segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conteúdos de Geografia sobre o Oriente Médio como Localização e Conflitos entre Israel e Países Árabes




Fonte :   ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de ;  RIGOLIN, Tércio Barbosa . Geografia , Série Novo Ensino Médio, Volume Único. Editora Ática. São paulo : 2008 . 


                                  ORIENTE  MÉDIO  


            SHARON ACUSA PALESTINOS DE TORPEDEAR REFERENDO : O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, acusou os palestinos de querer "torpedear" o  referendo sobre seu plano de separação, em votação por seu partido, o Likud, neste domingo, com o terrível assassinato de uma israelense e seus quatro filhos na Faixa de Gaza    
 (O NORTE , João Pessoa, 02 de maio de 2004)   


"   Poucos lugares do mundo ocupam tanto espaço na mídia falada e escrita como o Oriente Médio, onde estão situados Israel e a região da Palestina, cujos povos  são mencionados na notícia acima. Você vai conhecer essa região e os motivos que fazem dela uma das áreas geopolíticas mais instáveis do mundo. 

                      Uma localização estratégica 

    O Sudoeste da Ásia ou Oriente Médio está estrategicamente localizado entre os três continentes que compõem o Velho Mundo : Europa, Ásia e África. A região é ponto de passagem entre o Leste e o Sudeste da Ásia e a bacia do Mediterrâneo, que a coloca em contato com o mundo ocidental. 
    Após o término da construção do Canal de Suez, em 1869, que concretizou a ligação entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo, passam pelo Oriente Médio rotas de comércio provenientes do Sul e do Sudeste da Ásia, do Extremo Oriente e da Oceania, em direção aos portos europeus. Por outro lado, os países do Oriente Médio são um ponto de partida das principais linhas do comércio internacional de petróleo, uma vez que os maiores produtores dessa fonte de  energia encontram-se nessa região.  

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    Além da importância econômica, esses pontos de passagem são quase sempre focos de tensão geopolítica, em razão dos inúmeros conflitos que fazem  a região ser conhecida como "barril de pólvora". 
     Você pode observar no mapa  acima, a localização desses pontos estratégicos :
               Canal de Suez (assinalado com A, no mapa acima) - construído pelos ingleses em terras do Egito, liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho.
                Estreito de Ormuz (assinalado com B, no mapa acima) - liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, sendo rota obrigatória dos petroleiros  dos países árabes que se dirigem a todos os mercados do mundo. 
                    Estreito de Bósforo (assinalado com C, no mapa acima) - liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, sendo ponto de passagem da Europa para vários países asiáticos. 
                    Estreito de Tiran (assinalado com D, no mapa acima) - liga o Golfo da Aqab ao Mar Vermelho, representando a única saída  de Israel para esse mar. 
                 Estreito de Bal-el-Mandeb (assinalado com E, no mapa acima) - separa o Oriente Médio da instável região denominada "Chifre da África", onde estão a Somália, a Eritréia e a Etiópia, na entrada do Mar Vermelho.  

                     Oriente Médio : uma  visão geral

    O Oriente Médio, da forma como vamos estudá-lo, ultrapassa as fronteiras do continente asiático. Podemos  reconhecer alguns conjuntos regionais nessa área: 
          *   Egito - localizado na África do Norte, sempre esteve ligado aos conflitos do Oriente Médio, por fazer parte do mundo árabe e possuir uma pequena faixa em terras asiáticas : a península do Sinai. 
         *  Península Arábica - abriga países produtores de petróleo, entre os quais se destaca Arábia  Saudita, que pode ser considerada uma potência regional. Em geral, são países que se caracterizam por possuir governos pouco democráticos e enorme diferença na distribuição de renda entre sua população. 
       * Os países da Mesopotâmia - palavra de origem grega que significa entre rios, a Mesopotâmia  é uma  região localizada predominantemente entre os rios Tigre e Eufrates. Área de ocupação muito antiga, foi o berço  de civilizações como a dos assírios, dos caldeus e dos babilônios. Consideraremos nessa  região a Síria e o Iraque . 
  1-  Síria - situada no litoral mediterrâneo, é beneficiada por uma posição geográfica  favorável, uma vez que é ponto de passagem entre esse mar e outros países do Oriente Médio, como Iraque, Irã e outros.    
  2-   Iraque - país rico em petróleo, o  Iraque foi invadido pelos  Estados Unidos em março de 2003. O motivo da invasão teria sido a suspeita de o governo do então ditador Saddam Hussein abrigar terroristas e possuir armas químicas e biológicas. Essa ação militar foi controvertida, pois o presidente americano, George W. Bush, desobedeceu às decisões da ONU (Organização das Nações Unidas) para realizá-la, contando com o apoio do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair. Recebeu ajuda militar da Espanha, Polônia, Portugal, Turquia, Kuwait, Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Djibuti e Austrália. 
   Em dezembro de 2003 foi anunciada a captura de Saddam Hussein pelo governo provisório estabelecido no país após a ocupação das tropas de coalizão anglo-americanas. 
   Um ano após a invasão, nada foi encontrado que provasse a existência de armas químicas e biológicas no Iraque, o que leva a pensar que o fato de esse país ser rico em petróleo pode ter sido um dos verdadeiros motivos da ação militar norte-americana. Em 08 de março  de 2004, foi assinada  a Constituição Iraquiana provisória.
              *  Turquia - Divide-se entre a Europa e a Ásia do Sudoeste, sendo a maior parte de seu território nesse continente. Na geopolítica atual, a Turquia está mais próxima da Europa, fazendo parte da OTAN e com pretensões de ingressar na União Européia. É considerada um país emergente. 
          * Jordânia - país fechado para o mar, não possui petróleo e vive na dependência da geopolítica regional. 
        * Litoral  do Mediterrâneo - destacam-se Chipre, Líbano e Palestina. O Líbano é caracterizado por uma enorme variedade étnico-religiosa, o que já custou ao país uma guerra civil de vinte anos. Na região da Palestina está o Estado de  Israel, que disputa com os árabes a posse da região. Por fim, outros dois países são muito importantes para a geopolítica local : 
  Irã - antiga Pérsia e a Primeira república Islâmica do mundo .
  Afeganistão - foi controlado até 2001por um governo islâmico ultra-radical, a milícia Taleban. 

