quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

América Anglo-Saxônica - Estados Unidos - Canadá

      

 "            Estados Unidos  e  Canadá 

                                      Dois países e uma só economia 
     
     Os Estados Unidos da América e o Canadá são os dois únicos países do continente americano que apresentam uma economia  de mercado desenvolvida. Ou seja, são os únicos países americanos incluídos no Norte industrializado. Veja o mapa abaixo. 
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     Ambos formam   a chamada América Anglo-Saxônica, pois o principal idioma oficial desses países é o inglês, língua de origem anglo-saxônica ou germânica. O espanhol e o francês, línguas de origem latina, também estão presentes : nos Estados Unidos da América é cada vez maior o número de pessoas que falam o espanhol, principalmente nas regiões do sul, onde ele é usado em muitas escolas. As línguas oficiais do Canadá são o inglês e o francês. Esta última é a língua predominante na província de Quebec (habitada por dois terços dos cidadãos canadenses de língua francesa) e falada, em menor proporção, também em outras províncias (Manitoba, Nova Brunswick, Ontário). Assim, do ponto de vista linguístico, essa porção da América é predominantemente anglo-saxônica, embora não de maneira exclusiva. 
     Os Estados Unidos da América e o Canadá são os maiores países do continente americano e estão entre os maiores países  do mundo : o Canadá tem uma  área de 9.970.610 Km² ; os Estados Unidos da América (considerando o Alasca, localizado a noroeste do Canadá, e o Havaí, situado em um arquipélago do Oceano Pacífico)  tem uma área de 9.372.614 Km².  Apenas a Rússia (17.075.400 Km²) é maior que o Canadá, e a China, terceiro país do mundo em extensão territorial, com seus 9.572.900 Km² , é  maior  que os Estados Unidos, o quarto colocado. 
     Estendendo-se de leste para oeste, ou seja, do oceano Atlântico até o oceano Pacífico, a área territorial desses países tem uma importância fundamental , pois favorece a existência de muitos  recursos naturais (veja o mapa abaixo). Mas, o Canadá (que apresenta clima continental frio, com invernos rigorosos, além de clima frio polar no extremo norte) enfrenta dificuldades para povoar suas áreas mais geladas, não  chegando, por isso, a explorar totalmente seus recursos naturais. 
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     Nesse aspecto, os Estados Unidos levam vantagem : poucas áreas apresentam grandes altitudes, como as montanhas Rochosas (a oeste), ou clima árido, como o deserto do Colorado (a sudoeste). Essas condições possibilitam o povoamento de quase todo o território e facilitam a exploração de recursos naturais. 
     Nas montanhas Rochosas  existem importantes recursos minerais. Essa cadeia de montanhas atravessa, de norte a sul, todo o oeste do Canadá e dos Estados Unidos, inclusive o Alasca. 
     A leste do Canadá localiza-se o planalto do Labrador, com ricas reservas de ferro. Nos montes Apalaches, a leste dos  Estados Unidos, há  reservas quase inesgotáveis de carvão mineral e carvão fóssil, com numerosas minas exploradas a céu aberto. 
     No  centro de ambos os países existe uma importante área de planície, chamada  de planície Central, originalmente coberta por dois tipos de vegetação herbácea : as pradarias e as estepes. Nas áreas de pradarias o índice pluviométrico varia entre 250 e 500 milímetros por ano; as áreas das estepes são mais secas, com índice inferior a 250 milímetros.
     Somente uma pequena área no sudoeste do Canadá está coberta por pradarias. Nos Estados Unidos, porém, uma imensa área apresenta essa vegetação, substituída pelas estepes apenas a oeste, na direção dos desertos e da área montanhosa. 
     O montante das reservas naturais dos Estados Unidos era de tal ordem que o país se caracterizou por um verdadeiro esbanjamento de recursos no início de sua industrialização. exploravam-se apenas os melhores filões das jazidas de ferro, manganês, linhita, hulha, bauxita, cobre, níquel, petróleo, etc. Muitos poços petrolíferos e minas ainda em condições de funcionamento eram abandonados. Esse desperdício acabou provocando sérios estragos no meio ambiente, além de esgotar diversas minas. É por isso que atualmente os Estados Unidos dependem da importação de alguns produtos, como o manganês, bauxita e níquel. 
     As jazidas  minerais mais importantes do Canadá localizam-se nas proximidades da fronteira com os Estados Unidos. O clima mais ameno, a importância econômica de tais jazidas e da planície Central a a vizinhança dos Grandes Lagos explicam por que essa área limítrofe é a mais populosa do país. 
     O Canadá possui uma população reduzida para o tamanho  do seu território: cerca de 33 milhões de habitantes (2007). Os Estados Unidos, por sua vez,  têm mais de 305 milhões de habitantes (2007) - pouco mais de 4% da população mundial - que desfrutam de um elevadíssimo padrão  de consumo. Trata-se do maior e mais diversificado mercado consumidor do planeta.
     Tal mercado tende a se fortalecer ainda mais, já que nas últimas décadas a economia do Canadá  vem se integrando cada vez mais à dos Estados Unidos. Essa integração foi adquirindo um contorno mais nítido nas primeiras décadas do século XX, quando os Estados Unidos iniciaram pesados investimentos na economia canadense, mantidos até hoje. Também a economia mexicana, embora mais pobre, vem estreitando seus laços com os Estados Unidos, principalmente a partir dos anos 1990.   
        
