" O crime pegou carona na infovia
O fenômeno da globalização, ao mesmo tempo que traz novas e bem-vindas formas de contato entre pessoas, empresas e Estados, através das infovias, das redes de informática e da criação de espaços comuns de convivência transnacional, também carrega as mazelas inerentes à condição do ser humano em todas as épocas. Estamos falando da globalização do crime.
Isso quer dizer que a prática de crimes já não se atém a fronteiras nacionais; pelo contrário, alguns crimes são transnacionais e somente assim encontram sua razão de ser e existir. É o crime planejado e executado em várias línguas (...)
O narcotráfico ou tráfico de drogas é talvez o crime que mais tem aumentado nos últimos tempos, por conta de suas conexões globalizadas. Produtos como a maconha, a cocaína, a heroína e a morfina (...) são produzidos, traficados e consumidos em larga escala, à revelia das autoridades ou com sua colaboração.
Tomando como exemplo a cocaína, vejamos qual é o caminho do crime : a produção se dá em alguns países, com destaque para a Bolívia e o Peru; o processamento e o refino da droga ocorrem em laboratórios escondidos na Floresta Amazônica, em território boliviano,
colombiano, venezuelano, peruano, brasileiro, etc. Uma vez refinada, a droga que sai da América do Sul é traficada pelos cartéis internacionais para os locais onde será distribuída ou consumida, especialmente na Europa e nos EUA.
Em 1986, o presidente Ronald Reagan alçou o narcotráfico à condição de ameaça à segurança nacional dos EUA, com consequências muito sérias para a política externa desse país. Desde então, a Agência de Controle de Drogas (Drug Enforcement Administration - DEA) vem ganhando um grande poder de investigação e atuação além-fronteiras. A parcela anual do orçamento americano (estadunidense) para o combate às drogas ultrapassou a cifra dos 10 bilhões de dólares na década de 1990.
Os EUA passaram a utilizar suas Forças Armadas para combater o narcotráfico na América Central e na América do Sul (...). Ações militares dos EUA, promovidas em países como a Bolívia, geraram temores por parte de militares e diplomatas latino-americanos sobre uma nova forma de intervenção nos assuntos internos das nações. (...)
O poder das organizações criminosas, que dispõem de arsenais bélicos sofisticados, obtidos no mercado internacional ilegal de armas e têm domínio sobre vastas áreas, atenta contra a soberania do Estado e contra a segurança dos cidadãos. "
Fonte : DANELLI, Sônia Cunha de Souza . Projeto Araribá , Geografia 8º ano . Editora Moderna . 2ª Edição . São Paulo : 2007 > BRIGAGÃO, Clóvis; RODRIGUES, Gilberto. Globalização a olho nu. São Paulo: Moderna, 2004, p. 111 - 113.
GEOGRAFIA Newton Almeida