" Estados Unidos e Canadá
Dois países e uma só economia
Os Estados Unidos da América e o Canadá são os dois únicos países do continente americano que apresentam uma economia de mercado desenvolvida. Ou seja, são os únicos países americanos incluídos no Norte industrializado. Veja o mapa abaixo.
Ambos formam a chamada América Anglo-Saxônica, pois o principal idioma oficial desses países é o inglês, língua de origem anglo-saxônica ou germânica. O espanhol e o francês, línguas de origem latina, também estão presentes : nos Estados Unidos da América é cada vez maior o número de pessoas que falam o espanhol, principalmente nas regiões do sul, onde ele é usado em muitas escolas. As línguas oficiais do Canadá são o inglês e o francês. Esta última é a língua predominante na província de Quebec (habitada por dois terços dos cidadãos canadenses de língua francesa) e falada, em menor proporção, também em outras províncias (Manitoba, Nova Brunswick, Ontário). Assim, do ponto de vista linguístico, essa porção da América é predominantemente anglo-saxônica, embora não de maneira exclusiva.
Os Estados Unidos da América e o Canadá são os maiores países do continente americano e estão entre os maiores países do mundo : o Canadá tem uma área de 9.970.610 Km² ; os Estados Unidos da América (considerando o Alasca, localizado a noroeste do Canadá, e o Havaí, situado em um arquipélago do Oceano Pacífico) tem uma área de 9.372.614 Km². Apenas a Rússia (17.075.400 Km²) é maior que o Canadá, e a China, terceiro país do mundo em extensão territorial, com seus 9.572.900 Km² , é maior que os Estados Unidos, o quarto colocado.
Estendendo-se de leste para oeste, ou seja, do oceano Atlântico até o oceano Pacífico, a área territorial desses países tem uma importância fundamental , pois favorece a existência de muitos recursos naturais (veja o mapa abaixo). Mas, o Canadá (que apresenta clima continental frio, com invernos rigorosos, além de clima frio polar no extremo norte) enfrenta dificuldades para povoar suas áreas mais geladas, não chegando, por isso, a explorar totalmente seus recursos naturais.
Nesse aspecto, os Estados Unidos levam vantagem : poucas áreas apresentam grandes altitudes, como as montanhas Rochosas (a oeste), ou clima árido, como o deserto do Colorado (a sudoeste). Essas condições possibilitam o povoamento de quase todo o território e facilitam a exploração de recursos naturais.
Nas montanhas Rochosas existem importantes recursos minerais. Essa cadeia de montanhas atravessa, de norte a sul, todo o oeste do Canadá e dos Estados Unidos, inclusive o Alasca.
A leste do Canadá localiza-se o planalto do Labrador, com ricas reservas de ferro. Nos montes Apalaches, a leste dos Estados Unidos, há reservas quase inesgotáveis de carvão mineral e carvão fóssil, com numerosas minas exploradas a céu aberto.
No centro de ambos os países existe uma importante área de planície, chamada de planície Central, originalmente coberta por dois tipos de vegetação herbácea : as pradarias e as estepes. Nas áreas de pradarias o índice pluviométrico varia entre 250 e 500 milímetros por ano; as áreas das estepes são mais secas, com índice inferior a 250 milímetros.
Somente uma pequena área no sudoeste do Canadá está coberta por pradarias. Nos Estados Unidos, porém, uma imensa área apresenta essa vegetação, substituída pelas estepes apenas a oeste, na direção dos desertos e da área montanhosa.
O montante das reservas naturais dos Estados Unidos era de tal ordem que o país se caracterizou por um verdadeiro esbanjamento de recursos no início de sua industrialização. exploravam-se apenas os melhores filões das jazidas de ferro, manganês, linhita, hulha, bauxita, cobre, níquel, petróleo, etc. Muitos poços petrolíferos e minas ainda em condições de funcionamento eram abandonados. Esse desperdício acabou provocando sérios estragos no meio ambiente, além de esgotar diversas minas. É por isso que atualmente os Estados Unidos dependem da importação de alguns produtos, como o manganês, bauxita e níquel.
As jazidas minerais mais importantes do Canadá localizam-se nas proximidades da fronteira com os Estados Unidos. O clima mais ameno, a importância econômica de tais jazidas e da planície Central a a vizinhança dos Grandes Lagos explicam por que essa área limítrofe é a mais populosa do país.