                                 Formação dos Estados Unidos da América 


     Temos uma grande diferença entre dois tipos  de colonização na América do Norte : a de povoamento, tal como ocorreu no litoral norte dos Estados Unidos (e também Canadá), e a de exploração, que ocorreu no sul dos Estados Unidos e também na América Latina. No primeiro tipo, o objetivo dos europeus que vinham para a América era fundar uma nova pátria, isto é, morar permanentemente; no segundo, pelo contrário, o objetivo era tão somente enriquecer e voltar para a metrópole. É por isso que o primeiro é denominado colonização de povoamento, ao passo que o segundo é chamado de colonização mercantilista ou de exploração. 
     Depois  de constituída a federação, os norte-americanos iniciaram, em 1803, a conquista do oeste dos Estados Unidos . 
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     Com a industrialização do país, concentrada na parte norte, as diferenças entre o Norte - das manufaturas - e o Sul - dos latifúndios - se aprofundaram. Ao mesmo tempo que o processo industrial concentrou-se no norte, o poder político da federação ficou em parte com os  estados do sul. 
     Até a guerra civil, os Estados  Unidos da América eram de fato uma confederação, isto é, uma frágil união ou associação de estados independentes. Hoje esse país é uma federação, ou seja, uma União (um único Estado-Nação), onde existem vários estados com grande autonomia, mas não independentes. 


                                    Formação do Canadá  


     A colonização do Canadá teve início no século XVII, quando o francês Samuel Champlain fundou, em 1608, a cidade de Quebec, às margens do rio São Lourenço. Em 1642, no vale do mesmo rio, foi fundada a cidade de Montreal e, a partir daí, os franceses procuraram conhecer o interior do território.
     A colonização do Canadá caracterizou-se por povoamentos. Os franceses empenhados nessa tarefa eram geralmente fugitivos das perseguições políticas e religiosas que aconteciam na França. 
     A oposição entre católicos e protestantes marca a história desse país, que em 1791 foi dividido em duas partes : 
* o Alto Canadá  - atual província de Ontário - onde se concentraram os colonos protestantes de origem inglesa e os americanos fiéis ao Reino Unido ; 
* o Baixo Canadá  - atual província de Quebec - onde se concentrou a população católica de ascendência francesa.
     Após a Guerra de Secessão (1861-1865) nos Estados Unidos, temendo que esse país avançasse para o norte em direção a seus territórios, o Reino Unido decidiu unificar o Alto e o Baixo Canadá. Para isso transformou aquela área numa federação, que posteriormente se estendeu para o oeste, atingindo o oceano Pacífico em 1871 e formando o atual Canadá . 
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           Imagem acima : vista aérea de Toronto, no Canadá, em 2004 . 
                                   
                                  A presença da economia norte-americana em outros países


        O papel de superpotência do mundo capitalista foi assumido pelos Estados Unidos da América ao término da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). A Guerra Fria durou até 1991, quando ocorreu a dissolução  da União Soviética e ficou claro que o mundo capitalista não tinha apenas um centro de poder, mas três :  Estados , Japão e União Europeia. Durante a segunda metade do século XX, o país exerceu um domínio sobre o mundo capitalista, claramente mostrado pela importância do dólar  como moeda internacional. Essa é, ainda hoje, a moeda mais importante da economia mundial. 
     Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos financiaram a recuperação  da economia de vários países da Europa Ocidental, bem como a do Japão. Passaram, também, a instalar bases militares na áreas mais estratégicas do mundo, como Oriente Médio, Europa Ocidental e Japão. Todavia, com o desaparecimento do bloco socialista (1991) e a consolidação do desenvolvimento do Japão e da União Europeia (1999), hoje o país divide a supremacia mundial com esses dois centros de poder. 
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                                  A expansão das multinacionais


     Depois de 1945, as multinacionais norte-americanas mantiveram seus elevados investimentos no Canadá e intensificaram de duas maneiras sua presença na América Latina : pela instalação de filiais, principalmente no México, no Brasil e na Argentina ;  e pela exploração agrícola, sobretudo na América Central, onde a United Fruit Company é o melhor exemplo. A partir de 1960, essas empresas aumentaram consideravelmente seus investimentos na  Europa Ocidental, no oriente Médio e em alguns países da África. 
     A instalação de filiais em outros países é  uma maneira de as multinacionais fugirem das exigências fiscais do governo (pagamento de impostos). Assim, procuram lugares onde possam obter maiores lucros, principalmente por meio de mão de obra barata, uma vez que nos Estados Unidos, além do rigoroso controle fiscal, o operário especializado recebe altos salários. É evidente que a presença de mercados consumidores significativos no exterior também determina a instalação de filiais, pois é uma forma de abastecer esse mercado produzindo lá  mesmo e evitando os impostos de importações cobrados pelos governos locais. Por sinal, nos dias de hoje, em que a mão de obra barata já não é mais tão importante (pois pode ser substituída, com vantagens por robôs), a presença de um forte mercado consumidor, além de mão de obra qualificada, tem uma importância muito maior que no passado. 
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Imagem acima : fábrica da Boeing, em 2008. A indústria aeronáutica norte-americana é uma das mais importantes do mundo. 


