Coordenadas Geográficas : Prêmio da Longitude : John Harrison : GPS
" ... fornecer um prêmio em dinheiro para quem determinar a longitude ... " . Esse decreto ficou conhecido como o Prêmio da Longitude.
Estabelecendo quantias que variavam de 10 mil a 20 mil libras, dependendo da contribuição técnica de cada candidato ao prêmio, o ato pretendia resolver um dos grandes empecilhos à expansão marítima do império inglês : a questão de como determinar com precisão a longitude de qualquer ponto da superfície terrestre.
Quase cinquenta anos depois, em 1761, o prêmio máximo de 20 mil libras foi finalmente distribuído quando um inglês, John Harrison, apresentou sua invenção : um relógio de bolso com doze centímetros de diâmetro, logo batizado de cronômetro. As 20 mil libras foram repartidas entre vários outros pesquisadores, cujas contribuições foram consideradas como etapas que permitiram a Harrison chegar ao seu invento.
O sistema de coordenadas geográficas já era conhecido há bastante tempo. Graças a Hiparco, um astrônomo grego do século II, que pela primeira vez propôs a divisão da circunferência terrestre em 360 graus, estabelecendo aquela rede de meridianos e paralelos que nos permite fornecer as latitudes e as longitudes de qualquer ponto. A questão que permaneceria ainda insolúvel durante séculos seria a definição dessas coordenadas em situações reais, fora dos mapas e dos lugares conhecidos, como em trajetórias de navegação, por exemplo.
A determinação das latitudes já se fazia com razoável precisão, desde tempos muito antigos, observando trajetórias aparentes de astros que pudessem ser adotados como referências, tais como a Estrela Polar ou o Sol. Como se sabe, os raios solares atingem a superfície terrestre em diferentes ângulos de incidência, variáveis conforme as latitudes dos lugares.
A dificuldade maior, no entanto, residia na determinação da longitude, pois isso só seria possível comparando a hora do meridiano de origem com a hora de um local qualquer, considerando-se que 15 graus de deslocamento correspondem a uma hora.
O fato é que, até aparecer o cronômetro de Harrison, nenhuma forma de medição do tempo conseguia conservar a hora de origem em navegações de longas distâncias, por exemplo. Até então, só era possível, com segurança, medir quanto se estava navegando para o norte ou para o sul. Mas, para adquirir a mesma segurança em relação às direções leste e oeste, seria preciso fazer um relógio que não só fosse fácil de manejar e transportar, mas que, sobretudo, tivesse um mecanismo capaz de funcionar pelos longos períodos de tempo que duravam as viagens, ou seja, que fosse resistente à maresia e cujo funcionamento, independentemente da condição do mar, não se abalasse. E esse não era o caso dos antigos e pesados relógios que, além de suas engrenagens expostas à ação do tempo, dependiam de pêndulos para funcionar.
Solucionado o problema da longitude e apesar de algum aprimoramento técnico, observar astros, contar horas e realizar os inúmeros cálculos necessários para determinar as coordenadas de um ponto permaneceram como procedimentos rudimentares durante séculos.
Somente há pouco menos de trinta anos, com a implantação de um sistema desenvolvido pela marinha dos Estados Unidos, é que houve uma radical mudança na tecnologia empregada para determinar as latitudes e longitudes. Trata-se do Sistema de Posicionamento Global, que é também conhecido por sia sigla em inglês GPS (Global Positioning System).
Inicialmente desenvolvido para cumprir objetivos militares, o GPS foi franqueado para uso público e irrestrito a partir de 1980. O sistema é suportado tecnicamente por uma rede de 24 satélites em órbita da Terra. Por dia, cada um deles dá dois giros completos em nosso planeta. Basta uma conexão com três satélites para estabelecer latitudes e longitudes e com quatro para obter também a altitude do lugar.
Os satélites estão a uma distância de aproximadamente 20 mil quilômetros da Terra, levam 12 horas para realizar um órbita e realizam as órbitas em seis diferentes planos. Todos esses ítens foram calculados de modo a permitir que em qualquer lugar da Terra se possa, quase instantaneamente, estabelecer conexão com um número suficiente de satélites que permitam ler nos aparelhos de GPS as coordenadas do lugar.
Hoje praticamente não há embarcação ou aeronave que não possuam tais aparelhos. Em outros veículos, incluindo os carros de passeio, o GPS também está cada vez mais presente.
Mas o GPS tem muitas outras aplicações e benefícios. Dos limites entre países à demarcação de terras indígenas, ou dos limites de uma propriedade privada à delimitação do curso de um rio, muitas são as possibilidades de utilização do GPS. Ou seja, tais aparelhos têm proporcionado maior precisão na demarcação de todos os tipos de fronteiras e, consequentemente, têm facilitado o conhecimento e a localização dos diversos fenômenos geográficos.
( Fonte : Fonte : Livro Geografia do Mundo ; Carvalho, Marcos Bernardino de ; Pereira, Diamantino Alves Correia ; Editora FTD ; São Paulo ; 2009; 8º ano )
Geografia Newton Almeida
Geografia Newton Almeida
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial