quarta-feira, 25 de julho de 2012

MEIO AMBIENTE - GLOBALIZAÇÃO - a questão da água : aquecimento global

    


  "         Globalização e meio ambiente 

             Problemas ambientais do século XXI 
   Entramos no século XXI extraindo e consumindo cada vez mais recursos naturais para atender às necessidades das populações, como construir moradias, irrigar plantações, fornecer matéria-prima para a indústria. Além disso, os recursos são explorados sem um planejamento que minimize as consequências desse uso para o meio ambiente e para as necessidades das gerações futuras. 
Geografia Newton Almeida
       Figura acima: caminhão transportando madeira ilegal retirada no município de Cujubim (RO, 2005). O  desmatamento, realizado para  obtenção de madeira ou para atividade agropecuarista, é  um dos principais problemas ambientais da atualidade.  
   Uma característica marcante desse início do século XXI é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais, que afetam a vida de milhões de  pessoas, como, por exemplo, a poluição do  ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de água potável e o aquecimento global. 

            A questão da água 
   Associado  ao aumento da produção industrial e agrícola, o abastecimento de água é  um problema que se coloca como risco imediato à vida na Terra. Alguns países já sofrem com a carência de água potável. 
   Atualmente, cerca de 60% da água  disponível para o consumo é  utilizada na irrigação agrícola, o que aumenta a oferta de alimentos, mas diminui muito o volume de água disponível para suprir outras necessidades básicas de populações cada vez mais numerosas.
   O uso de produtos químicos como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo de esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exemplo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, tornando as águas impróprias para o consumo. Especialistas acreditam que, dentro de poucos anos, uma  das principais disputas entre povos e Estados será pelo  controle de água potável. 

           O aquecimento global
   O aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido. O aquecimento global  acontece quando são lançados mais gases do que as florestas e oceanos são capazes de absorver. Os chamados "gases estufa" originam-se da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, o  carvão e o gás natural, de queimadas, do  desmatamento, assim como da decomposição da matéria orgânica e da liberação  de CFC na atmosfera. 
  * CFC  é a sigla de clorofluorcarboneto, grupo de compostos químicos empregados, principalmente, em aerossóis e sistemas de refrigeração. Em contato com a atmosfera, o CFC destrói a camada de ozônio.    

           Consequências do aquecimento 
   As mudanças climáticas e seus efeitos, resultantes do aquecimento global, já são realidade em diferentes partes do planeta. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Além disso, furacões, ondas de calor, secas e enchentes estão ocorrendo com maior frequência e intensidade. A biodiversidade também será profundamente alterada, com  a possível extinção de várias espécies de animais e vegetais. 
Geografia Newton Almeida
     Figura acima : onda de calor no sudeste europeu (Turquia, 2007). Temperaturas acima dos 40°C e quarenta mortos. 

             Conferências mundiais e meio ambiente 
   Os governos não ficaram alheios aos graves danos ambientais causados pelo aquecimento global. Muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, como a Rio-92, a Rio +10, a de Kyoto e outras, para discutir e propor medidas a serem adotadas com o objetivo dereduzir as emissões dos gases do efeito estufa. 

             Conferência Rio - 92 
   Em 1992 ocorreu, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como  Rio-92 ou Eco-92. O objetivo principal desse encontro foi promover o debate acerca da necessidade de aliar o crescimento e desenvolvimento socioeconômico à conservação dos recursos naturais.
   Como resultado dos trabalhos realizados  na Rio-92, foram elaborados alguns documentos importantes, entre eles: a Carta da Terra, as convenções da Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda  21. 
Geografia Newton Almeida
           Figura acima : chegada do  barco Gaia ao Rio de Janeiro, durante  a Eco-92.  

             Conferência Rio + 10
   Em 2002 aconteceu em Johannesburgo, África do Sul, outra Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida como Rio + 10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio-92, além de renovar os compromissos políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes. 
   O encontro, no entanto, frustou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evidente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de agir para a preservação dos recursos e da qualidade de vida na Terra no presente e, principalmente, no futuro. 

            Conferência  de Kyoto
   Várias outras conferências foram feitas, sempre organizadas pelas Nações Unidas. Uma  das mais importantes foi a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de Kyoto. 
Geografia Newton Almeida

      Figura acima : manifestação popular por  ocasião da Conferência sobre Mudanças Climáticas, em Kyoto (Japão, 1997).  
   Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases que provocam o efeito  estufa e promover  o uso de mecanismos de flexibilidade para que os países em desenvolvimento possam atingir os objetivos de redução desses gases. 
   As decisões tomadas nessa conferência e seus desdobramentos se fazem sentir até  os dias de hoje e influenciam as políticas de Estado. 

