terça-feira, 2 de março de 2021

Verdade isso? Mais Usinas Nucleares no Brasil?










"

A Constituição Federal é contra a privatização do setor nuclear

Heitor Scalambrini Costa

Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco

 

     O nuclear está em alta no atual (des)governo brasileiro, desde que o almirante Bento Junior se tornou ministro de Minas e Energia, apoiado por um “lobby” persistente e decidido, e que tem setores militares como “sócio” majoritário.

   Enquanto no mundo o número de reatores nucleares em operação diminui, segundo o Relatório Anual da Indústria Nuclear no Mundo (2020), o país planeja investir centenas de bilhões de reais na expansão das usinas nucleares, conhecidas como “chaleiras atômicas”.  Mesmo declarado “país falido”, sem recursos, diante de investimentos grandiosos e prioritários para uma necessária recuperação econômica e sanitária, os nucleopatas insistem, sorrateiramente, em gastar “nosso rico dinheirinho” para atender unicamente seus interesses econômicos particulares.

   São múltiplos interesses que estão presentes na expansão das atividades nucleares no país, não se resumindo somente na retomada da construção de Angra 3, e de mais 6 usinas no Complexo de Itacuruba/Pernambuco, a beira do Rio São Francisco, conforme prega o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Da mineração do urânio, a produção de energia elétrica. Do acionamento de submarinos nucleares à produção de armamentos nucleares. Todas estas atividades estão incluídas nos planos do governo federal, em particular a mineração do urânio, visto como uma “commodity” no mercado mundial.

    Está em andamento uma campanha orquestrada, e presente na mídia, sobre as vantagens do uso da energia nuclear em nosso país. Os “lobistas em ação” (associações, consultores, militares, políticos, acadêmicos, empresários, grandes corporações financeiras e de mídia, grandes construtoras, ...) tentam convencer o “inconvencível”. Que o nuclear é uma fonte energética necessária à diversificação da matriz elétrica, barata, limpa, e cujo risco de acidente inexiste. As falácias e mentiras são muitas, mas com o apoio da mídia corporativa, repetindo e repetindo, tenta-se instaurar a “voz única”, enganando os incautos.

    Um aspecto a destacar, constatado pelo missivista, é que os “lobistas em ação” são na verdade os mesmos personagens que criticaram, boicotaram e retardaram, em anos, a expansão das fontes renováveis de energia no país, em particular a inclusão da energia eólica e a solar na matriz elétrica brasileira. Este é um “detalhe” a ser considerado, nas discussões, de como são tomadas as decisões sobre a política energética.

   As decisões recentes do (des)governo federal não fugiu à regra em política energética, cujas deliberações são monocráticas, antidemocráticas; sem debate com a sociedade. Para passar a “boiada nuclear” utilizam da tragédia sanitária que se abateu no país e no mundo, não importando as opiniões e argumentos contrários.

   O alerta é claro. O país não precisa de usinas nucleares para atender suas necessidades elétricas, nem hoje e nem no futuro. A nucleoeletridade é cara, e sem dúvida incidirá para o aumento das tarifas, hoje no Top 5 das mais caras do mundo. Ela é “suja”, pois os dejetos radioativos (lixo atômico) desta indústria continuam irradiando radiação mortal por milhares de anos. E lembrando que até o presente, não existe local definitivo e seguro para armazená-los. Sem deixar, é claro, de mencionar e denunciar interesses militares no setor nuclear.

   Voltando as decisões tomadas recentemente pelo governo federal, existe um claro desacordo entre o que diz a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que prevê, em seu Artigo 21, Inciso XXII, que “compete à União explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer o monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minerais nucleares e seus derivados”. O Artigo 177, Inciso V, dispõe que “Constituem monopólio da União a pesquisa, a lavra, enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados”. E, ainda, em seu Artigo 225, Inciso VII, §6°, a Constituição estabelece que “As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem que não poderão ser instaladas”.

   A inconstitucionalidade das ações governamentais consiste na tentativa de “privatizar” processos do chamado ciclo do combustível nuclear, que são de competência estatal.

   Por exemplo, o recente Consórcio Santa Quitéria. Formado entre uma empresa privada com fundo norueguês e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para a implantação de um parque minero-industrial para exploração de potássio e urânio, em Santa Quitéria, sertão cearense.

    Outro exemplo foi a Medida Provisória (MP) 998. Aprovada pela Câmara Federal e pelo Senado, dependendo agora de sanção presidencial, que beneficiou escancaradamente o reinício das obras de Angra 3 (está sendo construída em Angra dos Reis-RJ desde 1984, paralisada dois anos mais tarde, retomada em 2009 e novamente interrompida em 2015). Com aproximadamente 60% dos trabalhos concluídos, necessita de mais de 15 bilhões de reais para sua finalização, com previsão para entrar em operação comercial no final de 2026.

   Esta MP transferiu ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a decisão de outorga para a exploração de Angra 3 (prazo de 50 anos, prorrogáveis por mais 20 anos, e deve garantir o suprimento de energia por pelo menos 40 anos).

   Ambas movimentações recentes merecem um olhar rigoroso e fiscalizador da sociedade diante da legislação existente. E sem dúvida, discutir amplamente a pretensão de “nuclearizar” o Brasil para as gerações futuras. Somente a mobilização da sociedade poderá impedir mais esta insanidade que está sendo cometida, aumentando drasticamente a probabilidade de tragédias contra a vida em nosso planeta.

   A pandemia é uma tragédia nacional, como afirma a Organização Mundial de Saúde, com mais de 250 mil mortes, e com um iminente colapso de todo o sistema de saúde, público e privado. O dirigente, funcionário público no 1, é um negacionista ("juramentado")  da ciência. Apontado como o principal responsável pela escalada desenfreada do vírus, o que levou o país no Top2 do número de mortes, é o mesmo que tomou a decisão de tornar o país uma porta de entrada da indústria e dos interesses nucleares na América Latina.

   Os homens e mulheres de boa vontade podem esperar que reatores nucleares em nosso país melhorem a vida de nosso povo? Gerarão emprego e renda?

   Em recente artigo de opinião “quem assiste à própria morte sem reagir não merece viver”, o jornalista Noblat, nos fala da tragédia causada pela pandemia e as ações do (des)presidente. Finaliza o texto fazendo uma pergunta: "Que tipo de povo é o brasileiro que compactua inerte com tudo isso? ”

    Sem dúvida não podemos aceitar esta inércia. É hora de reagir. No caso nuclear, parcela majoritária da população brasileira não tem a informação contraditória, nem as críticas feitas ao governo. Assim fica mais difícil avaliar, pela falta de transparência, o que está acontecendo, e as repercussões das decisões tomadas.

    Logo, cabe à sociedade civil organizada pautar o debate nuclear, pois a “boiada” caminha rapidamente.

                                      "   Heitor Scalambrini Costa

Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco



  
Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Aprenda Mais sobre GEOGRAFIA AMBIENTAL







        A  geografia produziu muitos estudos (polêmicos) sobre a influência do ambiente natural, principalmente o  clima,    no      desenvolvimento         das sociedades. Estudiosos (século XIX)      observavam     que    a         natureza condicionava a capacidade de desenvolvimento humano. Isso se inverteu ao eclodir a chamada crise ambiental (após a Segunda Guerra Mundial), onde  a ênfase dos estudos passou  .................











Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Livro - Geografias De São Paulo




       Apresenta o resultado de pesquisas e reflexões dos professores do Departamento de Geografia da USP sobre a metrópole de 450 anos. Coloca, também, a questão da possibilidade de construção de uma leitura do mundo moderno, através ou a partir da análise de São Paulo. Apresenta ao leitor os mais variados temas e vertentes teórico-metodológicas. Pluralidade de olhares e objetos que fundamenta o conceito de "geografias" do título da obra. Nem poderia ser diferente em se tratando de uma metrópole complexa como São Paulo.

Autor: Ana Fani Alessandri Carlos (Org.), Ariovaldo Umbelino de Oliveira (Org.), Martine Droulers (Org.), Mónica Arroyo (Org.), Rosely Pacheco Dias Ferreira (Org.), Sidneide Manfredini (Org.)





Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Vídeo Aula Impactos Ambientais Professor João Felipe




        - A tecnologia media a relação sociedade x natureza.
        