O Canadá possui uma população reduzida para o tamanho do seu território: cerca de 33 milhões de habitantes (2007). Os Estados Unidos, por sua vez, têm mais de 305 milhões de habitantes (2007) - pouco mais de 4% da população mundial - que desfrutam de um elevadíssimo padrão de consumo. Trata-se do maior e mais diversificado mercado consumidor do planeta.
Tal mercado tende a se fortalecer ainda mais, já que nas últimas décadas a economia do Canadá vem se integrando cada vez mais à dos Estados Unidos. Essa integração foi adquirindo um contorno mais nítido nas primeiras décadas do século XX, quando os Estados Unidos iniciaram pesados investimentos na economia canadense, mantidos até hoje. Também a economia mexicana, embora mais pobre, vem estreitando seus laços com os Estados Unidos, principalmente a partir dos anos 1990.
Formação dos Estados Unidos da América
Temos uma grande diferença entre dois tipos de colonização na América do Norte : a de povoamento, tal como ocorreu no litoral norte dos Estados Unidos (e também Canadá), e a de exploração, que ocorreu no sul dos Estados Unidos e também na América Latina. No primeiro tipo, o objetivo dos europeus que vinham para a América era fundar uma nova pátria, isto é, morar permanentemente; no segundo, pelo contrário, o objetivo era tão somente enriquecer e voltar para a metrópole. É por isso que o primeiro é denominado colonização de povoamento, ao passo que o segundo é chamado de colonização mercantilista ou de exploração.
Depois de constituída a federação, os norte-americanos iniciaram, em 1803, a conquista do oeste dos Estados Unidos .
Com a industrialização do país, concentrada na parte norte, as diferenças entre o Norte - das manufaturas - e o Sul - dos latifúndios - se aprofundaram. Ao mesmo tempo que o processo industrial concentrou-se no norte, o poder político da federação ficou em parte com os estados do sul.
Até a guerra civil, os Estados Unidos da América eram de fato uma confederação, isto é, uma frágil união ou associação de estados independentes. Hoje esse país é uma federação, ou seja, uma União (um único Estado-Nação), onde existem vários estados com grande autonomia, mas não independentes.
Formação do Canadá
A colonização do Canadá teve início no século XVII, quando o francês Samuel Champlain fundou, em 1608, a cidade de Quebec, às margens do rio São Lourenço. Em 1642, no vale do mesmo rio, foi fundada a cidade de Montreal e, a partir daí, os franceses procuraram conhecer o interior do território.
A colonização do Canadá caracterizou-se por povoamentos. Os franceses empenhados nessa tarefa eram geralmente fugitivos das perseguições políticas e religiosas que aconteciam na França.
A oposição entre católicos e protestantes marca a história desse país, que em 1791 foi dividido em duas partes :
* o Alto Canadá - atual província de Ontário - onde se concentraram os colonos protestantes de origem inglesa e os americanos fiéis ao Reino Unido ;
* o Baixo Canadá - atual província de Quebec - onde se concentrou a população católica de ascendência francesa.
Após a Guerra de Secessão (1861-1865) nos Estados Unidos, temendo que esse país avançasse para o norte em direção a seus territórios, o Reino Unido decidiu unificar o Alto e o Baixo Canadá. Para isso transformou aquela área numa federação, que posteriormente se estendeu para o oeste, atingindo o oceano Pacífico em 1871 e formando o atual Canadá .
Imagem acima : vista aérea de Toronto, no Canadá, em 2004 .
A presença da economia norte-americana em outros países
O papel de superpotência do mundo capitalista foi assumido pelos Estados Unidos da América ao término da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). A Guerra Fria durou até 1991, quando ocorreu a dissolução da União Soviética e ficou claro que o mundo capitalista não tinha apenas um centro de poder, mas três : Estados , Japão e União Europeia. Durante a segunda metade do século XX, o país exerceu um domínio sobre o mundo capitalista, claramente mostrado pela importância do dólar como moeda internacional. Essa é, ainda hoje, a moeda mais importante da economia mundial.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos financiaram a recuperação da economia de vários países da Europa Ocidental, bem como a do Japão. Passaram, também, a instalar bases militares na áreas mais estratégicas do mundo, como Oriente Médio, Europa Ocidental e Japão. Todavia, com o desaparecimento do bloco socialista (1991) e a consolidação do desenvolvimento do Japão e da União Europeia (1999), hoje o país divide a supremacia mundial com esses dois centros de poder.