            Protocolo de Kyoto 
   O Protocolo de Kyoto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. O documento foi ratificado por 166 países, mas teve muitas dificuldades na etapa seguinte. Os Estados Unidos o rejeitaram em 2001, e ele só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo o número mínimo de países para que pudesse vigorar. 
   Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os estados desenvolvidos cortam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziriam suas emissões depois de 2012. 
   O protocolo estabelece um fundo, financiado pelos países desenvolvidos, para  que os países em desenvolvimento possam lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Os países desenvolvidos que reduzem suas emissões e os países pobres ou emergentes que têm projetos de redução de suas próprias emissões recebem créditos , conhecidos como créditos de carbono.    "


            Conferência  Rio + 20 


   A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
    A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
     A Rio + 20 teve dois temas principais : 
  • A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
  • A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 
   A Rio+20 foi composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, aconteceu a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reuniram representantes governamentais para negociações dos documentos adotados na Conferência. Em seguida, entre 16  e 19 de junho, foram programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável.
   De 20 a 22 de junho, ocorreram o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual foi confirmada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.
Geografia Newton Almeida
      Foto acima : abertura oficial da Rio + 20 ( Brasil, Rio de Janeiro / RJ, 20 de junho de 2012) 



FONTE: Livro:   DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 
FONTE : Internet :  http://www.rio20.gov.br/


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Globalização : Consumismo




Geo Newton

"   Globalização, cultura e sociedade de consumo
   Cada fase da globalização é marcada por uma onda de inovações tecnológicas. Contudo, essas inovações não atingem o planeta igualmente, quer por  razões econômicas - possibilidade de acesso e consumo de novos produtos -, quer por  razões culturais. Em que medida um mundo globalizado é capaz de respeitar e preservar costumes e culturas locais, sem alterá-los ou eliminá-los ? 
    O  debate sobre a globalização e a formação de uma  sociedade de consumo, na qual as culturas nacionais e locais são niveladas a partir de padrões mundiais de comportamento e vivência, passa atualmente por uma de suas fases mais críticas. 

        Indústria cultural 
   Em 1940, o filósofo alemão Theodor Adorno contestou a ideia de que, com a abertura comercial e a expansão das comunicações mundiais, haveria a formação de uma "cultura popular" planetária harmoniosa. 
   Pare ele, a expansão da produção industrial, somada ao crescimento da produção cultural e da propaganda, estaria vinculada à criação de uma  "indústria cultural" - cuja principal estratégia seria criar, desenvolver veicular, por meio de televisão, rádio, cinema, artes, livros, revistas, propagandas, etc. , estilos  de vida consumistas, além de formar novos padrões culturais, ligados aos hábitos de consumo.
   Podemos constatar essa sombria visão de Adorno ao assistir a programas televisivos em nosso país, principalmente de entrevistas (talk shows) e novelas, que incentivam abertamente estilos de vida consumistas.
   A indústria  cultural  busca, por meio da propaganda, estimular o desejo de  consumir os chamados "artigos da moda", além de incentivar troca constante dos produtos, tornados rapidamente "obsoletos".          "

FONTE:   DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 

 

Globalização e Desemprego - força produtiva : sociedade de consumo



Geografia Newton Almeida

 "   Você já percebeu a quantidade de produtos novos lançados todos os anos ? É um indício de como o crescimento da produção industrial se manisfestou de forma acelerada nas últimas décadas.
   O processo de desenvolvimento das forças produtivas vem empregando tecnologias de produção cada vez mais avançadas. Em muitos casos, isso provocou uma diminuição no uso da mão-de-obra, principalmente nas cadeias produtivas ligadas às linhas de montagem, pois a produtividade de uma máquina é sem dúvida maior que a do homem. O ritmo também se acelerou: produzem-se cada vez mais mercadorias em tempos cada vez menores. Esse fenômeno é chamado de aumento de produtividade. 
   A globalização econômica criou uma grande contradição em seu movimento de modernização  das sociedades e criação de um livre comércio mundial : o aumento da produção de mercadorias sem o crescimento, na mesma proporção, do número de trabalhadores. O resultado foi a expansão do desemprego nos níveis nacional e global e o aumento do trabalho informal .  "

    O que é força produtiva ?   O trabalhador, os objetos, ferramentas e máquinas utilizados na produção. O homem é  a maior força produtiva, pois cria instrumentos cada vez mais eficientes para o trabalho.

    O que é produtividade ?  A produtividade é a estratégia usada pelos setores empresariais  para aumentar a produção, diminuir os custos e o uso de energia e de mão-de-obra, empregando-se tecnologias e equipamentos  de produção mais  eficientes.

    O  que significa sociedade de consumo ?  É o estilo de vida em que  a sociedade é levada, por meio de intensa propaganda, a consumir produtos numa escala  cada  vez maior. 

GEOGRAFIA Newton Almeida 

FONTE:   DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 

 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tipos de Terrorismo

  


Geografia Newton Almeida

    '        Para Entender o Terrorismo
   A expressão 'terrorismo'  passou a integrar a linguagem cotidiana em todo o mundo e tornou-se um conceito largamente empregado no estudo das relações internacionais. Contudo, trata-se de um termo empregado de forma ampla e inadequada, com fortes conotações políticas. Assim, tem sido objeto de manipulação para justificar uma nova agenda internacional. É necessário, portanto, precisar o que é terrorismo.

                 "  Há pelo menos quatro sentidos para a expressão terrorismo. O primeiro se refere ao terrorismo de estado, ou 'terrorismo desde cima'. Trata-se de atos generalizados de violência sistemática praticados por governos contra sua sociedade, contra minorias internas ou contra povos dominados, com o objetivo de quebrar a resistência à sua autoridade e impor determinado projeto. A 'passivazação' da população foi praticada, mais modernamente, pela Alemanha nazista, pelo stalinismo na URSS e pelos regimes militares latino-americanos. Trata-se de algo polêmico, pois o Estado tende normalmente a usar meios repressivos como parte de suas atribuições. Então, há um limite que é ultrapassado, e a repressão se transforma em terror sistemático. 
   O segundo, mais famoso e consensual, é a execução de atos violentos, especialmente atentados, contra alvos determinados, muitas vezes fora das fronteiras nacionais. Ocorreu largamente nos anos 1960 e 1970, geralmente ligados a problemas europeus ou do Oriente Médio. Essas ações têm  objetivos políticos, para chamar atenção da opinião pública internacional para certos conflitos ou criar uma situação insustentável para o inimigo. Esses atos geralmente são praticados por organizações clandestinas, mas também por governos, e tiveram lugar na Espanha, Irlanda, Alemanha e Itália, mas especialmente no Oriente Médio, devido ao conflito entre israelenses e palestinos. (...)
   O terceiro tipo de terrorismo é o que produz o maior número de vítimas e destruições: o terrorismo comunal (ou comunitário) das guerras civis ou 'terrorismo desde baixo'. Foi o caso da África central, dos conflitos na ex-URSS e, especialmente, na ex-Iugoslávia. Trata-se de conflitos desordenados, em que a população civil ou suas milícias intervêm diretamente contra outras comunidades, geralmente minorias étnicas ou religiosas. (...)
   Finalmente, o quarto e último tipo não representa um terrorismo real (terrorismo virtual), mas uma espécie de percepção pânica ou 'ansiedade global', como definiu o politólogo britânico Fred Halliday. Trata-se de uma gigantesca orquestração, manipulando o sentimento de insegurança da população, numa época de crise e incerteza. Seu objetivo é o de criar um consentimento a medidas  repressivas que, basicamente, implicam em perseguição de opositores, simplesmente rotulados de terroristas. Justifica a supressão de direitos civis e o desencadeamento de guerras. 
   Atualmente são estes dois últimos que constituem um grande perigo, o terror coletivo empregado nas guerras civis e o terror virtual, utilizado para provocar um estado de tensão global que justifique certos propósitos políticos por parte de governos.
   Por isso, é necessário refletir sobre o tema de uma forma científica, sem a histeria que caracteriza certos círculos. (...)    "      '

     VIZENTINI, Paulo Fagundes. O terrorismo e as relações internacionais. Disponível em http://educa.terra.com.br. Acesso em 3 jun. 2007.

FONTE:   DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .      

domingo, 15 de julho de 2012

Terrorismo - O que é terrorismo; terrorismo no Brasil - no mundo - Al Qaeda - Atentado 11 de setembro


       "    O  Que É  Terrorismo  ? 
   Terrorismo é uma ação caracterizada pelo uso da violência - com objetivos políticos - contra civis, líderes políticos ou militares que não estejam em operação de guerra. 
   É muito comum confundir o terrorismo com ações violentas praticadas por determinados grupos a fim de resistir à opressão, à ocupação ou ao domínio colonial. Esses atos são, na verdade, formas de resistência armada ao jugo dos Estados. Esse tipo de ação política tem sido empregado por minorias étnicas, políticas, religiosas ou culturais para obter poder e provocar impacto junto à opinião pública. 
   O terror foi usado em diferentes momentos  da História para conseguir o poder ou para manter-se nele. O início do século XXI marca uma nova era do terrorismo internacional, iniciada com o atentado de 11 de setembro de 2001,  nos Estados Unidos. 
                
              Uma prática antiga 
   O uso de práticas terroristas não é recente. Em 1793, no decorrer da Revolução Francesa, o regime de Terror foi implantado pelo grupo político dos jacobinos, que perseguiam, prendiam e executavam seus opositores. Em 1881, o czar Alexandre II, da Rússia, foi assassinado pela organização  terrorista Vontade do  Povo. Em 1914, o arquiduque austríaco Francisco   Ferdinando foi assassinado por um estudante filiado ao grupo  terrorista sérvio Mão Negra, ato que deflagrou a Primeira Guerra Mundial.
   Antes da Segunda Guerra Mundial, grupos fascistas e nazistas tinham coletivos paramilitares para atacar políticos rivais. Os herdeiros desses grupos continuam atuantes (figura abaixo). 
Geografia Newton Almeida
   Figura acima : Grupos de jovens neonazistas se espalham pela Europa atual. A foto mostra o grupo neonazista grego Chryssi Argi (Aurora Dourada) em uma manifestação em Atenas (Grécia, em 2005).  A manifestação é contra a proibição do governo de se juntarem facções neonazistas e fascistas no país.        
   As ações terroristas atingiram o auge no período da Guerra Fria, após a Segunda Guerra Mundial. Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética, que evitavam o confronto direto, estimularam direta ou indiretamente grupos políticos de diversos países a implementar atos de terrorismo contra seus opositores. 