        - Inverno de 1952 morreram de 5 a 10 mil pessoas em decorrência da poluição do ar em Londres (Big  Smoke - inversão térmica). 
         - Natureza Globalizada - impactos ambientais atravessando fronteiras

   Gostou   desse Vídeo Aula Impactos Ambientais Professor João Felipe?  - veja outras postagens interessantes =







Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

REGIONAL - GLOBAL - EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA





     Regional-Global: Dilemas da Região e da Regionalização na  Geografia Contemporânea avalia em torno de que relação de poder a desordem regional está sendo moldada, pois mais importante do que analisar as formas e os níveis dessa articulação é saber em função de que ordem sociopolítica ela é/foi construída.
      Os geógrafos têm na regionalização um de seus grandes dilemas. Com a intensificação dos processos globalizadores chegou-se a propagar até mesmo uma “desregionalização” do mundo em função da relativa homogeneização promovida pela mercantilização — econômica e cultural — mundializada. No entanto, o que se viu, ao contrário, foi uma proliferação de movimentos regional-localistas diferenciadores, pelo próprio fato de que a globalização alimenta-se da diferenciação ou então através das lutas de resistência por maior autonomia de determinados espaços de vida. 


Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Distribuição Geográfica Geográfica das Principais Espécies de Peixes de Água Doce do Brasil

      



         Independente da espécie do peixe de água doce, sabe-se que é no ambiente aquático que os peixes realizam todas as suas funções vitais, como alimentação, crescimento, respiração, reprodução, eliminação dos metabólitos (urina e fezes), entre outras funções.       Além disso, são animais classificados como ectotérmicos, ou seja, possuem a temperatura do corpo idêntica à da água onde vivem. Por isso, quando há brusca alteração na água os peixes ficam inativos.

      Quanto à estrutura do corpo, esta é bastante diversificada, muitos são cobertos por escamas, já outros possuem o seu corpo coberto por couro. Outro parte bastante importante dos peixes de água doce são as nadadeiras. Estas lhes fornecem propulsão e equilíbrio na água. A maior parte dos peixes de água doce, tanto de escamas quanto de couro, como o dourado, o lambari, o pintado e o jaú, entre outros, possuem nadadeiras pares (peitorais e pélvicas) e ímpares (dorsal, adiposa e caudal).




Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Livro - Por dentro da geografia - 6º ano



        Sem abandonar os conteúdos consagrados da gramática descritiva, a obra procura abordá-los por uma perspectiva que une reflexão sobre a língua e desenvolvimento de competência leitora do estudante.
          Com um projeto gráfico jovem e moderno e uma linguagem direta e acessível, a obra estabelece relações entre os conteúdos gramaticais e as situações cotidianas de comunicação como o jornal, os quadrinhos, os cartuns, as anedotas, os anúncios publicitários, as letras de música, os textos instrucionais, etc., tornando o estudo da língua mais atraente, dinâmico e enriquecedor. 

Siga Aqui e Veja Agora -  Livro - Por dentro da geografia - 6º ano


Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Olhares geográficos: Modos de ver e viver o espaço: Modos de ver e viver




Siga Aqui e Veja Agora -  

Olhares geográficos: Modos de ver e viver o espaço: Modos de ver e viver


Os textos de Olhares geográficos, organizado por Iná Elias de Castro, Paulo César da Costa Gomes e Roberto Lobato Corrêa, propõem-se a debater as diferentes formas assumidas pelo processo de estruturação social que se expressam no espaço. Além de manifestação da diversidade e da complexidade sociais, o espaço constitui uma dimensão fundadora do “ser no mundo”, mundo este ― tanto material quanto simbólico ― que se concretiza em formas, conteúdos e movimentos. Falar de espaço significa, portanto, visualizar a materialidade que deriva daquele processo.Em Olhares geográficos: Modos de ver e viver o espaço, política, cultura e economia são eixos que estabelecem grades de leitura do espaço que permitem revelar as especificidades de cada um deles. Esses parâmetros constituem três dimensões que expressam tanto os processos de estruturação e organização sociais, assim quanto a materialidade que lhes é subjacente. Nenhum deles esgota as possibilidades de descrição e análise geográfica, e todos contribuem para uma melhor compreensão do objeto comum dos trabalhos, que é o espaço da geografia. Esta coletânea dá continuidade ao compromisso dos organizadores de trazer grandes temas em pauta na geografia contemporânea. Como a ambição intelectual dos autores não é pequena, o percurso escolhido para a coletânea é sinuoso e nos oferece a possibilidade de refletir sobre os espaços da política, da cultura e da economia, bem como sobre suas interações. Nenhum desses eixos, porém, esgota as possibilidades de descrição e análise. Organizado por Iná Elias de Castro, Paulo César da Costa Gomes e Roberto Lobato Corrêa, propõem-se a debater as diferentes formas assumidas pelo processo de estruturação social que se expressam no espaço.


Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Mediterrâneo de Vidal de La Blache: o Primeiro Esboço do Método Geográfico (1872-1918)





Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br