                                             A economia canadense e sua relação com os  Estados Unidos da América 

     As enormes e diversificadas jazidas do território canadense  ( ferro, petróleo, gás natural, urânio, ouro, prata, níquel, cobre, molibdênio, zinco, amianto, etc. ) garantiram ao país, já no fim do século XIX, a exportação dessas matérias primas para os países da Europa ocidental, principalmente o Reino Unido. Esses mesmos recursos levaram, no início do século XX, à industrialização do Canadá, que se caracterizou por receber elevados investimentos do Reino  Unido e dos Estados Unidos para extração e produção do petróleo e do gás natural, bem como para desenvolver suas indústrias. 
     Tudo indica que a integração entre o Canadá  e os Estados Unidos avança. Mais do que isso, ela constitui uma  das estratégias de fortalecimento dos Estados Unidos, diante da unificação econômica e, em parte política, entre os países que integram a União Europeia.  

                                  Espaço industrial / urbano dos Estados Unidos da América 

     A região nordeste dos Estados Unidos (formada pelas porções centro-norte da costa atlântica e pela região dos Grandes Lagos) concentra a poderosa indústria norte-americana e sedia os maiores empreendimentos da economia do país. Mas, a porção litorânea do Golfo do México e a costa do Pacífico tendem a desempenhar um papel cada  vez mais importante no conjunto da economia dos Estados Unidos .   

                                  O Nordeste, centro financeiro e industrial

     O processo de industrialização dos Estados Unidos provocou, no começo do século XIX, uma forte concentração industrial na porção norte-central do seu litoral atlântico. O minério de ferro (em Birmingham), o petróleo (em Ohio) e as jazidas de carvão (entre a Pensilvânia e o Alabama) garantiram o extraordinário desenvolvimento das indústrias siderúrgica e mecânica na região. 
     Mas a pujante indústria siderúrgica que aí se desenvolveu hoje está em crise : os estabelecimentos industriais envelheceram; o preço do aço, muito elevado, incentiva a forte concorrência europeia e japonesa; a mão  de obra tornou-se muito cara, já que a central sindical United Steel Workers of America é muito ativa. Assim, aquela região deixou de ser a mais industrializada dos Estados Unidos. 
     Na parte centro-norte da costa leste, porém, formou-se, até 1970, a mais extraordinária megalópole do país e do mundo inteiro, que se estende de Boston a Washington, por 600 quilômetros da costa atlântica. Aí se localizam as grandes metrópoles de Nova York, Filadélfia e Baltimore. Veja o mapa abaixo. 
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       Apesar de hoje apresentar uma industrialização em declínio, o centro-norte da costa leste continua concentrando as maiores rendas do país, além de seus maiores recursos financeiros. Isso porque abriga os  dois  centros de decisão dos Estados Unidos: o político, em Washington, e o econômico-finaceiro em Nova York (foto abaixo; vista parcial da Ilha de Manhattan, centro  de Nova York, em 2008 ; a cidade ainda é o centro financeiro do mundo), cidade que concentra 52% das atividades financeiras do país e onde está a maior parte das sedes as multinacionais e seus laboratórios de pesquisa. 
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     Em plena crise financeira, deflagrada em 2008, no dia 4 de novembro desse ano, ocorreram eleições presidenciais nos Estados Unidos. Barack Obama, candidato democrata, venceu a disputa. Na foto abaixo, o presidente eleito dos Estados Unidos da América, caminha pela avenida Pennsylvania, próximo à Casa Branca, em Washington, durante o desfile de posse, no dia 20 de janeiro de 2009. 
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     Primeiro afrodescendente a conquistar esse cargo, Barack Obama faz parte de uma corrente política mais liberal do que a de seu antecessor, George W. Bush, que era fortemente conservador e adotava uma política externa arrogante e expansionista (durante seu mandato invadiu o Afeganistão e o Iraque). 
     Obama representa a esperança de uma política externa menos agressiva, de um possível diálogo com Cuba e de uma tentativa de promover a paz no Oriente Médio.
     Outra área de antiga concentração industrial do fim do século XIX é a região dos  Grandes Lagos  ( lago Superior, Michigan, Ontário, Erie e Huron) que constitui uma verdadeira bacia marítima no interior do território, facilitando a navegação. A escavação do canal Erie permitiu a navegação até Nova York e o estabelecimento de relações entre o centro-norte e a costa atlântica. 

                                 Sul atlântico e litoral do golfo do México

     Nos estados sulinos, a urbanização e o padrão de vida são os  mais baixos do país. A única grande  cidade da região é Atlanta (na foto abaixo : vista da cidade de Atlanta, capital do estado da Geórgia, em 2006). Por sua vez, a porção litorânea do golfo do México, que vai da península da Flórida até o rio Grande, teve um significativo desenvolvimento a partir da década de 1960, o que provocou o crescimento elevado de sua população urbana. 
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                                     Costa oeste ,  um ponto estratégico

     A Costa oeste dos Estados Unidos tem uma importância estratégica em relação ao Extremo Oriente,  na Ásia. Intensificada pela Guerra da Coreia (1950 - 1953), essa importância aumentou durante a Guerra do Vietnã (1961 - 1975), quando o país fez uma série de encomendas à indústria japonesa, e ao longo dos anos 1980, quando o oceano Pacífico passou a rivalizar com o Atlântico pela posição de rota  de transporte mais importante do mundo.
     Com o objetivo de gerar inovações tecnológicas e científicas, a partir da década de 1950 muitas empresas começaram a se instalar na região do Vale do Silício. Hoje o vale abrange várias cidades do estado da Califórnia e se destaca na produção  de chips, na eletrônica e na informática.
Foto abaixo : edifício do City Hall Rotunda, na cidade de San Jose, conhecida como  a capital do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos.       
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                                     Espaço industrial - urbano do Canadá 