                   Tipos de ações terroristas 
   No decorrer da História, as ações terroristas apresentaram motivações de vários tipos, de acordo com o contexto da época. A partir dos anos 1970, algumas formas de terrorismo destacaram-se. 

                    Terrorismo para destruir ou desestabilizar governos 
   Nos anos 1970, muitas organizações empregavam métodos terroristas com o objetivo de destruir ou desestabilizar governos capitalistas e instituições políticas liberal-democráticas, em nome de uma sociedade socialista que consideravam mais justa. O grupo Baader Meinhoff, na Alemanha, exemplifica esse tipo de organização (figura abaixo). 
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   Figura acima : Cartaz com fotos dos integrantes do grupo Baader Meinhoff oferece recompensa para quem der informações que levem à captura de algum deles (Alemanha, 1972). 
               Terrorismo de caráter separatista, para criação de um novo Estado 
   As ações praticadas pelo Exército Republicano Irlandês (em, Irish Republican  Army, IRA, figura acima), pelo Pátria Basca e Liberdade (em língua basca, Euskadi Ta Azkatasuna, ETA) e por grupos palestinos, ligados ou não à Organização para a Libertação da Palestina, são exemplos desse tipo de ação terrorista (figuras abaixo).  
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   Tanto o ETA quanto o IRA são movimentos separatistas que empregaram armas e violência para reivindicar a independência dos territórios do país basco e da Irlanda do Norte .
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 Figura acima : Oficiais do Exército Republicano Irlandês posam para foto em frente à bandeira da Irlanda, após a expulsão de tropas britânicas inimigas do condado de Kildare (Irlanda, 1922). 

                  Terrorismo de Estado
   Ocorre quando o governo faz uso da violência para reprimir grupos sociais ou organizações políticas que lhes façam oposição. O terrorismo de Estado era prática corrente nos anos 1960 e 1970 em vários  governos ditatoriais da América Latina, Ásia e África. 


                  Terrorismo de  Estado no Brasil
   A expressão do terrorismo no Brasil ocorreu principalmente como manifestação de oposição ao golpe que instalou a ditadura  militar no país,  em 1964, e a todas as ações do estado que dela derivaram. 
  Opondo-se ao  regime  ditatorial, formaram-se grupos  de guerrilha  urbana e rural constituídos por estudantes e intelectuais. Veja a figura abaixo. 
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   Figura acima : Prisão do grupo guerrilheiro liderado por Amadeu Felipe da Cruz, em Sera do Caparaó, Minas Gerais, em 1967. 
    Em repressão a esses opositores, foram praticados atos que chegaram a ser mais violentos que os das guerrilhas, por meio do terrorismo de Estado. Agentes dos órgãos de segurança e dos serviços de informação das forças armadas agiam à margem da lei, com prisões arbitrárias, torturas e assassinatos de opositores ao regime militar, sobretudo após o Ato Institucional nº5, que suprimiu direitos individuais e coletivos da população. Artistas, intelectuais, entidades civis e até religiosos foram perseguidos ou afetados de alguma forma por ações de grupos ligados direta ou indiretamente ao governo. 


                Guerrilha e terrorismo  
   Apesar de ambas serem caracterizadas por ações violentas, assaltos e sequestros, há uma diferença entre guerrilhas e ações terroristas. As guerrilhas caracterizam-se por realizar ataques contra objetivos militares e alvos estratégicos, tentando ganhar a simpatia de parte da população para sua causa. Já o terrorismo emprega o método inverso, intimidando e assassinando pessoas inocentes para alcançar seus objetivos. 


                 A bomba no Riocentro
   Um exemplo de ação do terrorismo de Estado foi a tentativa de ataque à bomba, em 1981, no Riocentro (um centro de convenções na cidade do Rio de Janeiro) durante comemorações pelo dia do trabalho. No show, entre vários artistas famosos, estava Chico Buarque de Hollanda (veja o quadro  abaixo).
   
Francisco Buarque de Hollanda
      Um dos artistas mais perseguidos pelo regime ditatorial foi Chico Buarque. Ele escreveu a canção “Apesar de você “ quando retornou do exílio na Itália, em 1970, durante os anos duros da ditadura do general Médici. A censura era rigorosa e os assassinatos e torturas freqüentes. Em um interrogatório, Chico afirmou que a letra foi escrita para uma mulher muito autoritária.

                Apesar de você
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
..................
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
..........
     BUARQUE, Chico. Apesar de você. In: Chico Buarque. Philips, 1970
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      Acima : Chico Buarque em seu retorno do exílio, em março de 1970.
Geografia Newton Almeida
      Acima : Caetano Veloso e Gilberto Gil exilaram-se na Inglaterra no final dos anos 1960. Essa foto registra o retorno ao Brasil, em março de 1972.
    
    A partir dos anos 1990, duas novas formas de terrorismo surgiram, colocando a população mundial em alerta: o terrorismo doméstico praticado nos Estados Unidos e o terrorismo internacional dos grupos fundamentalistas islâmicos. 

