceos, os camarões destacam-se não só pelo valor nutritivo que possuem, mas por constituírem iguarias finas tendo consumo em larga escala, principalmente entre as nações mais desenvolvidas. Aliado ao seu excelente sabor, demonstra grande resistência na criação em cativeiro, permitindo a criação em altas densidades e, além disso, trata-se de um produto que tem um mercado crescente, uma vez que a cada dia aumenta no mundo a preferência dos consumidores por esse alimento.
Neste contexto, a carcinicultura apresenta excelente potencial de crescimento com duas características notáveis: ser uma produção do setor primário que não depende de chuvas (p. ex.: encontra nas águas salobras, principalmente da costa do Nordeste brasileiro, condições ideais para o seu crescimento) e gerar emprego permanente para trabalhadores rurais das pequenas comunidades costeiras.
A carcinicultura produz impactos ambientais, principalmente nos ecossistemas sensíveis dos mangues, mas os criadores dizem que tomam todos os cuidados necessários para impactar minimamente esse ecossistema, pois para a plena produção do camarão é necessário que o mangue esteja em equilíbrio. O fato é que populações ribeirinhas, que se dedicam à coleta artesanal nos mangues, tiveram que se adequar à nova presença da atividade da carcinicultura, em cativeiro, em algumas áreas.
O agronegócio do camarão cultivado vem assumindo importância social crescente no Brasil, em especial na Região Nordeste, que responde por 98% da produção nacional desse setor, que já conta com 1.200 produtores, envolvendo uma área de 18.500 hectares de viveiros, gerando 50.000 empregos, cuja produção de 65.000 toneladas de camarão contribuiu para a obtenção de uma receita de US$ 300 milhões de dólares em 2009.
Portanto, essa opção B está errada!
A produção de camarão no Rio Grande do Norte não foi proibida coisa nenhuma!
C) Está correta!
Mais de 90% do sal produzido no país é extraído das salinas do estado potiguar.
Por ser o lugar do planeta mais propício à extração de sal marinho, com sol constante e dez meses sem chuva, esse trecho do Rio Grande do Norte se tornou o maior produtor de sal do Brasil: de Macau, Areia Branca, Grossos e Galinhos, principais cidades salineiras do Estado, saem 90% da extração nacional. Seu mar de águas verdes, calmas e mornas tem a segunda maior salinidade do planeta, perdendo apenas para o Mar Morto.
Ficam aí a maioria das 150 salinas brasileiras, onde 8.000 homens vivem aguardando a evaporação lenta da água do mar.
A cana-de-açúcar foi a primeira economia que o estado conheceu, quando colonizadores pernambucanos ligados a Jerônimo de Albuquerque Maranhão criaram o primeiro engenho de açúcar, o Engenho Cunhaú, no início do século XVIII. Na segunda década deste mesmo século, surgiria a segunda unidade produtora de açúcar, o Engenho Ferreiro Torto.
A produção de cana-de-açúcar no Rio Grande do Norte prosperou sim, em linhas gerais. Abaixo um gráfico com alguns indicadores:
Abaixo, um mapa mostrando a produção da cana-de-açúcar no Brasil (observem que o Rio Grande do Norte aparece entre os maiores produtores dessa região):
E) O litoral do RN transformou-se na maior área de extração de petróleo no Brasil.
Não é verdade. O estado do Rio Grande do norte é o segundo maior produtor de petróleo em terra, do Brasil, mas está bem longe de ser a maior área de extração de petróleo do nosso país, muito menos no litoral.
O estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do Brasil (74% do total), seguido pelo Espírito Santo (15%). O Rio Grande do Norte está pela 20ª colocação.
Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br
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