        O Canadá  possui uma estrutura industrial completa, isto é, produz desde bens de consumo até bens de produção, destacando-se as indústrias mecânica e química. Em alguns setores, como na indústria automobilística, de alumínio, de borracha, etc., o controle exercido pelos Estados Unidos é de 100% . 
     A região dos Grandes Lagos, diretamente relacionada com o vale do rio São Lourenço, é também a mais industrializada e urbanizada do país. Mas são visíveis as diferenças entre a província de Ontário  (onde se destacam as cidades de Toronto   e    Otawa)    e    a      de    Quebec (cujas principais cidades são Quebec e Montreal). A província de Ontário apresenta um padrão de vida mais elevado, pois aí se encontram as indústrias mais modernas do Canadá. O resultado dessas diferenças é a grande insatisfação dos habitantes de Quebec, cidade que apresenta uma dependência em relação a Ontário.  
     Nas demais províncias do Canadá existem apenas algumas cidades que têm certa importância como centros industriais : Vancouver, na província da Colúmbia Britânica ; Edmonton e  Calgary, em Alberta; Regina, em Saskatchewan; e Winnipeg, em Manitoba.                  "                            


Fonte livro :  VESENTINI, J. William ; VLACH, Vânia . Geografia Crítica , Geografia do mundo industrializado . Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 . 

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Didática de Ensino Conflitos Professor x Alunos



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Porto Alegre, 01 de Fevereiro de 2012

Histórias de professor

Postado por Juremir em 14 de julho de 2011 - Educação
Caro Juremir!
Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre, onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e talvez pela entrada do inverno, resolveu também ir à aula uma daquelas alunas “turista” que aparece uma que outra vez para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos. Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava bastante atenção de todos, toca o celular da menina, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender e que o Colégio é um local onde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria com ela. Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, a mãe da menina ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretora da Escola. Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil! Isso mesmo, tive que comparecer no dia 13/07/11 na oitava delegacia de polícia de Porto Alegre para prestar esclarecimento por ter constrangido (?) uma adolescente (17 anos), que muito pouco freqüenta a aula e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo. Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil. Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com freqüência temas relacionados à educação, te peço que dediques umas linhas a respeito da violência contra o professor.
Parabéns pelo teu trabalho e um grande abraço!
Maurício Girardi      "   
Fonte : http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=945

       A  matéria acima, eu (Newton Almeida) postei por sentir a dificuldade desse colega professor, e confesso que raramente consigo silêncio total dos alunos para explicações e comentários sobre os conteúdos. 
      Temos que organizar o sistema educacional para que os professores possam ensinar os conteúdos. Confundem o trabalho do profissional transferindo a responsabilidade ao professor de educar os alunos. Vejam que o professor pode auxiliar na  educação, mas não pode ser responsabilizado por ela.  
     Se os filhos não têm pais, hoje em dia, pois quando eles existem, pai e mãe, não têm tempo para educar os filhos : 
           o sistema educacional precisa prover profissionais além dos professores, pois os jovens  estão expostos às drogas, violência urbana e marginalidade, pela quebra de convívio familiar e esgarçamento de valores morais.  A escola é um instrumento forte que  tem que ser utilizado contra a violência social, mas achar que um professor sozinho vai resolver essa nova realidade é no fundo transferência de responsabilidade. 
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sábado, 28 de janeiro de 2012

CHINA - Aspectos Históricos Revolução Cultural Chinesa Economia e Religiões


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                     China : um universo dentro do mundo 


   Com mais de 5 mil anos de história, a China passou do artesanato e da agricultura rudimentar aos projetos aeroespaciais do século XXI, enfrentou interesses de países imperialistas e viveu uma revolução que derrubou tradições e implantou o socialismo. 
  
Figura abaixo : vista da Grande Muralha, no trecho da província Mutianyu (China, 2006) . 
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                    Contrastes chineses

   Os chineses investiram US$ 2,5 bilhões de dólares no projeto da espaçonave Shenzhou. O curioso é que a nave foi lançada da Província de Gansu, uma das mais pobres do país, cuja população local possui renda um pouco superior à 1 dólar por dia. Isso prova que, na China, convivem mundos que se desconhecem, tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes. 

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    Foto acima :  espaçonave chinesa Shenzhou, no momento de seu lançamento em 15 de outubro de 2003. 

                      O processo de modernização chinês 

    A China é o terceiro maior país do mundo em extensão (9.573.000 Km²) e abriga a maior população do planeta (1,3 bilhão de habitantes). Nela se localizam extraordinárias obras antigas, como a Grande Muralha , o Grande Canal e a faraônica e moderna usina hidrelétrica de Três Gargantas.
    Do século XIII em diante, o país passou a estabelecer contato com o Ocidente pelas rotas comerciais que o ligavam à Europa. No século XVI, os portugueses fundaram Macau, no litoral sul. No início do século XIX, iniciou-se efetivamente o domínio ocidental, com os interesses dos britânicos, com os quais a China travou duas Guerras do Ópio, droga que o inimigo conseguiu afinal impor ao grande mercado consumidor chinês. 
      O país  havia passado por grande desenvolvimento cultural entre os séculos XVII e XVIII, com o expansionismo manchu. Porém, a partir da  segunda metade do século XIX, o crescimento populacional, o aumento dos impostos e a corrupção levaram o grande império à decadência e à fragmentação de parte de seu território - controlado por rebeldes, com o apoio de potências europeias (como a Inglaterra e França), e pelo Japão.  
    Movimentos nacionalistas contrários à ocupação estrangeira intensificaram-se e em 1912 o imperador, cuja figura já estava desgastada, foi deposto. Iniciou-se então um período  republicano, no qual, no entanto, os problemas econômicos, políticos e sociais permaneceram, pois o país continuava dependente das potências estrangeiras. 
     A crise social conduziu a China a uma longa guerra  civil, opondo nacionalistas, alinhados a países estrangeiros e liderados por Chiang Kai-Shek, e comunistas, sob o comando de Mao Tsé-Tung e do Partido Comunista Chinês. A guerra civil chegou ao fim em 1949, quando os comunistas conseguiram vencer definitivamente os nacionalistas e implantar a República Popular da China, com um modelo político e econômico socialista. 
       Chiang Kai-Shek e seus comandados refugiaram-se no Arquipélago de Taiwan (Formosa), onde fundaram a República da China ou China Nacionalista, de economia capitalista.