                 Terrorismo doméstico nos Estados Unidos 
   São ações terroristas realizadas aparentemente sem nenhuma motivação política. dois personagens marcaram a história do terrorismo doméstico nos Estados Unidos: o unabomber e Timothy McVeigh. O primeiro enviou, por correio, pacotes-bomba para suas vítimas por duas décadas; o segundo, sentindo-se prejudicado pelo governo, explodiu um prédio do governo federal, matando 168 pessoas (abaixo). 
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      Figura acima : No dia 19 de abril de 1995, Timothy McVeigh detonou uma bomba no prédio federal Alfred Murrah, em Oklahoma (Estados Unidos), matando 168 pessoas. O atentado foi para vingar a morte do líder da seita Ramo Davidiano (uma milícia de extrema direita) ocorrida dois anos antes, em Walco, Texas.  


                     Terrorismo internacional
   As ações dos grupos fundamentalistas islâmicos voltam-se contra a expansão e imposição de valores morais, políticos, sociais, econômicos e culturais do mundo ocidental. Tendo como referência a tradição religiosa, alguns grupos extremistas consideram os Estados Unidos um inimigo a ser destruído.  


                     O grupo Al Qaeda
   De todos os grupos terroristas surgidos nos últimos tempos, o Al Qaeda é o que tem conseguido maior projeção na mídia internacional. Suas origens remontam à guerra do Afeganistão contra a ocupação da União Soviética (1979 - 1984): para frear o avanço do socialismo na ásia Central, os Estados Unidos apoiaram diversos grupos islâmicos extremistas, entre eles o Talibã. Um dos dirigentes da resistência afegã foi o saudita Osama Bin Laden (abaixo). 
Geografia Newton Almeida
Acima : Osama Bin Laden foi o homem mais procurado pelos Estados Unidos; essa imagem foi obtida de uma transmissão pela rede de televisão Al-Jazeera, em 2001. 

                  A Base 
   Na década de 1990, uma vez finalizada a guerra do Afeganistão, após o colapso do bloco soviético, Osama Bin Laden fundou o grupo Al Qaeda (A Base). Com um complexo esquema de financiamento, que incluía desde a exploração dos recursos petrolíferos árabes até operações de investimento, esse grupo conseguiu transformar-se em um dos mais temidos da atualidade.   

                    As células
   Ao contrário da maioria das organizações político-militares e terroristas, nas quais há uma hierarquia com comandos de cima para baixo, a estrutura não é verticalizada. Trata-se de uma rede composta de células com poucos membros espalhados pelos cinco continentes. A maioria dessas células é latente, ou seja, não realiza nenhum tipo de ação criminosa, sendo, por esse motivo, de difícil detecção pela polícia. 

                     As ações
   Aproveitando-se de modernos recursos de comunicação, as diversas células da Al Qaeda comunicam-se de maneira sigilosa, e a qualquer momento uma delas pode começar a operar. Com poucos recursos materiais, mas com uma detalhada planificação, podem produzir atentados com elevado número de vítimas. Entre as ações mais conhecidas do grupo, destacam-se o ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York (figura abaixo), em 11 de setembro de 2001, o ataque aos trens de Madri (figura abaixo), em 11 de março de 2004, e os atentados a bomba no metrô de Londres, em 20 de maio de  2005. 
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   Figura acima : Os atentados de 11 de setembro de 2001 envolveram quatro aviões comerciais: dois atingiram o World Trade Center ; o terceiro chocou-se contra o Pentágono, em Washington; e o quarto caiu no estado da Pensilvânia. segundo o governo estadunidense, morreram 3.016 pessoas. 
Geografia Newton Almeida
    Figura acima : Cerca de 60 pessoas morreram e 350 ficaram feridas no ataque aos trens de Madri (Espanha) pelo grupo terrorista Al Qaeda, O ataque consistiu em explosões em série, ocorridas entre 7h35 e 7h55, em 11 de março de 2004, causando terror entre os passageiros.   "

GEOGRAFIA Newton Almeida

Fonte :  DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 






                   

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Espaço Territorial : Brasil : Estados : Cidades : Geografia para Ensino Fundamental

   


Geografia Newton Almeida

     "  Observando o Espaço Territorial do Brasil 
   Através do  tempo, os homens foram se fixando em certos lugares. Construíram as primeiras casas, fizeram campos de cultivo, ergueram igrejas, escolas, etc., formando pequenos povoados ou vilas. O crescimento desses pequenos povoados ou vilas deu origem às cidades.  
   Assim como a família - formada por um grupo de pessoas - cuida de uma casa, o prefeito e seus auxiliares (funcionários da prefeitura e vereadores) administram ou cuidam de uma cidade (coleta de lixo, abastecimento de água, rede de esgoto, abertura e pavimentação de ruas, etc.). O prefeito e seus auxiliares não podem administrar mais de uma  cidade ao mesmo tempo, pois elas ocupam espaços ou lugares distantes entre si. Por isso cada cidade tem seu próprio prefeito e auxiliares, que administram o espaço por ela ocupado. 
   As cidades, como já sabemos, localizam-se num espaço maior: o estado. O estado, por sua vez, é uma porção de um  espaço bem maior, o país. 
   O espaço territorial de um país é dividido em espaços menores - os estados - para facilitar a sua administração. Quem administra os estados são os governadores, auxiliados pelos funcionários públicos, deputados estaduais e prefeitos das várias cidades localizadas nesse estado. Isso ocorre porque o espaço de um estado, também é chamado unidade da federação *, é bem maior que o espaço de uma cidade.
  * Federação : união política entre os estados de um país. O Brasil possui um governo central para todo o país e governos estaduais para suas unidades territoriais (estados e Distrito Federal).    
Geografia Newton Almeida
    O Brasil é  um país de grandes dimensões; possui um grande espaço territorial. Seu território está dividido em 26 estados e um Distrito Federal (Brasília, que é capital do Brasil).    "

Fonte : ADAS, Melhem; GEOGRAFIA Noções Básicas de Geografia; Editora Moderna - FNDE; Volume 1; São Paulo : 1998 .  