A expansão das multinacionais
Depois de 1945, as multinacionais norte-americanas mantiveram seus elevados investimentos no Canadá e intensificaram de duas maneiras sua presença na América Latina : pela instalação de filiais, principalmente no México, no Brasil e na Argentina ; e pela exploração agrícola, sobretudo na América Central, onde a United Fruit Company é o melhor exemplo. A partir de 1960, essas empresas aumentaram consideravelmente seus investimentos na Europa Ocidental, no oriente Médio e em alguns países da África.
A instalação de filiais em outros países é uma maneira de as multinacionais fugirem das exigências fiscais do governo (pagamento de impostos). Assim, procuram lugares onde possam obter maiores lucros, principalmente por meio de mão de obra barata, uma vez que nos Estados Unidos, além do rigoroso controle fiscal, o operário especializado recebe altos salários. É evidente que a presença de mercados consumidores significativos no exterior também determina a instalação de filiais, pois é uma forma de abastecer esse mercado produzindo lá mesmo e evitando os impostos de importações cobrados pelos governos locais. Por sinal, nos dias de hoje, em que a mão de obra barata já não é mais tão importante (pois pode ser substituída, com vantagens por robôs), a presença de um forte mercado consumidor, além de mão de obra qualificada, tem uma importância muito maior que no passado.
Os Estados Unidos da América e o Canadá são os maiores países do continente americano e estão entre os maiores países do mundo : o Canadá tem uma área de 9.970.610 Km² ; os Estados Unidos da América (considerando o Alasca, localizado a noroeste do Canadá, e o Havaí, situado em um arquipélago do Oceano Pacífico) tem uma área de 9.372.614 Km². Apenas a Rússia (17.075.400 Km²) é maior que o Canadá, e a China, terceiro país do mundo em extensão territorial, com seus 9.572.900 Km² , é maior que os Estados Unidos, o quarto colocado.
Estendendo-se de leste para oeste, ou seja, do oceano Atlântico até o oceano Pacífico, a área territorial desses países tem uma importância fundamental , pois favorece a existência de muitos recursos naturais (veja o mapa abaixo). Mas, o Canadá (que apresenta clima continental frio, com invernos rigorosos, além de clima frio polar no extremo norte) enfrenta dificuldades para povoar suas áreas mais geladas, não chegando, por isso, a explorar totalmente seus recursos naturais.
Nesse aspecto, os Estados Unidos levam vantagem : poucas áreas apresentam grandes altitudes, como as montanhas Rochosas (a oeste), ou clima árido, como o deserto do Colorado (a sudoeste). Essas condições possibilitam o povoamento de quase todo o território e facilitam a exploração de recursos naturais.
Nas montanhas Rochosas existem importantes recursos minerais. Essa cadeia de montanhas atravessa, de norte a sul, todo o oeste do Canadá e dos Estados Unidos, inclusive o Alasca.
A leste do Canadá localiza-se o planalto do Labrador, com ricas reservas de ferro. Nos montes Apalaches, a leste dos Estados Unidos, há reservas quase inesgotáveis de carvão mineral e carvão fóssil, com numerosas minas exploradas a céu aberto.
No centro de ambos os países existe uma importante área de planície, chamada de planície Central, originalmente coberta por dois tipos de vegetação herbácea : as pradarias e as estepes. Nas áreas de pradarias o índice pluviométrico varia entre 250 e 500 milímetros por ano; as áreas das estepes são mais secas, com índice inferior a 250 milímetros.
Somente uma pequena área no sudoeste do Canadá está coberta por pradarias. Nos Estados Unidos, porém, uma imensa área apresenta essa vegetação, substituída pelas estepes apenas a oeste, na direção dos desertos e da área montanhosa.
O montante das reservas naturais dos Estados Unidos era de tal ordem que o país se caracterizou por um verdadeiro esbanjamento de recursos no início de sua industrialização. exploravam-se apenas os melhores filões das jazidas de ferro, manganês, linhita, hulha, bauxita, cobre, níquel, petróleo, etc. Muitos poços petrolíferos e minas ainda em condições de funcionamento eram abandonados. Esse desperdício acabou provocando sérios estragos no meio ambiente, além de esgotar diversas minas. É por isso que atualmente os Estados Unidos dependem da importação de alguns produtos, como o manganês, bauxita e níquel.