                    Da China socialista á abertura econômica 


    Inicialmente, o modelo chinês baseou-se no da então União Soviética, sua aliada até o final da década de 1950, quando se deu o rompimento político com a então  segunda potência mundial. Durante toda a década de 1960, a China viveu um isolamento internacional. Foi nesse período que o governo realizou a Revolução Cultural, uma  tentativa de radicalização do regime comandada por Mao Tsé-Tung . 


                    A Revolução Cultural chinesa 


   A Revolução Cultural foi um período de transformações na China, implantado por Mao Tsé-Tung a partir de 1966. O plano de Mao era radicalizar o regime comunista e fortalecer seu poder pessoal. Para isso, estimulou a população, em especial a juventude, a se rebelar contra seus adversários dentro do Partido Comunista Chinês. Cerca de 20 milhões de estudantes formavam as Guardas Vermelhas, realizando perseguições em grande escala. Todos os  que não seguiam as idéias contidas no chamado Livro Vermelho eram acusados de reacionários. A morte de Mao, em 1976, abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping. Com a mudança no poder, em 1977, a Revolução Cultural foi oficialmente encerrada.  
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       Foto acima :  soldados da Guarda Vermelha, carregando a imagem de Mao Tsé-Tung, em Pequim (China, 1967) . 
            
                  Crescimento e autoritarismo


    Deng Xiaoping iniciou amplas reformas econômicas na China, visando à abertura para um futuro modelo capitalista. As mudanças possibilitaram a obtenção de lucros por meio da entrada do capital  estrangeiro, das relações comerciais com vários países e de  acordos de cooperação técnica e científica. 
    Durante a década de 1980, foram criadas, em determinados pontos do território chinês, as ZEE's (Zonas Econômicas Especiais), com o principal objetivo de atrair grandes empresas estrangeiras, com seus capitais, tecnologia e know-how. 


                 Zonas Econômicas Especiais  - ZEE's


   Criadas na década de 1980 por Deng Xiaoping, as ZEE's visavam atrair investimentos de empresas estrangeiras para estimular com isso a exportação e, ao mesmo tempo, a expansão do mercado doméstico. As empresas estrangeiras foram atraídas pela farta mão-de-obra barata e pela   possibilidade de venda de seus produtos para o imenso mercado consumidor chinês.  


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Foto acima : vista panorâmica do Porto de Xangai (China, 2005). A China passou a ser um país exportador e importador de grande porte no século XX . 


     As reformas implantadas proporcionaram à China altas taxas de crescimento econômico e aumentos significativos da renda per capita, que beneficiaram cerca de 270 milhões de chineses, tirando-os da situação de pobreza. Contudo, não houve mudanças no sistema político, e o poder permanece centralizado no Partido Comunista. As manifestações  populares por maior liberdade de expressão e democracia foram duramente reprimidas e resultaram em perseguições políticas e execuções sumárias. 
     Apesar do grande crescimento econômico, do desenvolvimento tecnológico e da abertura do país  aos capitais estrangeiros, sua população ainda apresenta enormes disparidades sociais e econômicas. Abaixo, algumas disparidades existentes na China. 


                       China moderna                                              
  É a terceira potência aeroespacial do mundo.   Recebeu 53 bilhões de dólares de                           investimentos estrangeiros em 2002.  Cresceu 10% em média na década de 1990. É a segunda produtora de eletricidade no mundo. Tem 111 milhões de pessoas com acesso à internet. 


                      China arcaica
    Possui 637 milhões de chineses vivendo com menos de 2 dólares por dia . Ocupava em 2005, a 81ª posição do IDH. Tem 6 de cada 10 habitantes sem saneamento básico. Polui três vezes mais que os EUA em proporção ao PIB, em parte devido à queima de carvão. Exige que todos os provedores de internet tenham filtros  que neguem acesso a páginas sobre direitos humanos, o Tibete e o massacre na Praça da Paz Celestial.  
   Fonte : Veja, nº 1.825. são Paulo: Abril, 22 out. 2003, p. 128-129 (Atualizado) .


