" As Cidades dos Vales
Se um viajante incansável que viesse no Oriente Médio em 4000 a.C. tivesse realizado o feito pouco comum - e talvez impossível - de cruzar por terra toda a extensão que vai das margens do Mar Negro ao alto Rio Nilo, não teria encontrado nenhum monumento de grande vulto. Não teria encontrado nenhuma cidade, nenhum templo de conhecimento e nenhum palácio real de enorme luxo. Se, aproximadamente 1,5 mil anos mais tarde, outro viajante seguisse o mesmo caminho, visões deslumbrantes teriam sido relativamente numerosas, principalmente ao longo dos grandes rios da região. Quatro volumosos rios desse canto do mundo e vários outros importantes rios de terras mais afastadas tiveram um papel fundamental no despertar da civilização.
Os grandes rios do Oriente Médio, atravessaram planícies secas cujo solo era enriquecido pelas enchentes anuais. Dezenas de milhões de toneladas de sedimentos eram carregados corrente abaixo e espalhados em camadas finas sobre o solo empobrecido, como um fertilizante. Nas estações secas, os canais carregavam a água dos rios para irrigar as terras cultiváveis queimadas pelo sol. Nas planícies alagadas, um número maior de pessoas podia ser alimentado, dentro da mesma área. Assim, ali as cidades cresceram mais do que em qualquer outro lugar do mundo naquela época. Em um tempo em que o transporte por terra era primitivo, os rios largos serviam também de estrada, ao longo da qual os barcos podiam transportar a partes longínquas do reino, a baixo custo, grãos e pedras para construção.
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Fonte : Livro - BLAINEY, Geofrey; Uma Breve História do Mundo, Editora Fundamento, São Paulo : 2011 .
Fonte da imagem : Google Earth .
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