" Globalização e meio ambiente
Problemas ambientais do século XXI
Entramos no século XXI extraindo e consumindo cada vez mais recursos naturais para atender às necessidades das populações, como construir moradias, irrigar plantações, fornecer matéria-prima para a indústria. Além disso, os recursos são explorados sem um planejamento que minimize as consequências desse uso para o meio ambiente e para as necessidades das gerações futuras.
Figura acima: caminhão transportando madeira ilegal retirada no município de Cujubim (RO, 2005). O desmatamento, realizado para obtenção de madeira ou para atividade agropecuarista, é um dos principais problemas ambientais da atualidade.
Uma característica marcante desse início do século XXI é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais, que afetam a vida de milhões de pessoas, como, por exemplo, a poluição do ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de água potável e o aquecimento global.
A questão da água
Associado ao aumento da produção industrial e agrícola, o abastecimento de água é um problema que se coloca como risco imediato à vida na Terra. Alguns países já sofrem com a carência de água potável.
Atualmente, cerca de 60% da água disponível para o consumo é utilizada na irrigação agrícola, o que aumenta a oferta de alimentos, mas diminui muito o volume de água disponível para suprir outras necessidades básicas de populações cada vez mais numerosas.
O uso de produtos químicos como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo de esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exemplo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, tornando as águas impróprias para o consumo. Especialistas acreditam que, dentro de poucos anos, uma das principais disputas entre povos e Estados será pelo controle de água potável.
O aquecimento global
O aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido. O aquecimento global acontece quando são lançados mais gases do que as florestas e oceanos são capazes de absorver. Os chamados "gases estufa" originam-se da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, de queimadas, do desmatamento, assim como da decomposição da matéria orgânica e da liberação de CFC na atmosfera.
* CFC é a sigla de clorofluorcarboneto, grupo de compostos químicos empregados, principalmente, em aerossóis e sistemas de refrigeração. Em contato com a atmosfera, o CFC destrói a camada de ozônio.
Consequências do aquecimento
As mudanças climáticas e seus efeitos, resultantes do aquecimento global, já são realidade em diferentes partes do planeta. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Além disso, furacões, ondas de calor, secas e enchentes estão ocorrendo com maior frequência e intensidade. A biodiversidade também será profundamente alterada, com a possível extinção de várias espécies de animais e vegetais.
Figura acima : onda de calor no sudeste europeu (Turquia, 2007). Temperaturas acima dos 40°C e quarenta mortos.
Conferências mundiais e meio ambiente
Os governos não ficaram alheios aos graves danos ambientais causados pelo aquecimento global. Muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, como a Rio-92, a Rio +10, a de Kyoto e outras, para discutir e propor medidas a serem adotadas com o objetivo dereduzir as emissões dos gases do efeito estufa.
Conferência Rio - 92
Em 1992 ocorreu, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio-92 ou Eco-92. O objetivo principal desse encontro foi promover o debate acerca da necessidade de aliar o crescimento e desenvolvimento socioeconômico à conservação dos recursos naturais.
Como resultado dos trabalhos realizados na Rio-92, foram elaborados alguns documentos importantes, entre eles: a Carta da Terra, as convenções da Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda 21.
Figura acima : chegada do barco Gaia ao Rio de Janeiro, durante a Eco-92.
Conferência Rio + 10
Em 2002 aconteceu em Johannesburgo, África do Sul, outra Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida como Rio + 10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio-92, além de renovar os compromissos políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes.
O encontro, no entanto, frustou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evidente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de agir para a preservação dos recursos e da qualidade de vida na Terra no presente e, principalmente, no futuro.
Conferência de Kyoto
Várias outras conferências foram feitas, sempre organizadas pelas Nações Unidas. Uma das mais importantes foi a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de Kyoto.
Figura acima : manifestação popular por ocasião da Conferência sobre Mudanças Climáticas, em Kyoto (Japão, 1997).
Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases que provocam o efeito estufa e promover o uso de mecanismos de flexibilidade para que os países em desenvolvimento possam atingir os objetivos de redução desses gases.
As decisões tomadas nessa conferência e seus desdobramentos se fazem sentir até os dias de hoje e influenciam as políticas de Estado.
Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. O documento foi ratificado por 166 países, mas teve muitas dificuldades na etapa seguinte. Os Estados Unidos o rejeitaram em 2001, e ele só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo o número mínimo de países para que pudesse vigorar.
Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os estados desenvolvidos cortam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziriam suas emissões depois de 2012.
O protocolo estabelece um fundo, financiado pelos países desenvolvidos, para que os países em desenvolvimento possam lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Os países desenvolvidos que reduzem suas emissões e os países pobres ou emergentes que têm projetos de redução de suas próprias emissões recebem créditos , conhecidos como créditos de carbono. "
Conferência Rio + 20
Conferência Rio + 20
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
A Rio + 20 teve dois temas principais :
- A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
- A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 foi composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, aconteceu a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reuniram representantes governamentais para negociações dos documentos adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, foram programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável.
De 20 a 22 de junho, ocorreram o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual foi confirmada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.
Foto acima : abertura oficial da Rio + 20 ( Brasil, Rio de Janeiro / RJ, 20 de junho de 2012)
FONTE: Livro: DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .
FONTE : Internet : http://www.rio20.gov.br/
FONTE : Internet : http://www.rio20.gov.br/