                       Traços marcantes 
Podemos considerar algumas características que dão um caráter próprio ao Oriente Médio. Veja quais são essas características : 
   - A riqueza do petróleo, que não contribui para  a melhoria do padrão de vida da população.
  - A predominância de climas áridos e semi-áridos, o que torna a água um recurso muito disputado.
  -  A diversidade étnica, religiosa e cultural dos povos  da região.
  -  A existência de ódios seculares e inúmeros conflitos.
  -  O fato de ser o berço das três mais importantes religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.  
                                 A diversidade étnica,  religiosa e cultural 


     Todas essas diferenças são resultado das variadas influências que a região recebeu durante  séculos, uma vez que é uma das áreas de ocupação mais antiga do mundo. Entretanto podemos afirmar que dois fatores foram fundamentais para a geopolítica do Oriente Médio :
  -  o expansionismo árabe (séculos VII a XV) ;
  -  e o Império Otomano (séculos XVII a XX) .    
   No final da Primeira Guerra (1918), com a decadência do Império Otomano, suas áreas localizadas no Oriente Médio foram partilhadas entre a França e a Inglaterra. Síria e Líbano ficaram sob mandato francês; Palestina, Transjordânia e Iraque, sob mandato britânico. 


                   A criação do Estado de Israel e a Questão Palestina


   A Palestina, uma estreita faixa de  terra desértica que se estende ao longo do Mediterrâneo, entre o Líbano e o Egito, tem sido objeto, há mais de cinquenta anos, de uma violenta disputa que envolve povos profundamente ligados à região : israelenses (judeus) e palestinos (árabes). 
   Os judeus descendem dos hebreus, antigos habitantes da  Palestina que haviam sido expulsos pelos romanos no início da era cristã. Dispersos pelo mundo, em um movimento chamado Diáspora, ficaram conhecidos como judeus; hoje preferem ser chamados de israelenses. Alegando direitos históricos sobre a Palestina, os judeus escolheram-na para instalar o seu Estado nacional no século XIX. 
   Os palestinos ocuparam a  região quando da expansão árabe e aí permaneceram durante todo o Império Otomano e o Mandato Britânico (1920 - 1945). Defendem seus direitos à Palestina pelo longo tempo em que nela permaneceram. 


                    Do sionismo ao Estado de Israel (1896 - 1948)


   Durante o tempo em que os palestinos, povo de origem árabe, viviam na Palestina, o escritor húngaro Theodor Herzl (1860 - 1904) fundava, na Europa, o movimento sionista, que pretendia a criação de um Estado judaico nessa mesma região. Com o início do Mandato Britânico na Palestina, intensificaram-se as imigrações de judeus, que haviam começado durante o conflito mundial. 
   Podemos dizer que os primeiros choques entre os judeus e os habitantes locais tiveram início nos 28 anos de controle britânico na Palestina, quando a região recebeu grandes contingentes de  colonos judeus, cujo número aumentou durante a perseguição nazista na Europa,  fato que coincidiu com a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) .   
   O final da Segunda Guerra trouxe a tão sonhada criação do Estado judaico - o Estado de Israel. A instalação do novo Estado ocorreu em 14 de maio de 1948, logo após o fim do Mandato Britânico na Palestina. 
   Coube à recém-criada ONU a divisão ou partilha da Palestina, em 1947, que deixou a região com a seguinte configuração : um Estado árabe e um  Estado judaico. Veja o mapa abaixo . 
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   Inconformados, os palestinos, apoiados por Egito, Síria, Transjordânia e Líbano, declararam guerra aos israelenses, com a intenção de expulsá-los das terras que faziam parte  do novo Estado de Israel. Derrotados, os palestinos perderam o direito ao estado que lhes fora designado pela ONU, durante a Guerra pela Independência de Israel (1948 - 1949). Observe no mapa  abaixo, as fronteiras palestinas de 1949.
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    Você pode notar que nada sobrou para os palestinos, que se viram ou como refugiados nos países árabes vizinhos, ou no Estado de Israel. Nas duas situações, sofriam todo o tipo de preconceito. 


                      A reação árabe: a criação da OLP 


   Em 1959 Iasser Arafat criou, na Jordânia, a Fatah, grupo terrorista que tinha por objetivo retomar o território perdido em 1949.  Em 1964, a Fatah tornou-se a organização para a Libertação  da Palestina. Reconhecida com essa nova denominação pelos países árabes, foi proclamada por seu dirigente Iasser Arafat um "Estado no exílio". Expulsos da Jordânia em 1970, os palestinos buscaram abrigo no Líbano, onde permaneceram até 1982, quando a sede da OLP, que já havia sido aceita pela ONU em 1974 como única representante do povo palestino, foi transferida para a Tunísia, país do Norte da África. 
   A organização, entretanto, passaria por muitos reveses até que seu líder renunciasse ao terrorismo e aceitasse a existência do Estado de Israel, o que só viria a acontecer em 1988. 




