Chuvas Orográficas : Micro-Clima de Rio Bonito

     Foi por volta do dia 20 de outubro que essas fotos foram tiradas. Eu retornava do trabalho, no final do dia, e há uma hora antes, quando havia atravessado a Ponte-Rio Niterói, o tempo estava firme. Chegando em Rio Bonito, na altura do quilômetro 260 da BR 101 (Auto-Pista Fluminense), logo após a Patrulha Rodoviária, a chuva orográfica estava se formando, com nuvens bem carregadas.  

    O chamado micro-clima de Rio Bonito, essa agradável cidade de uns 50 mil habitantes, que faz fronteira com Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Araruama, Saquarema  e Tanguá, e fica a uns 70 quilômetros do Rio de Janeiro, se refere às chuvas que caem resultante do encontro de ventos vindos da direção leste (o chamado Vento Nordeste) com a Serra do Sambê. Esse vento Nordeste vem da Região dos Lagos, do litoral,  portanto é úmido, e ao encontrar a Serra do Sambê, que tem cerca de 900 metros de altura, é forçado para o alto e torna-se  mais úmido (umidade proveniente das matas da Serra do Sambê), e subindo essas massas de ar  são resfriadas e condensam, ocasionando as chuvas de relevo ou chuvas orográficas. 

    Há algumas décadas atrás, esse microclima de Rio Bonito vem sendo pouco notado, devido a intensos desmatamentos na Serra do Sambê, a formação de massas  úmidas sobre a serra diminuíram, e isso fez diminuir  a ocorrência das chuvas orográficas da Serra do Sambê.  

     Normalmente, essas chuvas orográficas  são breves e não muito fortes, ao contrário das chuvas de frente fria, que são trazidas da direção sul (pelo chamado Vento Sudeste). As frentes frias são prolongadas e podem trazer muitos problemas para a região riobonitense, que possui um significativo número de habitações em locais de risco, nas encostas de morros.   

Geografia Newton Almeida