As jazidas minerais mais importantes do Canadá localizam-se nas proximidades da fronteira com os Estados Unidos. O clima mais ameno, a importância econômica de tais jazidas e da planície Central a a vizinhança dos Grandes Lagos explicam por que essa área limítrofe é a mais populosa do país.
O Canadá possui uma população reduzida para o tamanho do seu território: cerca de 33 milhões de habitantes (2007). Os Estados Unidos, por sua vez, têm mais de 305 milhões de habitantes (2007) - pouco mais de 4% da população mundial - que desfrutam de um elevadíssimo padrão de consumo. Trata-se do maior e mais diversificado mercado consumidor do planeta.
Tal mercado tende a se fortalecer ainda mais, já que nas últimas décadas a economia do Canadá vem se integrando cada vez mais à dos Estados Unidos. Essa integração foi adquirindo um contorno mais nítido nas primeiras décadas do século XX, quando os Estados Unidos iniciaram pesados investimentos na economia canadense, mantidos até hoje. Também a economia mexicana, embora mais pobre, vem estreitando seus laços com os Estados Unidos, principalmente a partir dos anos 1990.
Formação dos Estados Unidos da América
Temos uma grande diferença entre dois tipos de colonização na América do Norte : a de povoamento, tal como ocorreu no litoral norte dos Estados Unidos (e também Canadá), e a de exploração, que ocorreu no sul dos Estados Unidos e também na América Latina. No primeiro tipo, o objetivo dos europeus que vinham para a América era fundar uma nova pátria, isto é, morar permanentemente; no segundo, pelo contrário, o objetivo era tão somente enriquecer e voltar para a metrópole. É por isso que o primeiro é denominado colonização de povoamento, ao passo que o segundo é chamado de colonização mercantilista ou de exploração.
Depois de constituída a federação, os norte-americanos iniciaram, em 1803, a conquista do oeste dos Estados Unidos .
Com a industrialização do país, concentrada na parte norte, as diferenças entre o Norte - das manufaturas - e o Sul - dos latifúndios - se aprofundaram. Ao mesmo tempo que o processo industrial concentrou-se no norte, o poder político da federação ficou em parte com os estados do sul.
Até a guerra civil, os Estados Unidos da América eram de fato uma confederação, isto é, uma frágil união ou associação de estados independentes. Hoje esse país é uma federação, ou seja, uma União (um único Estado-Nação), onde existem vários estados com grande autonomia, mas não independentes.
Formação do Canadá
A colonização do Canadá teve início no século XVII, quando o francês Samuel Champlain fundou, em 1608, a cidade de Quebec, às margens do rio São Lourenço. Em 1642, no vale do mesmo rio, foi fundada a cidade de Montreal e, a partir daí, os franceses procuraram conhecer o interior do território.
A colonização do Canadá caracterizou-se por povoamentos. Os franceses empenhados nessa tarefa eram geralmente fugitivos das perseguições políticas e religiosas que aconteciam na França.
A oposição entre católicos e protestantes marca a história desse país, que em 1791 foi dividido em duas partes :
* o Alto Canadá - atual província de Ontário - onde se concentraram os colonos protestantes de origem inglesa e os americanos fiéis ao Reino Unido ;
* o Baixo Canadá - atual província de Quebec - onde se concentrou a população católica de ascendência francesa.
Após a Guerra de Secessão (1861-1865) nos Estados Unidos, temendo que esse país avançasse para o norte em direção a seus territórios, o Reino Unido decidiu unificar o Alto e o Baixo Canadá. Para isso transformou aquela área numa federação, que posteriormente se estendeu para o oeste, atingindo o oceano Pacífico em 1871 e formando o atual Canadá .
Imagem acima : vista aérea de Toronto, no Canadá, em 2004 .
A presença da economia norte-americana em outros países
O papel de superpotência do mundo capitalista foi assumido pelos Estados Unidos da América ao término da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). A Guerra Fria durou até 1991, quando ocorreu a dissolução da União Soviética e ficou claro que o mundo capitalista não tinha apenas um centro de poder, mas três : Estados , Japão e União Europeia. Durante a segunda metade do século XX, o país exerceu um domínio sobre o mundo capitalista, claramente mostrado pela importância do dólar como moeda internacional. Essa é, ainda hoje, a moeda mais importante da economia mundial.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos financiaram a recuperação da economia de vários países da Europa Ocidental, bem como a do Japão. Passaram, também, a instalar bases militares na áreas mais estratégicas do mundo, como Oriente Médio, Europa Ocidental e Japão. Todavia, com o desaparecimento do bloco socialista (1991) e a consolidação do desenvolvimento do Japão e da União Europeia (1999), hoje o país divide a supremacia mundial com esses dois centros de poder.
A expansão das multinacionais
Depois de 1945, as multinacionais norte-americanas mantiveram seus elevados investimentos no Canadá e intensificaram de duas maneiras sua presença na América Latina : pela instalação de filiais, principalmente no México, no Brasil e na Argentina ; e pela exploração agrícola, sobretudo na América Central, onde a United Fruit Company é o melhor exemplo. A partir de 1960, essas empresas aumentaram consideravelmente seus investimentos na Europa Ocidental, no oriente Médio e em alguns países da África.
A instalação de filiais em outros países é uma maneira de as multinacionais fugirem das exigências fiscais do governo (pagamento de impostos). Assim, procuram lugares onde possam obter maiores lucros, principalmente por meio de mão de obra barata, uma vez que nos Estados Unidos, além do rigoroso controle fiscal, o operário especializado recebe altos salários. É evidente que a presença de mercados consumidores significativos no exterior também determina a instalação de filiais, pois é uma forma de abastecer esse mercado produzindo lá mesmo e evitando os impostos de importações cobrados pelos governos locais. Por sinal, nos dias de hoje, em que a mão de obra barata já não é mais tão importante (pois pode ser substituída, com vantagens por robôs), a presença de um forte mercado consumidor, além de mão de obra qualificada, tem uma importância muito maior que no passado.
Imagem acima : fábrica da Boeing, em 2008. A indústria aeronáutica norte-americana é uma das mais importantes do mundo.
A economia canadense e sua relação com os Estados Unidos da América
As enormes e diversificadas jazidas do território canadense ( ferro, petróleo, gás natural, urânio, ouro, prata, níquel, cobre, molibdênio, zinco, amianto, etc. ) garantiram ao país, já no fim do século XIX, a exportação dessas matérias primas para os países da Europa ocidental, principalmente o Reino Unido. Esses mesmos recursos levaram, no início do século XX, à industrialização do Canadá, que se caracterizou por receber elevados investimentos do Reino Unido e dos Estados Unidos para extração e produção do petróleo e do gás natural, bem como para desenvolver suas indústrias.
Tudo indica que a integração entre o Canadá e os Estados Unidos avança. Mais do que isso, ela constitui uma das estratégias de fortalecimento dos Estados Unidos, diante da unificação econômica e, em parte política, entre os países que integram a União Europeia.
Espaço industrial / urbano dos Estados Unidos da América
A região nordeste dos Estados Unidos (formada pelas porções centro-norte da costa atlântica e pela região dos Grandes Lagos) concentra a poderosa indústria norte-americana e sedia os maiores empreendimentos da economia do país. Mas, a porção litorânea do Golfo do México e a costa do Pacífico tendem a desempenhar um papel cada vez mais importante no conjunto da economia dos Estados Unidos .
O Nordeste, centro financeiro e industrial
O processo de industrialização dos Estados Unidos provocou, no começo do século XIX, uma forte concentração industrial na porção norte-central do seu litoral atlântico. O minério de ferro (em Birmingham), o petróleo (em Ohio) e as jazidas de carvão (entre a Pensilvânia e o Alabama) garantiram o extraordinário desenvolvimento das indústrias siderúrgica e mecânica na região.
Mas a pujante indústria siderúrgica que aí se desenvolveu hoje está em crise : os estabelecimentos industriais envelheceram; o preço do aço, muito elevado, incentiva a forte concorrência europeia e japonesa; a mão de obra tornou-se muito cara, já que a central sindical United Steel Workers of America é muito ativa. Assim, aquela região deixou de ser a mais industrializada dos Estados Unidos.
Na parte centro-norte da costa leste, porém, formou-se, até 1970, a mais extraordinária megalópole do país e do mundo inteiro, que se estende de Boston a Washington, por 600 quilômetros da costa atlântica. Aí se localizam as grandes metrópoles de Nova York, Filadélfia e Baltimore. Veja o mapa abaixo.