                      Desenvolvimento econômico, recursos minerais e energia


      Dispondo de enorme quantidade de mão-de-obra e abundantes recursos energéticos e minerais, no final da década de 1950 a China lançou a política econômica do Grande Salto para a Frente. O projeto, inspirado no modelo econômico e industrial soviético, estabeleceu a criação de um parque industrial pesado e diversificado, com indústrias de base e bélicas. As indústrias mecânica e siderúrgica receberam atenção especial e passaram a se desenvolver de forma acentuada. 
     No entanto, outros aspectos revelaram-se  um fracasso colossal. A implantação de uma reforma agrária estatal, com a criação das Comunas Populares, desorganizou a produção de alimentos e contribuiu para a grande fome que entre  1959 e 1962 matou cerca de 20 milhões de chineses. 
    Em 1966, a economia chinesa sofreu o impacto de nova desorganização, dessa vez associada à Revolução Cultural. A crise contribuiu para que o modelo industrial apresentasse graves problemas na década de 1970 : um quadro geral de obsolescência, baixas qualidade e produtividade, com os trabalhadores submetidos a péssimas condições de trabalho, geralmente mal remunerados e sem leis trabalhistas nem proteção sindical.


               Mudança de rumo     


    A partir da década de 1980, as reformas econômicas introduzidas por Deng XiaoPing facilitaram a expansão da atividade industrial, possibilitando o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo, que têm recebido vultosos investimentos das empresas estrangeiras com filiais nas ZEE's - destacando-se as de Xangai (o mais importante centro industrial chinês) e Guangzhou. 
    Em 2001, de todas as exportações chinesas, cerca de 90% já eram de produtos industrializados, 20% dos quais de alta tecnologia, o que propiciou a entrada do país na OMC (Organização Mundial do Comércio), sinalizando o desenvolvimento de uma economia competitiva e de índole nitidamente capitalista. 
    A industrialização em qualquer país exige grande quantidade de recursos minerais. A China possui grandes reservas de carvão, sua principal fonte de energia, e destaca-se também na extração de tungstênio, estanho, cobre, chumbo, zinco e ferro. Isso sem contar que o petróleo é um importante produto de exportação do país e que as reservas de urânio favoreceram a implantação de usinas nucleares.    


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Mapa  acima : MARTINELLI, Marcello, Atlas geográfico: natureza e espaço da sociedade. São Paulo: Brasil, 2003, p. 61 . 


                 Hidrelétricas e termelétricas


      Merece destaque o grande potencial hidrelétrico chinês, cuja baixa exploração pelo país está  sendo resolvida em parte com a construção da gigantesca hidrelétrica de Três Gargantas, no Rio Yang-Tsé (Azul). Na foto abaixo : a usina hidrelétrica de Três Gargantas, cuja obra terminou em 20 de maio de 2006, levou seis anos para ser construída e consumiu cerca de US$ 24 bilhões. A potência gerada em suas 26 turbinas deve atingir 18.200 megawatts, ultrapassando a de Itaipu (Brasil, Rio Paraná), atualmente a maior do mundo. Por sua vez, a vazão de Três Gargantas equivalerá à da hidrelétrica brasileira de Tucuruí, no Rio Tocantins, a maior do mundo nesse aspecto. 
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      A maior parte da energia consumida na China é produzida por termelétricas, que empregam o carvão mineral e geram intensa poluição nos grandes centros urbanos chineses.  
   
                     A agropecuária chinesa 


    O setor agrícola da China é  responsável pela ocupação de  quase 60% da população economicamente ativa, sendo a agricultura uma atividade econômica estratégica do país. Apesar dos esforços do governo para modernizar a produção agrícola, a atividade é pouco mecanizada e apresenta baixa produtividade.
       A China é um grande importador de alimentos, como a soja e a carne, tendo os estados Unidos e o  Brasil entre os fornecedores mais importantes. 


                  Rebanhos 


      Na pecuária, destaca-se a criação de suínos,  -  a china tem o maior rebanho do mundo, com mais de 400 milhões de cabeças. Também têm grande importância os rebanhos de equinos, ovinos, bovinos e o setor avícola.
              
                  Cultivos 
     
       A grande extensão do território, associada à diversidade de solos e climas, favoreceu o desenvolvimento de diferentes culturas agrícolas. As principais áreas produtoras estão na parte oriental do país, onde o relevo pouco acentuado e a abundância de água favoreceram o desenvolvimento da agricultura.   
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Fonte: FERREIRA, Graça M. L., Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo : Moderna, 2003. p. 71. 

        A China é o maior produtor mundial de arroz, cultivado principalmente no vale do Yang-Tsé. O trigo, outro produto agrícola muito importante para a economia chinesa, é cultivado em associação com a soja no vale do Huang-Ho (Amarelo). O algodão sustenta uma produção têxtil que hoje atende a 30% do mercado mundial. Outros produtos que se destacam na agricultura do país são a cana-de-açúcar, o chá, a cevada, o milho e a seda.  


                     População e desenvolvimento social


      A população da China se caracteriza pela diversidade étnica e cultural. existem no país 56 etnias reconhecidas oficialmente, embora 92% dos chineses pertençam à etnia han. São falados no país diversos idiomas, e as diferenças religiosas também são consideráveis. 
     Um grande desafio para o governo chinês consiste em manter a unidade nacional diante das desigualdades sociais e disparidades regionais. 


                  Etnias mais numerosas  -  2006   
Han      1,138 bilhão
Zhuang      16 milhões
Manchu      11 milhões
Huí               9,9 milhões


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Fonte: FERREIRA, Graça M. L., Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo : Moderna, 2003. p. 71.


                     Religiões   -  2006 


Budismo         106 milhões
Cristianismo    74 milhões
Islamismo         17 milhões    


                         Línguas 
Mandarim  :  falado do norte ao sul do país, os dialetos do mandarim são compreendidos por 70% dos chineses . 


