sexta-feira, 6 de julho de 2018

Estados Unidos x China


      Os professores de Geografia, Zé Bonner e Thiago Feitosa comentam sobre a "Guerra Comercial" travada entre a China e os Estados Unidos, que se opõe à lógica da globalização. 

    Tópicos do vídeo: 


 - o Presidente Donald Trump ocupa a mídia com várias polêmicas (envolvimento com fakenews, problema com facebook, questão dos imigrantes);

-  China nas duas últimas décadas apresentando crescimento econômico; 

-  Guerra no comércio entre China e Estados Unidos, que é o contrário do processo de globalização; Trump vai em caminho contrário do seu antecessor Obama, que tinha um viés de estabelecer forte lógica da globalização, tanto na questão social, comercial e política, e o presidente Trump  segue por estilo mais fechado, pela lógica do protecionismo e o lema 'America First' (Estados Unidos retomando seu lugar de nação mais forte do planeta Terra); 

-  Trump pretende priorizar a política social e econômica interna, retomando a força e o nacionalismo norte-americano, e com o objetivo de controlar e comandar o mundo; 
     
- Enquanto os Estados Unidos se fecham a China procura ser o agente líder da globalização; em recente reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio, surgiu oficialmente em 01 de janeiro de 1995, em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio -GATT, a OMC conta com cerca de 162 países membros) a China ressaltou a necessidade de se respeitar o processo de Globalização; 

-  A China uma nação dita comunista, comandada pelo Partido Comunista Chinês, ressalta a necessidade de se respeitar o capitalismo internacional, enquanto que a nação líder do capitalismo internacional se fecha em sua clausura; então esse é um assunto muito interessante do momento, e deverá ser cobrado em provas, em concursos, em questões de atualidade, com certeza; 

- Em 01/03/2018, Donald Trump aplica sobretaxa de 25% de impostos  no aço e sobretaxa de 10% no alumínio importados, acreditando que com isso irá gerar mais empregos no crescimento do setor siderúrgico estadunidense e vai  atender uma questão da segurança nacional (aço e alumínio na produção de armas); Trump tem laços com empresários, que custearam sua campanha à presidência, que pressionam maiores investimentos na indústria bélica;

- O setor de siderurgia dos Estados Unidos etá localizado no nordeste do país, onde está o nicho eleitoral de Trump; estava acontecendo  uma polarização econômica  para a costa oeste, Califórnia (que se fosse um país representaria a quarta economia do mundo); o nordeste dos Estados Unidos passando por um enfraquecimento econômico (aumento de desemprego e miséria), então Trump cria uma brilhante jogada política: ele chama  para si uma responsabilidade, ele se coloca como líder, cria forte nacionalismo (uma característica dos republicanos), um nacionalismo ufanista, America First - America Great Again, chama o setor siderúrgico para o fortalecimento, a área do manufacturing belt (Boston, Nova Iorque, Pittsburgh, Chicago, onde estão as pioneiras megalópoles dos Estados Unidos - Chipitts e Boswash), nesse contexto criando a perspectiva de reaquecimento da economia industrial de base; 

- As ações das empresas bélicas subiram desde o momento em que  Trump anuncia seu plano  de apoio ao  setor  siderúrgico  indústrias bélicas; essa  jogada política foi muito esperta; isso envolve o Brasil que é um grande exportador de aço e bauxita, e isso favorece o Brasil, pois investimentos no setor bélico também favorecem o aumento do consumo de petróleo (pré-sal brasileiro); e o Brasil ficará isento da cobrança das sobretaxas do aço e alumínio, que  mostra o alinhamento do governo Temer com o governo Trump; na época da Dilma havia um alinhamento maior com a China; 

- Em 23/03/2018 - medidas comerciais especificamente contra produtos chineses, taxação que pode chegar a US$ 60 bilhões de dólares; Trump diz que existe déficit comercial com a China, da ordem de US$ 500 bilhões de dólares; uma situação de protecionismo, em um momento de mercado globalizado, de diminuição de tarifas alfandegárias; essa decisão de sobretaxar a importação é inédita; 

- De que maneira acontece esse protecionismo? O governo americano divulga uma lista de produtos com sobretaxa de importação, haverá um período de 60 dias para análise, depois o governo chinês é chamado para uma conversa (negociação);

- A Europa, a OMC, a China, também pretendem lançar medidas de  boicote a produtos americanos; outra consequência é a possível maior aproximação de Europa com China e Rússia; a Guerra Comercial entre Estados Unidos e China afeta as bolsas de valores e mercados de todo o mundo, facilitando que a China amplie sua atuação  no cenário mundial; 
- Trump acusa a China de comprar empresas americanas para ter acesso às suas patentes e tecnologia de ponta;  Trump diz que isso é roubo de propriedade  intelectual; 

- É complicado de se pensar que o detentor de tecnologia seja o país e não a empresa; Trump parece 'incorporar' as teorias de John Maynard Keynes (economista britânico que  acreditava em um estado forte regulando a economia com políticas fiscais e monetárias), abandonando os conceitos neoliberais do estado mínimo;  

- Trump tem razão quando diz que China limita a saída de capital estrangeiro e pratica a desvalorização cambial; mas, exagera com esse pseudo 'roubo de propriedade intelectual' (aquisição de empresas americanas para obter patentes de invenção); 

- Infelizmente o Brasil continua sem avançar nesse  cenário de competição tecnológica, e dependendo de exportações de matérias primas, ou no máximo de produtos semi-acabados (aço brasileiro); um exemplo dessa 'distância tecnológica' pode ser observada na produção de patentes: enquanto os Estados Unidos  contam com 170.000 patentes ao ano, aqui no Brasil são apenas 400. 


Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

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