Apesar de hoje apresentar uma industrialização em declínio, o centro-norte da costa leste continua concentrando as maiores rendas do país, além de seus maiores recursos financeiros. Isso porque abriga os dois centros de decisão dos Estados Unidos: o político, em Washington, e o econômico-finaceiro em Nova York (foto abaixo; vista parcial da Ilha de Manhattan, centro de Nova York, em 2008 ; a cidade ainda é o centro financeiro do mundo), cidade que concentra 52% das atividades financeiras do país e onde está a maior parte das sedes as multinacionais e seus laboratórios de pesquisa.
Em plena crise financeira, deflagrada em 2008, no dia 4 de novembro desse ano, ocorreram eleições presidenciais nos Estados Unidos. Barack Obama, candidato democrata, venceu a disputa. Na foto abaixo, o presidente eleito dos Estados Unidos da América, caminha pela avenida Pennsylvania, próximo à Casa Branca, em Washington, durante o desfile de posse, no dia 20 de janeiro de 2009.
Primeiro afrodescendente a conquistar esse cargo, Barack Obama faz parte de uma corrente política mais liberal do que a de seu antecessor, George W. Bush, que era fortemente conservador e adotava uma política externa arrogante e expansionista (durante seu mandato invadiu o Afeganistão e o Iraque).
Obama representa a esperança de uma política externa menos agressiva, de um possível diálogo com Cuba e de uma tentativa de promover a paz no Oriente Médio.
Outra área de antiga concentração industrial do fim do século XIX é a região dos Grandes Lagos ( lago Superior, Michigan, Ontário, Erie e Huron) que constitui uma verdadeira bacia marítima no interior do território, facilitando a navegação. A escavação do canal Erie permitiu a navegação até Nova York e o estabelecimento de relações entre o centro-norte e a costa atlântica.
Sul atlântico e litoral do golfo do México
Nos estados sulinos, a urbanização e o padrão de vida são os mais baixos do país. A única grande cidade da região é Atlanta (na foto abaixo : vista da cidade de Atlanta, capital do estado da Geórgia, em 2006). Por sua vez, a porção litorânea do golfo do México, que vai da península da Flórida até o rio Grande, teve um significativo desenvolvimento a partir da década de 1960, o que provocou o crescimento elevado de sua população urbana.
Costa oeste , um ponto estratégico
A Costa oeste dos Estados Unidos tem uma importância estratégica em relação ao Extremo Oriente, na Ásia. Intensificada pela Guerra da Coreia (1950 - 1953), essa importância aumentou durante a Guerra do Vietnã (1961 - 1975), quando o país fez uma série de encomendas à indústria japonesa, e ao longo dos anos 1980, quando o oceano Pacífico passou a rivalizar com o Atlântico pela posição de rota de transporte mais importante do mundo.
Com o objetivo de gerar inovações tecnológicas e científicas, a partir da década de 1950 muitas empresas começaram a se instalar na região do Vale do Silício. Hoje o vale abrange várias cidades do estado da Califórnia e se destaca na produção de chips, na eletrônica e na informática.
Foto abaixo : edifício do City Hall Rotunda, na cidade de San Jose, conhecida como a capital do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos.
Espaço industrial - urbano do Canadá
O Canadá possui uma estrutura industrial completa, isto é, produz desde bens de consumo até bens de produção, destacando-se as indústrias mecânica e química. Em alguns setores, como na indústria automobilística, de alumínio, de borracha, etc., o controle exercido pelos Estados Unidos é de 100% .
A região dos Grandes Lagos, diretamente relacionada com o vale do rio São Lourenço, é também a mais industrializada e urbanizada do país. Mas são visíveis as diferenças entre a província de Ontário (onde se destacam as cidades de Toronto e Otawa) e a de Quebec (cujas principais cidades são Quebec e Montreal). A província de Ontário apresenta um padrão de vida mais elevado, pois aí se encontram as indústrias mais modernas do Canadá. O resultado dessas diferenças é a grande insatisfação dos habitantes de Quebec, cidade que apresenta uma dependência em relação a Ontário.
Nas demais províncias do Canadá existem apenas algumas cidades que têm certa importância como centros industriais : Vancouver, na província da Colúmbia Britânica ; Edmonton e Calgary, em Alberta; Regina, em Saskatchewan; e Winnipeg, em Manitoba. "
Fonte livro : VESENTINI, J. William ; VLACH, Vânia . Geografia Crítica , Geografia do mundo industrializado . Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .
GEOGRAFIA Newton Almeida
GEOGRAFIA Newton Almeida