       Principais línguas meridionais 
Wu  : com o dialeto de Xangai  ( 90 milhões)
Cantonês   :  80 milhões 


          Fatores de coesão     


       Escrita 
Harmonia :  com mais de 3 milênios, é a mais antiga escrita em uso contínuo no planeta.


      Confucionismo   ( YIN - YANG ) 
Mais de 20% dos chineses declaram basear seu comportamento na doutrina sistematizada por Confúcio no século VI a.C., que enfatiza a unidade familiar, o respeito aos mais velhos e o culto aos ancestrais.   (Fonte : Calendario Atlante de Agostini 2009. Novara: Instituto Geográfico de Agostini, 2008. p. 423 ). 
                   
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Fonte: FERREIRA, Graça M. L., Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo : Moderna, 2003. p. 71.
                                                                                                                                           "                                                                                                                                                                 
 Fonte :DANELLI, Sônia Cunha de Souza . Projeto Araribá , Geografia 9º ano  . Editora Moderna . 2ª Edição  .  São Paulo : 2007  .  


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domingo, 22 de janeiro de 2012

Populações da China e Índia


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           As Populações da China e da Índia 

        A China e a Índia se destacam por serem os países mais populosos do mundo. Juntos possuem mais de 2 bilhões de habitantes e abrigam aproximadamente mais de 1/3 da população mundial. A China chama a atenção ainda pelas particularidades de seu modelo de desenvolvimento. A Índia, pelos imensos contrastes de sua realidade.
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        O mapa acima mostra como estão  distribuídas as populações chinesa e indiana: no caso da Índia, concentra-se sobretudo no norte do país, acompanhando o vale do rio Ganges, e também nas áreas costeiras. Na China, a concentração  populacional é mais intensa no leste, sudeste e sul. As densidades demográficas são extremamente baixas no oeste do país, devido à predominância de desertos e áreas montanhosas.
        O fato de a China e a Índia apresentarem em 2008 populações de 1,33 bilhão e 1,15 bilhão, respectivamente, tem feito com que os governos desses países mantenham como uma questão prioritária em suas políticas a preocupação em reduzir seus índices de crescimento demográfico. 
        A China adotou já na década de 1970 uma política de redução dos índices de natalidade, incentivando a redução do tamanho das famílias; o governo pregava em cartazes de rua e em todos os veículos de comunicação que "ter um filho é bom, no máximo dois, mas nunca chegar ao terceiro". Essa política apresentou resultados, mas a aplicação menos rigorosa a partir de meados da década de 1980 levou a  um novo aumento nos índices de crescimento populacional. A política de redução da natalidade foi retomada então, agora orientando cada família a ter um único filho, regra implementada com algumas exceções, e o ritmo de  crescimento populacional decresceu novamente.  

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       Na Índia, as medidas para tentar diminuir as taxas de crescimento da população não apresentaram os mesmos resultados. Há inclusive a perspectiva de que a população indiana supere a da China nos próximos 20 anos, se as taxas de natalidade se mantiverem no ritmo atual. Em meados da década de 1990, foram implementadas novas políticas de incentivo à redução da natalidade, mas ainda não se tem um registro de sua eficácia. 
       Os resultados relativos à questão populacional da China têm por base e principal condicionante  uma forte intervenção da autoridade de Estado, que impõe suas políticas para o conjunto da  população. Como na China não existe democracia plena, as famílias receiam contrariar a orientação do governo. Os transtornos de quem se opõe ao governo são enormes, a ponto, por exemplo, de as famílias deixarem de registrar as crianças, quando têm mais  de um filho. 
      O governo estimula os casais a terem filhos únicos; a sociedade chinesa, por sua vez, dá preferência ao sexo masculino. A diminuição do número de mulheres na população apresenta como consequência a diminuição da taxa média de fertilidade e favorece a diminuição dos níveis de crescimento da população. A preferência por filhos homens também está ligada à preservação do nome da família e à suposição de que um homem teria melhores condições de cuidar dos pais quando estes alcançarem uma idade avançada.
      A desmesurada concentração de políticas de Estado na questão populacional impede que as taxas de natalidade diminuam pela própria dinâmica social, como tem ocorrido em grande número de países. Nesses países, na medida em que melhoram as condições de vida, as taxas de natalidade tendem a diminuir. Portanto, o objetivo prioritário das políticas estatais deveria ser a busca dessas melhorias; nesse caso, a redução das taxas de crescimento populacional seria uma consequência.          "                                                                                                                                                     
Fonte : CARVALHO, Marcos Bernardino de ; PEREIRA, Diamantino Alves Correia . Geografia do Mundo  8º ano . Editora FTD . 1ª edição . São Paulo : 2009 .



sábado, 14 de janeiro de 2012

Geografia Prova com Respostas Questões Resolvidas 9º ano Ensino Fundamental





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  1ª questão  -      Alguns países do norte do continente africano passaram por revoltas populares, Argélia, Tunísia e Egito, sendo que a Líbia recentemente enfrentou uma guerra civil  .  
  Cite as razões que levaram a população desses países a se revoltar contra os seus governantes.    ______________________________________________________________________________________________________________________


2ª questão  -      Por que na Europa predominam os climas temperados ? ______________________________________________________________________________________________________________________


3ª questão  –      Quais são as características do clima mediterrâneo ?   ______________________________________________________________________________________________________________________


4ª questão -     Entre os fatores que influenciam o clima da Europa estão : latitude, altitude, correntes marítimas e a maritimidade.  O que é maritimidade ? 
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5ª questão -    A Europa possui importantes cordilheiras como : Cárpatos, Pirineus, Balcãs, Alpes, Cáucaso .
O que é cordilheira  ? 
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RESPOSTAS  


1ª  questão  

   Nesses países a qualidade de vida da maior parte da população é muito baixa, ou seja, condições precárias de saúde, educação, moradias sem saneamento básico, além de um grande número de desempregados. Mas, o fator mais relevante é que as as populações desses países não têm liberdade de expressão. Esses países são constituídos por ditaduras que permaneceram no poder por décadas, e as forças policiais praticam constantes atos de violência contra os civis . 