Exercícios de Geografia e Texto - Guerra Fria - Equilíbrio pelo Terror - Mikhail Gorbatchev

       


Geografia Newton Almeida

   "                   A Guerra Fria 
   No ano de  1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, os países conhecidos como " Três Grandes " (Estados Unidos, União Soviética e Grã-Bretanha), vitoriosos na guerra, participaram de conferências para reorganizar o espaço europeu de acordo com seus interesses. As conferências de  Yalta e Potsdam remodelaram as fronteiras soviéticas e alemãs, expandindo a área de influência da União Soviética.
   Os Estados Unidos, temendo um avanço soviético, lançaram a Doutrina Truman em 1947, com o objetivo de colocar os países da Europa Ocidental sob sua influência. Assim teve início o processo de bipolarização mundial. 
   Como consequência, em 1949 os países da Europa alinharam-se no bloco ocidental (capitalista) ou no bloco oriental (socialista).  No mesmo ano, a Alemanha foi dividida em dois países: a República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental,  capitalista, e a República Democrática  Alemã ou Alemanha Oriental, socialista.  Veja o quadro  abaixo : 

Duas Ideologias

   Já no decorrer  da Segunda Guerra Mundial, ficaram evidentes as divergências ideológicas entre os aliados ocidentais  e a União Soviética. Os dois grupos apresentavam dois modelos de sociedade completamente distintos.
   .  O bloco ocidental (capitalista) priorizava a proteção das liberdades individuais e defendia a  democracia  representativa, a economia de mercado e a livre iniciativa empresarial.
   .  O bloco oriental (socialista) priorizava a construção  de uma sociedade sem desigualdades, com a abolição da propriedade privada dos meios de produção e o controle estatal da produção e da  distribuição.
   A existência  dos blocos antagônicos, dotados de arsenais nucleares, afetou as relações entre os países, a cultura, a ciência e a tecnologia.



                 Corrida espacial 
   Nesse cenário, a corrida espacial foi um marco na disputa entre os blocos capitalistas e socialistas. Os soviéticos foram os primeiros a lançar um satélite e a enviar um homem ao espaço, enquanto os estadunidenses organizaram a primeira expedição tripulada até a Lua. A corrida tinha finalidade científica, mas sobretudo era uma maneira de cada bloco fazer propaganda  de suas conquistas tecnológicas e de seu modo de vida. 
     Figura acima : em 12 de abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a viajar ao espaço, a bordo da espaçonave Vostok I.  
    Figura acima : em 20  de julho de 1969, o astronauta estadunidense Neil Armstrong tronou-se o primeiro homem a caminhar na Lua. A viagem foi feita a bordo da espaçonave Apollo 11, mostrada na foto. 

                 Equilíbrio do terror 
   Além da corrida espacial, durante a Guerra Fria ocorreu a chamada corrida armamentista, que teve início com o lançamento das bombas atômicas sobre o Japão. Estados Unidos e União Soviética esforçavam-se em produzir bombas nucleares com poder de destruição  cada vez maior, gerando preocupação em todo o mundo. Acreditava-se que o ataque de um dos dois lados desencadearia uma guerra total que poderia pôr em risco a própria existência humana. Era o equilíbrio do terror. Por esse motivo, as duas superpotências tentavam manter os  conflitos longe de suas fronteiras.  
  Os focos de tensão foram mudando ao longo do tempo, sempre que algum país não deixava claro a qual bloco estava aliado. Soviéticos e estadunidenses financiaram grupos rebeldes, partidos e até artistas e intelectuais para difundir suas ideologias.
   Por isso, a Guerra Fria não foi uma  guerra no sentido militar, de combate armado, mas uma guerra tecnológica, ideológica e cultural. 

                 O fim da Guerra Fria
   Em 1985, Mikhail Gorbatchev (figura abaixo) assumiu o poder na União Soviética. Nos  anos seguintes, ele iniciou um processo de reestruturação econômica (perestroika, em russo), com abertura política e com transparência das ações do Estado (glasnost).  
   Entre as ações empreendidas por iniciativa do líder soviético, destacaram-se os acordos entre os dois blocos para diminuição do arsenal nuclear. Desse modo, o equilíbrio pelo terror tornou-se menos inquietante. 
   Iniciado no governo de Gorbatchev, o fim da Guerra Fria teve alguns momentos marcantes : 
1989 - a população de Berlim derruba o muro que dividia a cidade em duas partes incomunicáveis e havia se tornado um símbolo de opressão.
1990  -  ocorre a reunificação do território alemão, dividido formalmente em 1949. A República Federal da Alemanha passa a ser o único Estado alemão.  
1991  -  Depois de ser vítima de uma tentativa de golpe de Estado, Gorbatchev perde o poder e a União Soviética desmembra-se em várias repúblicas independentes.               "

                 Exercícios  (com respostas, do professor Newton Almeida) 

 1-  Explique como o mundo se dividiu no contexto da Guerra Fria .