                      Os principais conflitos entre árabes e israelenses



    De 1956 até a década de 1980, os conflitos na região tomaram a proporção de verdadeiras guerras, das quais as principais foram: 


    -  Guerra de Suez  (1956), envolvendo França e Reino Unido, que tentavam  recuperar parte dos antigos territórios coloniais, o Egito, aliado dos palestinos, e os Estados Unidos, que defendiam os interesses do Estado  de Israel.  


    - Guerra dos Seis Dias (1967), esse conflito, no qual os palestinos tiveram o apoio do Egito, da Jordânia e da Síria, mudou mais uma vez o  mapa da Palestina: Israel aumentou o seu território com terras do Egito (Sinai e Faixa de Gaza), da Jordânia (Cisjordânia) e da Síria (Colinas de Golan). Veja o mapa abaixo. 

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     - Guerra do Yom Kippur (1973), nova vitória israelense e um duro golpe no sonho da formação de uma república árabe no Oriente Médio (os egípcios assinaram, sem a concordância da Síria e da Jordânia, os  Acordos de Camp David, pelos quais receberam de volta a península do Sinai, ocupada por Israel desde 1967. 


      - A primeira Intifada, a "revolta das pedras" iniciou-se na década de 1980, quando crianças e jovens palestinos atacavam soldados israelenses usando pedras como armas. 


                      Os acordos de paz 


   A partir de 1988, a OLP mudou seu discurso radical. Arafat renunciou ao terrorismo a aceitou participar de negociações com representantes israelenses e a intermediação dos Estados Unidos.
    Em 1992, o governo trabalhista moderado de Itzahak Rabin passou a dialogar diretamente com a OLP e, em 1993, foi assinado em Washington um acordo histórico entre Arafat e Israel, após negociações realizadas em Oslo, na Noruega, onde foram firmados os acordos de Oslo. 
   Nessas negociações, Itzhak Rabin concordou com uma gradual devolução dos "territórios ocupados"  (Gaza e Cisjordânia) para o controle palestino, em troca do reconhecimento do Estado  de Israel e o fim das hostilidades. Entretanto o preço pela tentativa de estabelecer a paz na Palestina foi alto. Rabin foi assassinado por um fanático judeu em 1995, que não aceitou que fossem cedidas as "terras públicas" de Israel. 


                       Os Acordos de Oslo 


   Pelos Acordos de Oslo, assinados na Noruega, os territórios palestinos são formados por duas regiões separadas por 40 Km de distância, nas quais estão assentados colonos israelenses.  
  Após 27 anos de exílio, Arafat voltou à Palestina para formar um governo autônomo, a Autoridade Palestina, da qual seria eleito presidente dois anos mais tarde, em 1996.
   A Autoridade Palestina, encravada no Estado de Israel, não reconhecida pela ONU, significa o primeiro passo rumo ao Estado Palestino. Atualmente os palestinos ocupam 40% do território da Cisjordânia e quase toda a Faixa de Gaza, como você  pode verificar nos mapas abaixo.
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                       A eterna  guerra


   Entre 1998 e 2000, alguns novos acordos foram assinados pelas partes (Wye Plantation, Taba, Camp David), mas os choques entre palestinos e colonos israelenses se intensificaram na região. 
   A data 13 de setembro de 2000, prevista  para o estabelecimento do Estado Palestino, não foi respeitada. Nesse mesmo mês começou uma nova Intifada.
   Em 2003, representantes da sociedade de Israel e da Palestina assinaram o Acordo de Genebra, outra  tentativa de buscar a paz na região  que não teve sucesso. 
    No ano seguinte, morreu o líder palestino Yasser Arafat e, em 2005, foram realizadas eleições na Autoridade Palestina, vencidas pelo Hammas, grupo terrorista transformado em partido político. Nesse mesmo ano, Israel promoveu uma conturbada retirada de seus colonos na Faixa  de Gaza, anunciando uma desocupação unilateral da Cisjordânia. 
    Em 2006, além do agravamento do conflito, houve divisões internas em ambas as partes: na Autoridade Palestina, o choque entre duas facções rivais (Hammas, que controla o governo, e Fatah do presidente Mahmoud Abbas); em Israel, a proposição de um grupo representativo de israelenses árabes para criar um governo  binacional (árabe e judeu). 
    Em janeiro de 2007, devido ao fracasso das retiradas unilaterais de Gaza e da Cisjordânia, Israel voltou atrás e resolveu entrar em negociações com palestinos moderados para decidir o tipo de  ação.  


                       Israel e os países árabes


   A Questão Palestina envolveu outros países árabes do Oriente Médio na luta contra Israel. Egito, Jordânia, Síria e Líbano participaram dos conflitos de 1956, 1967 e 1973, ao lado dos palestinos. A Jordânia selou a paz com os vizinhos em 1994, como o Egito já havia feito em 1979. 
    Os problemas com o Líbano se acirraram quando esse país abrigou os palestinos expulsos da Jordânia, em 1970. O sul do Líbano foi ocupado por Israel desde 1978. Uma "faixa de segurança" foi marcada para prevenir ataques de guerrilheiros  a territórios israelenses em 1985. De ambos os lados dessa faixa houve milhares de mortos. Somente em maio de 2000, Israel terminou a  retirada de suas tropas do sul do Líbano. 
    Em 2006, nova crise envolveu Israel e seu país vizinho. O grupo terrorista Hezbollah capturou dois soldados israelenses e provocou a reação de Israel com uma série de ataques. As zonas mais atingidas foram o sul do Líbano e os  subúrbios ao sul da capital Beirute.  
   Em 1º de outubro, Israel retirou seus últimos soldados do território libanês, cumprindo uma das principais condições da resolução de cessar-fogo da ONU, que pôs fim aos confrontos. 
    A Síria é o único país que não assinou nenhum acordo de paz com Israel. Como só aceita negociar se os israelenses devolverem as Colinas de Golan, território ocupado em 1967, e eles se recusam a fazê-lo, o impasse permanece. O mapa abaixo mostra essa região síria ocupada por Israel.  
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                                                               " 