2ª questão 

    No continente europeu predominam os climas temperados pela sua localização, totalmente ao norte do Trópico de Câncer e parte ao norte do Círculo Polar Ártico, portanto sua maior porção na zona climática temperada do norte e pequena porção na zona climática polar do norte.

3ª questão 

    O clima mediterrâneo é caracterizado por verões quentes e secos e invernos pouco frios e chuvosos. 

4ª questão 

    A maritimidade é a influência dos oceanos e mares sobre o clima de determinada região. Os oceanos se aquecem e resfriam mais lentamente do que os continentes, ou seja, a água consegue guardar o calor por mais tempo do que a terra. Nas regiões próximas aos oceanos as temperaturas são mais amenas (suaves, nem tão  frio e  nem tão quente) .

5ª questão 

   Cordilheira é um conjunto de montanhas dispostas paralelamente, de grande  extensão e altitude. 



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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

República Popular da China Reformas de Deng Xiao Ping




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    Deng Xiao Ping, a partir de 1978, começou o processo de abertura econômica na China, inicialmente  pela agricultura, transformando o mercado de produtos agrícolas no país : 

   -    Os agricultores receberam permissão para vender a produção após entregar a parte que cabia ao Estado, criando um pequeno mercado consumidor ;

    -   O povo recebeu subsídios para comprar produtos agrícolas e ativar o mercado desses produtos ;

    -   Criou-se o trabalho assalariado no campo, dando condições ao camponês de tornar-se consumidor. 

     Essas medidas ocasionaram o aumento da produtividade e o surgimento de uma abastada classe de agricultores. 
     A abertura do setor industrial, porém, só começou na década de 1980. Ao permitir a entrada de capital estrangeiro, o governo possibilitou a instalação de empresas de capital misto. As  empresas estatais enfrentaram, pela primeira vez, o peso da concorrência. 
     Foram criadas as Zonas Econômicas Especiais, verdadeiros  " oásis capitalistas " , onde capital, experiência e tecnologia estrangeiros eram  muito bem-vindos. As exportações tornaram-se prioridade do governo. No entanto, a principal atração para os capitais estrangeiros era a barata e disciplinada mão-de-obra chinesa. 
     Em 1997, a China recebeu de volta Hong Kong, que desde 1842 pertencia ao Reino Unido, aumentando ainda mais seu poder econômico, que desde a década de 1980 já vinha crescendo cerca de 10% ao ano. Nesse mesmo ano, 1997,  morreu o artífice da  modernização da China, Deng Xiao Ping. Seu substituto, Jiang Zemin, começou as negociações para o ingresso da China na Organização Mundial do Comércio ( OMC ), que se concretizou em 2001. Em 1998, a China sofreu com a crise que afetou todo o mercado do Pacífico, do qual ela faz parte. Recuperou-se 1999, alcançando um crescimento econômico de 7% nesse ano. Desde então a economia chinesa se mantém em crescimento.            

 Fonte : GEOGRAFIA  Série novo ensino médio . Marina Alves de Almeida, Lúcia ; Barbosa Rigolin, Tércio . Editora Ática . 3ª edição . São Paulo : 2008 . 



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Abertura Econômica da República Popular da China




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 República Popular da China 
              Economia Socialista de Mercado 

           O processo de abertura econômica na China começou em 1978. Para contornar os problemas do país, o dirigente Deng Xiao Ping resolveu adotar alguns mecanismos da economia de mercado, isto é, do modo de produção capitalista, como a iniciativa privada. Permitiu a entrada do capital estrangeiro no país para não perder a corrida pelos mercados mundiais, que estavam sendo divididos pelos  seus vizinhos, Japão e Tigres Asiáticos (Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Cingapura), além dos países europeus e dos Estados Unidos.  
        Contudo, o governo chinês teve o cuidado  de não abrir mão do regime totalitário severamente controlado pelo Partido Comunista Chinês, porque a abertura política não estava em seus planos. O mundo teve uma prova disso por ocasião da visita de Mikhail Gorbachev à China em 1989.  Há  algum tempo os estudantes chineses protestavam contra a corrupção no governo e reivindicavam uma maior abertura política. Estimulados pela glasnost dos soviéticos, milhares  de jovens chineses saíram às ruas, em Pequim, pedindo liberdade política. A resposta do governo foi uma dura repressão com tropas armadas e tanques que massacraram mais de duas mil pessoas.  Esse episódio ficou conhecido como o Massacre da Praça da Paz Celestial, local do confronto. 

           Fonte : GEOGRAFIA  Série novo ensino médio . Marina Alves de Almeida, Lúcia ; Barbosa Rigolin, Tércio . Editora Ática . 3ª edição . São Paulo : 2008 . 

 
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