sábado, 9 de dezembro de 2017

Presidente Donald Trump Reconhece Jerusalém como Capital de Israel Entenda Consequências

     O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (06 de dezembro de 2017) o seu ato oficial de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. 
Geografia Newton Almeida
     Por que isso causou tantos atos de protestos e notas de revolta e indignação dos países árabes, vizinhos à Israel? O texto abaixo é bem objetivo e esclarece sobre os conflitos entre os judeus e árabes, do Oriente Médio. 

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                Os Conflitos no Oriente Médio

        O Oriente Médio é marcado por grandes conflitos geopolíticos, em cuja origem está a disputa por um território em que árabes e judeus consideram ter direitos históricos. Desde o começo do século XX, o movimento sionista sonhou construir um Estado judeu em Israel, terra de onde os judeus foram expulsos pelos romanos no ano de 70 d.C.  . O drama dos sobreviventes do holocausto nazista motivou a comunidade internacional a dividir o então protetorado britânico da Palestina em dois Estados : um para os judeus e o outro para os árabes, que haviam ocupado a região no século VII. A comunidade árabe negou-se a aceitar a criação do Estado de Israel e desde o primeiro momento lutou contra sua constituição.

                          O  Estado de Israel 
      Israel, com cerca de 6,4 milhões de habitantes, é o país que, proporcionalmente à sua economia, mais gastou em armamentos em todo o mundo até o início da década de 1990: 30% a 32% do seu Produto Nacional Bruto (PNB) por ano. Nem mesmo as duas superpotências (União Soviética e Estados Unidos) chegaram a se igualar a Israel nessa proporção de gastos. 
      O Estado de Israel foi criado em 1948, quando a ONU, recém-constituída na época, estabeleceu um plano para a divisão da Palestina em três partes : um Estado judeu, um Estado árabe e uma cidade - Jerusalém - que, por seu significado religioso, deveria ser internacionalizada, ficando sob controle da ONU. Essa área, juntamente com outra vizinha a leste (onde hoje se encontra a Jordânia e parte de Israel) pertencia ao imenso império colonial que os britânicos criaram na Ásia a partir do fim do século XIX . 
      Como uma das grandes vítimas da Segunda Guerra Mundial e do nazismo foi o povo judeu, a opinião pública internacional foi favorável à criação de uma pátria para esse povo, que vivia  (e ainda vive, em parte) espalhado por inúmeros  países, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.  
      O grande problema é que a criação de Israel não ocorreu de forma prevista, pois os governos israelenses acabaram expandindo o  território e ocupando toda a Palestina. A partir de então, os conflitos militares, já comuns entre judeus e árabes, passaram a ser cada vez mais frequentes e violentos, e os palestinos, expulsos de suas terras, acabaram ficando sem território.    

                                     Movimentos terroristas

    As sucessivas derrotas árabes nas guerras de 1947 - 1948, 1956, 1967 e 1973 consolidaram o Estado de Israel e sufocaram qualquer possibilidade de um Estado palestino. 
    Foi então  que extremistas optaram pelo uso do terrorismo como forma de pressão.  A fundação da Al-Fatah tinha como objetivo inicial a expulsão dos judeus da Palestina. Movimentos terroristas vinculados à Organização para Libertação da Palestina (OLP), como o Setembro Negro, realizaram ações criminosas contra pessoas e interesses econômicos israelenses ou ocidentais. O sequestro e assassinato de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique em 1972 foi uma das ações de maior repercussão, manchando a causa palestina . 
   
                               Conflitos árabe-israelenses
  
   No contexto da guerra Fria, o Oriente foi um dos focos de tensão entre as superpotências. Enquanto Israel se aliou aos Estados Unidos, os países árabes buscaram ajuda da União Soviética.  
     A partir de 1948, com a criação do Estado de Israel, os conflitos entre árabes e israelenses se multiplicaram. Desde o início da criação do Estado de Israel, os israelense se impuseram à força nessa área, ampliando o território a eles destinado inicialmente. Já em 1948 e 1949 eclodiu uma violenta guerra entre Israel e países árabes vizinhos, na qual Israel conquistou novas terras, aumentando em 50% o seu território (veja os mapas abaixo ) . 
Geografia Newton Almeida