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sábado, 26 de maio de 2012

Exercícios de Geografia em Palavras Cruzadas sobre a América

     

Geo Newton Almeida

        Resolva as palavras cruzadas geográficas !  Veja a resposta abaixo. Sucesso !


Vertical  


  1-  É o segundo maior continente do mundo com  42.960.000 (quarenta e dois milhões, novecentos e sessenta mil) quilômetros quadrados de área, 35 países e cerca de 900 milhões de habitantes.

Horizontais 


2- Qual oceano banha a costa oeste da América ?  
3- O conjunto de montanhas dispostas paralelamente, de elevada altitude e extensão.
4- Qual oceano banha a costa leste da América ? 
5-  Por estar localizado na América do Sul o Brasil é :  
6- País emergente da América, com 8 milhões e meio de quilômetros quadrados de área e cerca de 200 milhões de habitantes. 
7- Qual é a região da América que abriga a maior floresta tropical do mundo ? 


                                 PREENCHA 

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                              RESPOSTA


http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br


                
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terça-feira, 15 de maio de 2012

Conteúdos de Geografia sobre a Crise na Grécia


     A Crise na Grécia (maio de 2012)    




                                     Aspectos Gerais da Grécia  
   (mapa da Europa, abaixo, Grécia destacada em verde escuro)


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    A Grécia é o país onde floresceu a mais extraordinária civilização da  Antiguidade e verdadeiro berço da civilização ocidental, apresenta industrialização recente, fortemente apoiada no capital estrangeiro, que aí se instalou  pela mão-de-obra barata para os padrões europeus. 
  Empenhado em diversificar sua economia, o país importa máquinas e equipamentos industriais, bem como petróleo e carvão mineral, pois necessita fortalecer suas indústrias de base. 
   A  principal indústria  grega é a de construção  naval. O turismo, porém, continua sendo uma importante fonte de renda e encontra-se em ascensão, seja pelo significado histórico-cultural das obras da antiga Grécia, seja pelas belas paisagens mediterrâneas, onde o clima é agradável, com verões muito  quentes e invernos não muito frios.


Capital : Atenas
Língua oficial : Grego
População : 11 milhões e 300 mil habitantes 
Área :  132 mil Km²
IDH (2010)  0,855 (muito elevado) 
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  (Foto acima, o Partenon no topo da  Acrópole de Atenas, erguido no século V antes de Cristo. Todos os anos, as ruínas dos templos, palácios e teatros construídos pelos antigos gregos, povo que viveu entre os séculos VII e IV a.C., atraem milhares de turistas).     
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      Foto acima : Monte Olimpo, o ponto mais alto da Grécia 
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                            Foto acima : Praia em Cefalônia 


                                 Sistema Político da Grécia 
      A Grécia é uma república parlamentar. O chefe de Estado é o presidente da república, que é eleito pelo parlamento para um mandato de cinco anos. A atual constituição foi elaborada e aprovada pelo Quinto Parlamento Revisionista dos Helenos e entrou em vigor em 1975, após a queda da junta militar de 1967-1974. Ela foi revisada por duas vezes desde que entrou em vigor, em 1986 e em 2001. A Constituição, que consiste em 120 artigos, prevê a separação dos poderes em executivo, legislativo e judiciário, e concede extensa garantias específicas (reforçado em 2001), das liberdades civis e direitos sociais. O sufrágio feminino foi garantido com uma emenda constitucional de 1952.
   Segundo a Constituição, o poder executivo é exercido pelo presidente da república e pelo governo. A partir de emenda à Constituição de 1986, as funções do presidente foram reduzidas de forma significativa, e agora elas são, em grande parte, cerimoniais; a maior parte do poder político, portanto, está nas mãos do primeiro-ministro.  O presidente da república nomeia formalmente o primeiro-ministro e, na sua recomendação, nomeia e exonera os restantes membros do Conselho de Ministros.
     O poder legislativo é exercido pelos 300 membros eletivos do parlamento unicameralAs leis aprovadas pelo parlamento são promulgadas pelo presidente da república. As eleições parlamentares são realizadas a cada quatro anos, mas o presidente da república é obrigado a dissolver o parlamento sobre a proposta anterior do Conselho de Ministros, tendo em vista lidar com um assunto nacional de excepcional importância. O presidente é também obrigado a dissolver o parlamento no início, se a oposição conseguir aprovar uma moção de censura.
   O poder judiciário é independente do poder executivo e do legislativo e compreende três Tribunais Supremos: o Tribunal de Cassação (Άρειος Πάγος), o Conselho de Estado (Συμβούλιο της Επικρατείας) e o Tribunal de Contas (Ελεγκτικό Συνέδριο). O sistema judiciário é composto também por tribunais civis, que julgam processos cíveis e penais e os tribunais administrativos, que julgam os litígios entre os cidadãos e as autoridades gregas administrativas.
                                              
