Imagem acima: Falha de San Andreas.
Na Califórnia, Estados Unidos da América, há uma rachadura, na superfície da Terra, que se estende por aproximadamente 1,3 mil km, desde o sul, no Mar Salton, até o Cabo Mendocino, no norte. Essa faixa percorre vias, estações de metrô e linhas de energia. Milhões vivem, trabalham e cruzam essa rachadura todos os dias. Para muitos, isso é questão de preocupação, já que, a qualquer momento, pode arruinar vidas e paralisar a economia nacional. Segundo um estudo realizado pelo United States Geological Survey, pesquisadores descobriram que um grande terremoto em San Andreas poderia matar 1,8 mil pessoas, ferir 55 mil e causar um dano de 200 milhões de dólares. Levaria quase uma década para a Califórnia se recuperar.
Inicialmente, é importante rever alguns conceitos importantes sobre a dinâmica das placas tectônicas. A teoria de Wegener sobre a deriva continental e as descobertas sobre a expansão do fundo dos oceanos permitiram a elaboração da teoria das placas tectônicas.
Segundo essa teoria, a crosta terrestre está dividida em placas de espessura média de 150 km que flutuam sobre um substrato pastoso: a astenosfera.
As seis maiores placas tectônicas são : Americana, do Pacífico, Antártica, Indo-Australiana, Euro-Asiática e Africana. Existem placas menores, como a de Nazca, a do Caribe, a de Cocos, a da Grécia, a Arábica, a da Anatólia, a Iraniana, a das Filipinas e outras.
Os continentes e oceanos movem-se sobre as placas tectônicas. Os continentes movimentam-se mais ou menos um centímetro por ano e, no fundo dos oceanos, novas "crostas" se formam.
É justamente na região de encontro entre uma placa e outra que ocorrem esses fenômenos e as consequentes modificações na crosta terrestre. Por isso é que as regiões mais sujeitas a vulcanismos e terremotos, como o Japão, a Califórnia, o México, entre outras, estão situadas nos limites das placas.
Os limites das placas tectônicas, ou seja, os pontos de encontro entre as placas, estão em movimento. Esses movimentos, entretanto, não acontecem da mesma forma. Por isso, podemos considerar três tipos principais de limites entre as placas tectônicas. Cada um deles dá origem a um tipo de atividade geológica.
Limites convergentes ou zonas de subducção
Zonas de subducção são aquelas onde as placas tectônicas convergem e colidem. Uma delas sempre mergulha por debaixo da outra e retorna à astenosfera.
Limites divergentes ou cristas em expansão
Nas áreas onde as placas estão em processo de separação, o material magmático escapa pelas fendas que se abrem no revestimento externo da Terra e forma-se um novo assoalho oceânico. São as cristas em expansão ou margens construtivas.
As cordilheiras submarinas Meso-Atlântica e Meso-Pacífica são exemplos resultantes desse tipo de limite.
Limites transformantes (tangenciais)
[Processo que ocorre na Falha de Sant Andreas]
Nesses casos não há convergência nem divergência de placas. Portanto, não há destruição de crostas antigas nem formação de novas crostas. São as chamadas zonas de conservação. As placas se resvalam, ou seja, um placa desliza horizontalmente ao lado da outra, ao longo de uma linha conhecida como falha de transformação. A falha de San Andreas, na Califórnia, Estados Unidos, é o mais conhecido exemplo desse tipo de limite.
Quando duas placas se resvalam, os blocos de rocha se atritam, podem causar grandes terremotos na superfície terrestre.
A Falha de San Andreas – em português também conhecida como Falha de Santo André – é uma falha geológica causada pelo afastamento entre duas placas tectônicas. Trata-se de uma área geologicamente instável, onde se registra a presença de intensos e constantes terremotos.
Essa falha localiza-se na porção oeste dos Estados Unidos, no estado da Califórnia, e possui 1.300 km de extensão. Ela é encarada como uma ameaça pela população estadunidense, que já testemunhou intensos e marcantes terremotos nessa região.
Existe, inclusive, o temor de um possível abalo sísmico que devastaria toda a Califórnia e dividiria a região ao meio: o “Big One”. Ele passou a ser temido desde o ano de 1906, quando um terremoto transformou a cidade de São Francisco em ruínas.
Os temores vêm aumentando nos últimos anos, sobretudo pelo período de estabilidade temporária da região. Geólogos que estudam essa falha ressaltam que, quanto o maior período de “sossego”, mais perigoso torna-se, pois a zona instável vai acumulando cada vez mais energia, que pode ser totalmente liberada de uma só vez no próximo terremoto.
Por definição, entende-se como falha geológica um fenômeno natural causado pelo movimento de duas placas tectônicas que não se aproximam e não se afastam, mas que se deslocam tangencialmente. No caso de San Andreas, essa falha é produzida pelos movimentos da Placa do Pacífico e da Placa Norte-Americana.
Geografia Newton Almeida
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