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    O Estado israelense ocupou outras áreas que oficialmente não faziam parte de seu território : Golan (1.500 Km²), pertencente à Síria, a Cisjordânia (5.879 km²), e a parte leste de Jerusalém (70 km²). Desde  1967, Israel ocupava também a Faixa de Gaza, com 378 km², onde habitavam 8 mil colonos judeus.
   Na década de 1970, o conflito estendeu-se ao Líbano, onde coexistem comunidades árabes e cristãs. Nesse período, Israel, começou a perder o apoio da opinião pública internacional por conta da brutal repressão contra refugiados palestinos dos campos de Sabra e Shatila, no Líbano. No fim da década, a população palestina rebelou-se contra a ocupação israelense, na chamada Primeira Intifada. 
     Um primeiro processo de paz iniciado em Madri, em 1992, foi abortado com o assassinato do primeiro-ministro de Israel, Yitzahak Rabin, por um extremista judeu (veja abaixo). 
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   Após o desgaste de uma intervenção militar norte-americana no Iraque, não autorizada pelo  Conselho de Segurança  da ONU, o governo do presidente George W.  Bush iniciou, em maio de 2003, negociações para firmar um acordo de paz entre o premiê palestino, Abu Mazen, e o de Israel, Ariel Sharon. Porém, as organizações palestinas Hamas, a Brigada dos Mártires de Al Aqsa e o Jihad islâmico não se entenderam e decidiram continuar a resistência armada. 
   Paralelamente prossegue a segunda intifada (levante contra a ocupação israelense), que começou em setembro de 2000; ao contrário  da primeira, ela  utiliza armas de  fogo e já matou mais de 1700 palestinos e 600 israelenses. A primeira intifada, que utilizou pedras como seu instrumento de luta, iniciou-se em 1987 e terminou em 1993. 
    Nos anos posteriores radicalizou-se a violência entre as duas partes. os terroristas palestinos usaram indiscriminadamente os homens-bomba, enquanto o Estado de  Israel construía um muro para se proteger dos terroristas. 
    No fim de  2003, a construção de um muro de concreto, juntamente com as barreiras paralelas (arame farpado e estradas militares) que separam árabes e judeus na Cisjordânia, tornou-se um novo fator de tensão geopolítica, dificultando o processo de negociação de paz na região. 
   Se o muro foi concebido para  impedir a passagem de militantes palestinos que cometem atentados suicidas em Israel ou idealizado como a fronteira desejada por Israel, o  fato é que, com essa barreira de concreto, as duas comunidades prosseguirão isoladas na região, como se fossem  guetos. Além do mais, a História registra que a paz se constrói com a criação  de um mínimo de confiança entre os povos envolvidos, por meio  de negociações, o que implica concessões de ambos os lados. Um muro como esse  só agrava as disputas entre árabes e judeus, até porque é mais um obstáculo para o deslocamento da mão de obra, outro problema da região. 
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                          Cronologia dos conflitos no Oriente Médio

1947 - 1948   -  guerra entre árabes e judeus motivada pela criação do Estado de Israel 

1956  -  guerra entre árabes e judeus pela posse do Canal de Suez, no Egito 

1967  - Guerra dos Seis Dias

1973  -  Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão)

1980 - 1988   -  Guerra Irã - Iraque 

1990 - 1991  -  Guerra do Golfo, Iraque - Kwait

2001  -  início da invasão dos Estados Unidos no Afeganistão 

2003  -  início da invasão dos Estados Unidos no Iraque 

       Atualmente, estamos próximos do  reconhecimento de um  Estado Palestino, porém o risco de o processo voltar a fracassar é ainda muito grande.
     Além dos conflitos entre árabes e judeus, há outro  aspecto a considerar. Cerca de 65% das reservas mundiais de petróleo estão  no Oriente Médio, com destaque para a Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. Essa riqueza atraiu potências como França, Reino Unido,  Estados Unidos e Rússia que, com a intenção de explorar as jazidas, interferiram na política da região, gerando também conflitos. 

          Donald Trump Reconhece  Jerusalém como Capital de Israel 
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      Os judeus consideram Jerusalém sua capital eterna e indivisível, em oposição aos palestinos que sonham em ter seu próprio estado reconhecido e Jerusalém Oriental como sua capital. O povo árabe nunca aceitou a decisão da Organização das Nações Unidas de 1947, e desde então nutrem esperanças e se esforçam para que os palestinos retomem toda a região, o que foi contrariado, novamente, com a recente decisão de Donald Trump. 
        Em 1995 o Congresso dos Estados Unidos aprovou lei que reconhece Jerusalém como capital de Israel, estipulando o dia  31 de maio de 1999 como data final para a mudança de sede da embaixada, de Tel Aviv para Jerusalém, porém deixando a possibilidade de adiamento por 6 meses, em salvaguardas de interesses e segurança nacional. Desde então, os Presidentes dos Estados Unidos, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama foram adiando a decisão, sucessivamente, até os dias de hoje. Donald Trump adiou os atos dessa lei, por uma vez em junho de 2017, mas agora ele decidiu por implementá-la e transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. 


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