                                 A  Crise na Grécia 

    Para tentar tirar a Grécia do buraco e evitar que todos os 17 países da zona do euro acabassem arrastados pela crise grega, a União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI impuseram reformas e condições duras, em troca de dinheiro e redução da dívida grega. Mas, no último pacote de novas medidas, de fevereiro de 2012, que exigia a demissão de 15 mil funcionários públicos, a população grega foi para as ruas em protesto. O governo de coalizão caiu e uma eleição foi marcada para o dia 06 de maio de 2012.  
   A mobilização social contra a chamada Tróika (Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional) , e contra  as medidas rigorosas impostas à Grécia, em consequência da "Crise da  Dívida Pública" , levou a uma grande derrota dos partidos que defenderam tais políticas, o socialista  PASOK  e o conservador Nova Democracia.  
    Essas medidas impostas pela Tróika foram o corte de gastos sociais  com a saúde, educação e assistência, reforma da previdência e demissões em massa que desencadearam um verdadeira convulsão social, com suicídios até em praça pública 


    Resultado das Eleições na Grécia do dia 06 de maio de 2012 : 

PASOK (partido socialista)  18,9 % dos votos ; 
Syrisa (partido radical de esquerda) 16,8 %  ; 
 Nova Democracia (partido conservador)  13,2%  ; 
Aurora Dourada (partido de extrema direita neonazista) 7%   . 
       As eleições na Grécia deixaram os mercados muto instáveis , com grandes quedas nas bolsas asiáticas . A coalizão que governava a Grécia era constituída pelo PASOK e a Nova Democracia que perdeu a maioria no parlamento e deveria ocupar apenas  149 das 300 cadeiras. 


                        Os Partidos Políticos da Grécia 

    O PASOK,  Partido Socialista, é o partido partido político da Grécia,  que venceu as eleições anteriores,  que concordava com as políticas do Banco Central  Europeu e do FMI. Pela última eleição de 06 de maio de 2012, ele passou de 160 deputados passou a ter  41 deputados apenas. Ou seja, o PASOK sofreu uma enorme derrota.   
   O Syrisa é uma coalizão de partidos radicais de esquerda,  é hoje considerado a segunda maior força no parlamento grego, tendo passado de 13 para 52 representantes . O Syrisa foi o incentivador do controle social da dívida pública da Grécia, a Auditoria Cidadã da Dívida Pública.
   A grande líder do Syrisa é a Deputada Sofia Sakorafa, a mais votada em Atenas, nas eleições de 06 de maio de 2012. A Deputada Sofia Sakorafa foi expulsa do PASOK, pois se recusou a votar a favor do acordo com  o FMI, em 2009. 
    De acordo com Eric Toussaint, do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), “o resultado da Syriza é muito positivo, pois esta coalizão apresentou como propostas a suspensão imediata dos pagamentos da dívida grega por 3 anos e o fim das medidas de austeridade impostas desde 2010, quebrando os acordos com a Tróika (FMI/Comissão Europeia/Banco Central Europeu). Vários membros do Syriza apóiam ativamente a Auditoria Cidadã da Dívida grega.”
    As forças de esquerda no Parlamento Grego são o Syrisa, KKE e DIMAR , subiria de 34 para 97 cadeiras no parlamento, caso acontecesse um acordo de coalizão. 
   Aurora Dourada, é primeiro partido neonazista da Grécia. A Grécia teve uma extrema-esquerda forte durante décadas, e agora a população, terrivelmente insatisfeita com a crise econômica, se volta ao extremismo de direita, sendo representado pela ascensão do Aurora Dourada. Os eleitores do Aurora Dourada são principalmente os mais jovens, com menos de 30 anos, que não vivenciaram diretamente os horrores do nazismo. 


                     A   Grécia Convoca Novas Eleições   

    A Grécia vai realizar novas eleições, depois que líderes políticos não conseguiram entrar em acordo para formar um governo de coalizão na terça-feira (14 de maio de 2012), prolongando a crise política que deixou o país mais perto da falência e da exclusão da zona do euro. Após um terceiro dia de negociações em vão entre líderes políticos, um porta-voz do presidente grego, Karolos Papoulias, disse que a busca por um governo de coalizão fracassou e que uma nova votação terá de ser realizada, provavelmente no mês de junho. 
    " Pelo amor de Deus, vamos partir para algo melhor e não para o pior ", disse o líder do partido socialista, Evangelos Venizelos, a repórteres após a reunião. " Nossa pátria pode encontrar o seu caminho, vamos lutar por isso "  .  
    
      Exemplos da Crise Econômica e Social que a Grécia Enfrenta 

    A cozinheira Mirsini Demertzi, entrevistada pela jornalista Deborah Berlinck, do Jornal o Globo, em 13 de maio de 2012, disse que havia votado no partido Syrisa, pois prefere a ditadura. Disse que prefere perder a liberdade e ter um pouco de tranquilidade, do que a democracia, com liberdade mas, vivendo na miséria. Ela está desempregada desde 2008, tem 44 anos, e tem um filho de 28 anos viciado em drogas. 
  O ex-comerciante Argyros Alexandros, de 74 anos, que estava numa fila para receber um prato de comida, no pátio de uma instituição pública, disse que não tem mais vergonha de mendigar e mostrou seu prato com a sopa de galinha. Ele contou à jornalista Deborah Berlinck que tinha duas lojas de roupas italianas, em Atenas há quatro anos, tinha dois carros que trocava por novos modelos  a cada dois anos, mas perdeu tudo e até o casamento; só não está vivendo na solidão completa pois tem um fiel amigo: o  cachorro de estimação. 
    O biólogo Constantin Costopoulos tem dois títulos de doutorado, na Grécia e na Holanda, aos 53 anos de idade, falou que está vendendo seus imóveis na Grécia ( 4 apartamentos em Atenas e está em dúvida se vende sua casa na paradisíaca Ilha de Santorini). Ele disse " A Grécia acabou! " , e está se mudando para o Brasil; Constantin é conhecido em vários países pelo seu trabalho em aquicultura e busca desenvolver a criação de peixes no Brasil que tem potencial, segundo ele, para se tornar um dos maiores produtores e exportadores de espécies de peixes tropicais no mundo. 
  O psiquiatra Kyriakos Katsadoros coordena um trabalho pioneiro sobre as consequências da exclusão social na saúde mental dos  gregos, relatou que há dez anos a Grécia ocupava o último lugar, na Europa, em número de suicídios :  hoje é a primeira colocada! Segundo Kyriakos a Grécia tem um dos maiores percentuais de aumento  de suicídios no mundo, com a média de dois suicídios por dia. 


      Fontes : 
Jornal O GLOBO, Deborah Berlinck,  13 / 05 / 2012 ;
Internet (15/05/2012)   http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia
Internet (11/05/2012)  http://zequinhabarreto.org.br  ;
Internet (15/05/2012)   http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE84E02G20120515
Livro : VESENTINI, J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido . Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .   

GEOGRAFIA Newton Almeida

sábado, 12 de maio de 2012

Oriente Médio : Conflitos : Guerra do Golfo


Geografia Newton Almeida

                 Guerra do Golfo 


      No período de 1980 a 1988 foi deflagrada a guerra do Irã x Iraque, e após essa guerra o Iraque encontrava-se em precárias condições econômicas. Para tentar conseguir recursos financeiros, o governo do Iraque, em 1989 e 1990, procurou empréstimos nos países vizinhos  e acordos com os demais países exportadores de petróleo para elevar os preços desse combustível.  Como não conseguiu nenhum desses objetivos (os países árabes vizinhos já lhe haviam emprestado grandes somas durante a guerra contra o Irã), o Iraque invadiu o Kwait, em agosto de 1990, procurando anexá-lo ao seu território. 
  Em julho de 1990, Saddam Hussein, então presidente do Iraque, acusou o Kuwait de causar a queda dos preços do petróleo e retomou antigas questões de limites territoriais, além de exigir indenizações. Como o Kuwait não cedeu, em 2 de agosto de 1990, tropas iraquianas invadiram o Kuwait, com a exigência do presidente Saddam Hussein de controlar seus vastos e valiosos campos de petróleo. Este acontecimento provocou uma reação imediata da comunidade internacional.
  O Kwait é um país pequeno e vizinho do Iraque, com grandes reservas de petróleo e com ótima saída para o mar, algo que os iraquianos sempre almejaram. 
   A  reação a essa invasão , em especial dos Estados Unidos, pegou o Iraque de surpresa. A ONU decretou um boicote comercial : nenhum país comprava  produtos do Iraque nem vendia nada a ele. Além disso, foi dado ao governo  iraquiano um prazo, até o início de 1991, para retirada de suas tropas do Kwait, sob pena de as tropas das forças aliadas (lideradas pelos Estados Unidos e com participação do Reino Unido, Itália, França, Egito e Arábia Saudita) iniciarem uma guerra contra o Iraque pela  libertação  do Kwait. A antiga União Soviética, que até  o fim dos anos 1980 sempre ajudou os países adversários dos Estados Unidos, nada fez pelo Iraque. 
Geografia Newton Almeida
    Após intensos bombardeios, as tropas iraquianas foram desalojadas do Kwait em março de 1991 e o saldo dessa breve,  mas intensa guerra, foi catastrófico para esses dois países árabes :

   -  cidades e instalações industriais, principalmente petroquímicas, em ruínas;
   -  derramamento de petróleo no mar, o que causou grande poluição;
  -  poços de petróleo em chamas, o  que provocou enorme concentração de gases venenosos na atmosfera e até nas poucas fontes de água potável. 
   -  mais de 100 mil soldados iraquianos foram mortos contra cerca de mil baixas das forças da coalizão
Geografia Newton Almeida

    A guerra também ganhou a alcunha de Guerra do Vídeo Game, após a conhecida difusão diária de imagens a bordo de aviões-bombardeiro americanos durante a Operação Tempestade no Deserto (como foi chamada a reação das tropas pró- Kwait) 


  Fonte  Livro : VESENTINI, J. Wiliam ; VLACH, Vânia. Geografia Crítica , Geografia do Mundo Desenvolvido . Editora Ática . 4ª edição . São Paulo : 2010 .  


   Fonte Internet :  http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Golfo


GEOGRAFIA Newton Almeida

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sugestão de Dinâmica em Sala de Aula em que O aluno é o Professor em Perguntas com Respostas de Geografia



Geografia Newton Almeida

        Sugestão de Dinâmica : O Aluno É o Professor 


    As dinâmicas são muito importantes para melhorar a convivência da  turma, trabalhar problemas comportamentais específicos, avaliar bloqueios emocionais, e até mesmo para que os conteúdos  sejam absorvidos de maneira mais lúdica, mais divertida. 
     Ontem eu (Newton Almeida) experimentei  essa dinâmica, simples que eu  elaborei, para uma turma  do 9º ano. Os conteúdos foram bem resumidos, e  podem ser facilmente ampliados e adaptados para cada nível.  
    A comunicação é importante de ser trabalhada em sala de aula. Os alunos terão que enfrentar a comunicação em público na sua futura vida e carreira profissional. Muitas crianças e jovens que tiveram dificuldade  de comunicação conseguiram desenvolver técnicas e hoje são grandes oradores, palestrantes, enfim, o obstáculo acabou por se transformar num "trampolim". 
  Os professores têm que incentivar a expressão e comunicação dos alunos, principalmente quando identificam que existem bloqueios emocionais e outras dificuldades para a comunicação efetiva.      

               DINÂMICA  -  O ALUNO É O PROFESSOR 

Objetivo : O objetivo dessa dinâmica é controlar a timidez ou o exibicionismo extremo, praticando a comunicação em público e exercitando a concentração para a memorização dos conteúdos.

A Dinâmica :     Os alunos formam duplas e escolhem um conteúdo de uma lista . É importante que os conteúdos sejam em maior número que a quantidade de duplas. Cada conteúdo compreende  uma pergunta e uma resposta, que serão entregues às duplas num pedaço de papel. 
   Um aluno, de cada dupla, será o professor que perguntará ao outro, que responderá, lendo o conteúdo.  Em seguida, a dupla  repetirá  a pergunta e a resposta  sem ler, memorizando .  

Sugestão de  5 conteúdos  sobre a Europa :   Línguas ,  Urbanização ,  Localização 1,  Localização 2,  União Europeia .

 Línguas    -   PERGUNTA  :  A  Europa é  um dos menores continentes do mundo, sendo maior apenas  que a Oceania. Sua extensão territorial é de cerca  de dez e meio milhões  de quilômetros quadrados (10.500.000 Km²) . Quantos países fazem parte da Europa e quantas línguas diferentes são  faladas nesses países ? 

            RESPOSTA :   São cerca de  47  países que falam em torno de 60 línguas diferentes, como o português, alemão, inglês, italiano,  francês, etc.  


Urbanização  -  PERGUNTA :   Na  Europa aconteceu uma urbanização intensa e rápida. A urbanização pode ser entendida como o crescimento  das cidades. Qual foi a principal causa dessa urbanização ? 
       RESPOSTA :  A principal causa foi a industrialização, que teve início por volta do ano de 1750 na Inglaterra. A industrialização foi o surgimento  das fábricas que atraíram trabalhadores fazendo crescer as cidades. 

Localização  1 -   PERGUNTA  :  O continente europeu está totalmente ao norte da Linha do Equador. Em qual hemisfério a Europa está localizada ?
              RESPOSTA  :  A Linha do Equador divide a Terra em dois hemisférios : Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. A Europa está localizada no hemisfério Norte, acima do Trópico de Câncer.
              
                         
Localização   2  -    PERGUNTA  :  Localize o continente europeu, em relação ao Oceano Glacial Ártico, Oceano Atlântico, Mar Mediterrâneo, e continente asiático .

               RESPOSTA :  A Europa está localizada ao Sul do Oceano Glacial Ártico, ao Norte do Mar Mediterrâneo , à Leste do Oceano Atlântico e a Oeste do continente asiático.


União Européia     PERGUNTA  :  Atualmente a União Européia está enfrentando uma crise econômica, e alguns países enfrentam níveis altos de desemprego, como a Espanha.  O que é a União Europeia ?
          RESPOSTA :  A União Europeia teve início em 1951, com a integração econômica e política de seis países, e hoje são em torno de 27 países, que utilizam uma moeda comum o EURO.  A União Europeia tem como objetivo unir  a Europa e fortalecer a sua economia, evitando dessa forma, as divergências  e conflitos que deflagraram a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.


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sábado, 5 de maio de 2012

Muros da Vergonha - Cercas e Muros Separando Povos do Mundo - Combate à Imigração Ilegal


Geografia Newton Almeida

    "   Muros da Vergonha - Rivalidade entre povos e o temor em relação aos imigrantes se materializam em barreiras físicas  ( Por  COMPARATO, Bruno Konder. Discutindo Geografia, ano 3, n. 15. p. 43-45. São Paulo: Escala, 2007) 

    Em 1989, quando foi derrubado o muro de Berlim após quase três décadas de existência, comemorações ocorreram nas diversas partes do planeta. Ao dividir a cidade ao meio, o muro era a materialização da  'cortina de ferro'  que separava a a Europa Ocidental dos países comunistas. A queda do muro significou tanto o término da Guerra Fria quanto o fim da rivalidade Leste-Oeste. Analistas entusiastas chegaram a afirmar que o capitalismo e a democracia haviam vencido. Prenunciava-se o início de uma era de prosperidade.   
    Passados 18 anos desse fato, constata-se que a tão sonhada paz não prevaleceu em nosso planeta. Os conflitos não  terminaram e muros continuaram a existir ou a serem construídos. 'Barreiras defensivas' para uns, 'muros da vergonha' para outros, eles são testemunhos de rivalidades entre vizinhos e do medo em relação aos imigrantes. 