RESPOSTA   O mundo ficou bipolarizado (dois polos opostos) em bloco ocidental (países capitalistas) e bloco oriental (países socialistas). 

2- De que maneira cada um dos blocos de poder procurou conter a expansão do adversário ? 

RESPOSTA    Cada bloco de poder, sendo o capitalista liderado  pelos Estados Unidos, e o socialista liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, financiava grupos rebeldes, partidos políticos e até artistas e intelectuais para difundir suas ideologias. Além disso, cada bloco buscava mostrar que possuía tecnologia espacial mais avançada, a chamada corrida espacial, além de sempre buscar aumentar seu arsenal nuclear.  

3- Por que se diz que a Guerra Fria não foi uma guerra no sentido militar ?

RESPOSTA       Essa competição e disputa entre os dois blocos hegemônicos foi chamado de Guerra Fria, pois os dois polos de poder, Estados Unidos e União Soviética nunca se enfrentaram diretamente numa guerra, havendo conflitos armados em outros países, como no Vietnã ou em Cuba. Caso as duas superpotências tivessem se enfrentado diretamente seus armamentos nucleares seriam suficientes para destruir o mundo inteiro. 

4-  Qual líder mundial teria dado início ao  fim da Guerra Fria  ?   

RESPOSTA       Em 1985, Mikhail Gorbatchev  assumiu o poder na União Soviética. Nos  anos seguintes, ele iniciou um processo de reestruturação econômica e abertura política, que foram fundamentais para o fim da Guerra Fria.    Entre as ações empreendidas por iniciativa do líder soviético, destacaram-se os acordos entre os dois blocos para diminuição do arsenal nuclear. Desse modo, o equilíbrio pelo terror tornou-se menos inquietante. 

5- Quais momentos da história marcaram o fim da Guerra Fria? 

RESPOSTA        O fim da Guerra Fria foi marcado pela queda do Muro de Berlim (o chamado Muro da  Vergonha, em 1989), a reunificação da Alemanha (1990) e a fragmentação da União Soviética em várias repúblicas independentes (1991) . 


GEOGRAFIA Newton Almeida

Fonte :  DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 


                

terça-feira, 10 de julho de 2012

Segunda Guerra Mundial



              A Segunda Guerra Mundial  
   Após a Primeira Guerra Mundial, o quadro político europeu já se mostrava muito diferente .
  Geografia Newton Almeida
   A leste, o vasto império do czar da Rússia, derrubado por uma  revolução operária em 1917, deu lugar ao primeiro Estado de regime socialista  -  a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas  - , organizado no final de 1922.
   Também em 1922, na Itália, o líder fascista Benito Mussolini foi conduzido ao poder. Financiada  pelos grandes empresários temerosos de uma revolução, a ascensão do fascismo expressava também a insatisfação italiana com o teor do Tratado de Versalhes.

                A situação da  Alemanha
   As imposições do Tratado de Versalhes deixaram a Alemanha em uma situação humilhante, o que acirrou na população um sentimento revanchista, fundamentado na defesa dos interesses nacionais. Os problemas econômicos enfrentados pelo país após o conflito, resultaram no fechamento de muitas indústrias. Isso implicou o aprofundamento de problemas sociais como desemprego, inflação, concentração de renda e empobrecimento das classes trabalhadoras.
   Adolf Hitler, líder do partido nacional-socialista (nazista) inspirado no  fascismo italiano, aproveitou-se do sentimento de baixa autoestima que acometia o povo alemão para chegar ao poder em 1933 e iniciar a retomada do projeto militar do país. As relações com o mundo passaram a se basear na negação das instituições democráticas e na crença da superioridade da raça ariana  (da  qual os nazistas afirmavam que os alemães faziam parte), com perseguição dos indivíduos considerados inferiores (judeus,ciganos, homossexuais, deficientes físicos e mentais).

                  A Segunda Guerra Mundial   
   A expansão territorial alemã foi vertiginosa. Em 1936, Hitler reocupou a Renânia, região alemã cedida aos franceses como indenização de guerra, pelo Tratado de Versalhes. Em 1938, a Áustria foi anexada à Alemanha. No mesmo ano, o Tratado de Munique cedeu aos alemães a região tcheca dos Sudetos. Em 1939, os nazistas ocuparam o restante da Tchecoslováquia.
   O segundo conflito mundial foi desencadeado quando os nazistas invadiram a Polônia, em 1939. Os alemães buscavam reaver parte do território conhecido como “corredor polonês” (veja a figura abaixo), entregue à Polônia na ocasião do Tratado de Versalhes. O Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha e, posteriormente, tiveram apoio dos Estados Unidos e da então União Soviética, formando o bloco dos Aliados.
   A Alemanha formalizou o bloco das potências do Eixo, unindo-se à Itália e ao Japão, países que também buscavam ampliar seu poder por meio da conquista de territórios.
   De 1939 a 1942, os nazistas dominaram boa parte da Europa. Em 1943, porém, foram derrotados na África e na União Soviética, enquanto os estadunidenses ganhavam a iniciativa contra os japoneses. Desse momento até 1945, sucederam-se vitórias dos Aliados.