                   Ceuta x Melilla : a porta dos fundos para a Europa

   Os especialistas em segurança sabem que toda  cerca tem um ponto vulnerável. No caso da Europa, ele está localizado em Ceuta e em Melilla,  dois enclaves espanhóis na África, bem diante do estreito de Gibraltar. Para separar a União Européia do continente africano foi construída uma dupla cerca metálica de mais  de 6 metros  de altura, com arame farpado e um sistema de vigilância  eletrônico. Entre as duas cercas, há uma estrada constantemente patrulhada por guardas espanhóis.
   Em toda a extensão das cercas (são 8 quilômetros em Ceuta e 11 em Melilla) africanos tentam, incansavelmente, ultrapassar a barreira que os separa das oportunidades de trabalho e de uma sobrevivência mais digna no continente europeu. Determinação é o que não falta a esses imigrantes clandestinos. Eles constroem escadas com troncos da floresta à beira da cerca e realizam em média cinco tentativas até conseguirem não ser capturados e trazidos de volta ao ponto de partida. 
    Ao chegar à costa, a cerca adentra o mar sobre uma barreira de pedras construída artificialmente. A construção do muro custou 180 milhões de euros, dos quais metade foi financiada pela União Europeia, que tem todo interesse em ajudar a Espanha a conter a onda de imigrantes africanos.  "   


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Imagem acima : policiais espanhóis patrulham a cerca que separa o enclave espanhol de Melilla do Marrocos (foto 2005). 
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Imagem acima : Barco com 300 pessoas que se dirigia para a Europa foi interceptado pela patrulha naval francesa no Mar Mediterrâneo, em  2008 . 

Fonte Livro:  DANELLI, Sonia Cunha de;  Geografia Projeto Araribá; 9º ano; Editora Moderna, 2ª edição; São Paulo : 2007

     
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Consultor Ambiental Newton Almeida é Entrevistado por Marcela Morato no Canal Saúde FIOCRUZ sobre a Questão da Água



     Dia 25 de abril de 2012 eu (Newton  Almeida)  participei do Programa do Canal Saúde (Ligado em Saúde) sobre a água. Foi uma conversa informal sobre esse recurso natural mais importante que tive com a apresentadora Marcela Morato. A estrutura do estúdio é excelente, me senti muito  bem, pois todos são profissionais muito capacitados. 
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                    Veja o vídeo :  http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=agua
   A  quantidade de água no mundo é constante, mas ao longo  de milhões de anos, ela varia significativamente, pois, por exemplo, há uns 20 mil anos atrás a quantidade de gelo era muito  maior. Embora a maior parte da superfície terrestre seja coberta de águas, as águas doces, rios e lagos,  próprias para o consumo humano chegam a menos de 0,3 % do volume total disponível (a maior parte está aprisionada nas calotas polares e nas neves eternas em montanhas como os Andes, Rochosas, Himalaia, Alpes, e cerca de 25% são águas subterrâneas).
    A  quantidade total de água do mundo  seria suficiente para todos os sete bilhões de seres humanos, mas o desafio é conduzir a água até todos, e somente uns trinta países do mundo são considerados desenvolvidos e possuem sistemas de abastecimento de água para toda a sua população. 
    Segundo a ONU hoje no mundo perto de 1 bilhão e duzentos milhões de humanos não têm água suficiente para suprir suas necessidades. E conforme o consumo de água aumenta, em maior proporção que o crescimento populacional, as preocupações para a falta de água no mundo tem total razão. Além da facilidade de contaminação dos mananciais existentes, já que a água é o chamado solvente universal, pelas inúmeras fontes de poluição crescentes no mundo moderno. 
    Nosso Brasil possui situação muito confortável, com mais de 12% das reservas de água doce, com destaque para a bacia  Amazônica, e o imenso reservatório de água subterrânea, o Aquífero  Guarani.  Mas, ainda temos até uns 10% de todos os brasileiros sem acesso a sistema  de água tratada, algo em torno de 20 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE, mas eu penso que o número seja maior, pois basta verificar o número de favelas no Brasil.  No Nordeste Brasileiro, onde a situação é pior, o Programa 1 milhão de cisternas, de captação e armazenamento da água  de chuva,  já implantou mais de 300 mil cisternas, fazendo dele um exemplo para o mundo. Além disso, a transposição das águas do Rio São  Francisco avançam e com elas haverá um desenvolvimento  merecido daquela região. 
     Em exemplo semelhante, de que os problemas de carência  de água podem ser superados pela engenhosidade humana é o de  Israel, pequeno país assentado numa região semi-desértica,  que abastece de alimentos a sua população, proporcionando mais de 95% de todos alimentos consumidos no país, e conseguindo exportar, gerando divisas. Israel efetuou significativo reflorestamento em seu território para evitar o assoreamento e ao mesmo tempo em que aumentou a recarga freática  diminuiu a salinidade aflorante. A otimização  da água é  feita por cuidadoso controle da irrigação, diretamente nas raízes dos cultivares, e a renda auferida pelo desenvolvimento  das técnicas agrícolas é justamente distribuída no famoso modelo cooperativista dos Kibutz.
    Portanto, a questão da água do mundo é emblemática e passa pelo desenvolvimento humano em geral, lembrando que à medida que as famílias melhoram a sua renda, a taxa de natalidade consequentemente cai, aumentando indicadores de saúde e educação. 
    A solução para os problemas mundiais é a distribuição da renda, que pode ser entendida como uma melhor divisão  dos recursos naturais existentes na Terra, e a água dessa forma também alcançará a todos que dela se privam atualmente.
   Dividir a renda é uma concepção antagônica ao capitalismo atual, mas estamos vendo o excelente  exemplo dos últimos anos no Brasil, e recentemente o  Presidente Obama tentando aprovar uma lei  de imposto sobre grandes fortunas, lá no berço do capitalismo. 
   
    Assista à entrevista do Newton Almeida, no Canal Saúde, da Fundação  Oswaldo  Cruz , do dia 25 de abril de 2012 : http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=agua


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