                               O fim do conflito
   Após quase seis anos de batalhas e um saldo de mais de 50 milhões de mortos e 28 milhões de mutilados, a guerra mundial terminou com o esmagamento do Eixo. O Japão, último a se render, sofreu ainda ataques nucleares dos Estados Unidos, que lançaram duas bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, assombrando o mundo.  

Geografia Newton Almeida


Fonte :  DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Primeira Guerra Mundial - Europa Pioneira na Revolução Industrial - Antecedentes da Primeira Guerra Mundial

          
  


Geografia Newton Almeida

 Entenda Porque Aconteceu a Primeira Guerra Mundial 

  "   As disputas entre as potências europeias provocaram dois conflitos mundiais, que deixaram a Europa praticamente em ruínas. Afinal, por que o mundo entrou em guerra ? 

           O imperialismo europeu 

 A Europa foi pioneira na Revolução Industrial (veja em http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2012/02/revolucao-industrial-evolucao-do.html), o que lhe assegurou grande vantagem competitiva e tecnológica perante o resto do mundo. Alguns países europeus - especialmente Reino Unido e França, que criaram o processo de industrialização - tiveram de aumentar seu suprimento de matérias-primas e fontes de energia. Essa necessidade impulsionou a expansão dos  territórios coloniais europeus na África e na Ásia .   
   O controle direto ou indireto de territórios, sob a forma de colônias ou protetorados, também garantia mercados nos quais os capitalistas pudessem aplicar os  recursos excedentes, abrindo companhias ou emprestando  dinheiro para os governos e empresas daquelas regiões. Além disso, era necessário dar saída ao excedente demográfico dos países europeus. Essa dominação territorial, política e econômica é denominada imperialismo. 
   No século XIX, o imperialismo expandiu seus domínios, impondo seu modelo cultural e seus produtos industrializados, retirando recursos naturais e decidindo os destinos políticos das áreas ocupadas. 
   A partir da segunda metade do século XIX, novas potências emergiram: os  Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. Alguns países, como a Alemanha e a Itália, ficaram em desvantagem na partilha da Ásia e da África, pois a maior parte do planeta já se encontrava dominada por Reino Unido, França, Bélgica e Portugal. Isso criou focos de tensão no panorama internacional. 
Geografia Newton Almeida

             Antecedentes da Guerra

   A política imperialista, aliada ao fato de que os países europeus estavam empenhados numa corrida armamentista, gerou um clima de tensão, que resultou na formação de alianças político-militares conhecidas como Tríplice Entente, entre Reino Unido, França e Rússia, e Tríplice Aliança, entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. 
   Em junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, por nacionalistas da Sérvia, deflagrou o conflito. Ferdinando era herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, que disputava com a Sérvia, aliada dos russos, a hegemonia na região dos Bálcãs. A declaração de guerra da Áustria- Hungria contra a Sérvia pôs em funcionamento todo o esquema de alianças. Em poucas semanas, praticamente todo a Europa estava em guerra. 

            A Primeira Guerra Mundial 

   O primeiro conflito mundial estendeu-se de 1914 a 1918, período durante o qual territórios europeus, africanos e asiáticos tornaram-se campos de batalha. A Itália mudou de lado, em troca da promessa de ganhos territoriais, fortalecendo assim a Tríplice Entente. Mas o resultado a favor dessa aliança só ficou claro quando os Estados Unidos, com a economia abalada pela redução drástica de suas exportações para a Europa, decidiram entrar na guerra, em 1917. Nesse mesmo ano, a Rússia, que enfrentava uma revolução em seu território, retirou-se do conflito. Mas a maquinaria bélica estadunidense bastou para reverter a situação em favor dos britânicos e dos franceses.
   Após quase quatro  anos de batalhas e um saldo de mais de 20 milhões de mortos, a Tríplice Entente, vencedora da guerra, determinou os termos de paz, impondo severas penas aos perdedores, em especial à Alemanha, pelo Tratado de Versalhes. 
Geografia Newton Almeida
            
               Tratado de Versalhes 

   Com o fim da guerra, os alemães foram obrigados a assinar o Tratado de Versalhes, reconhecendo a culpa pelo conflito. O governo da Alemanha ainda teve de : 
 -   restituir os territórios da Alsácia e da Lorena à França ; 
 -   ceder as minas de  carvão existentes na região do Sarre à França por um período de 15 anos ; 
 -  ceder suas colônias, submarinos e navios mercantes ao Reino Unido, França e Bélgica ;
 -  pagar aos aliados vencedores uma indenização de 33 bilhões de dólares;
-  reduzir seu poderio bélico, ficando proibida de manter força aérea e marítima, de fabricar armas e de  ter um exército com contingente superior a 100 mil homens. 
         
Fonte :  DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 9º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .