sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Construção de Muros ou Distribuição de Renda? Novo Paradigma para O Capitalismo

           A geografia sempre está atenta aos processos de relacionamento das sociedades humanas entre si, e essas com a natureza. A globalização é fruto do capitalismo, que está sempre buscando diminuir barreiras que impeçam a comercialização de produtos e serviços. Esse processo de interligação de todo o mundo em uma rede de transportes e telecomunicações interessa muito ao capitalismo. Porém, os países mais desenvolvidos, que mais se beneficiaram dessa maior integração da globalização, estão buscando a construção de muros para evitarem receber os imigrantes, os excluídos, os refugiados de conflitos. 
     Imagem acima, meramente ilustrativa:  muro que garante a privacidade dos seus donos.

            O muro pode ser considerado um símbolo da propriedade privada. É fácil identificar famílias mais ricas de outras que nada têm, observando o tamanho e tipo de construção de seus muros. Existem países em que os muros não existem, mostrando uma maior organização da sociedade e melhor equidade na distribuição da renda. Em nosso caso, aqui no Brasil, os muros demonstram a crescente insegurança das famílias que tentam defender-se de assaltos e crimes, levantando muros cada vez mais altos, com grades e cercas elétricas. Até mesmo as praças, por vezes são cercadas por muros a fim de manter contingentes de excluídos do lado de fora. 
Imagem acima - Israel ergue muros para sua segurança.

      Será que em vez de erguerem-se mais  muros, cercas, barreiras, haveria outra forma de evitar o movimento de imigrantes que buscam um mínimo de segurança, fugindo desesperadamente de zonas de guerra, de ambientes miseráveis e insalubres. Será que a Organização das Nações Unidas (ONU) não poderia, rapidamente, responder a tanta desigualdade com ações de acolhimento dessas sofridas populações? 
    Qual seria o custo de erguer um novo muro protegendo os Estados Unidos da América contra imigrantes vindos do México? Será que esse valor não poderia ser aplicado no país vizinho em obras que gerem emprego e dignidade, com isso evitando as imigrações ilegais indesejadas? Será que precisamos de um bilionário para liderar o isolamento, a segregação, ou podemos exercer verdadeiramente os princípios cristãos e acolher aos que nada têm? 
       Com um olhar de maior humanidade sobre esse problema, o capitalismo facilmente poderia fazer a roda do dinheiro girar ao construir infra-estrutura em países miseráveis, que estão assim devido à dilapidação que sofreram na colonização do passado e em processos escandalosos de lucro fácil do sistema financeiro. 
     Cifras fabulosas de dinheiro, que se mantém parado no sistema financeiro, que poderia ser direcionado à construção de estradas, de casas, de captação e adução de água, de fomento à agricultura familiar. Dinheiro que poderia financiar sistemas de saneamento básico aos miseráveis, fazendo com que a economia mundial volte a prosperar e direcionando o capitalismo  para um novo paradigma de gerar lucro com a diminuição das desigualdades sociais. 
       A geografia está atenta e precisa levantar sua voz por sobre os muros, precisa se fazer ouvir aos cidadãos dos países desenvolvidos: libertem seus corações do medo, para que avancemos rumo à construção de um mundo sem excluídos.  
     Imagem acima - cidadãos da Alemanha destroem o Muro de Berlim, em 09 de novembro de 1989. 



GEOGRAFIA Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br

1 Comentários:

Às 16 de novembro de 2019 às 08:32 , Blogger Neide Marques - Prof de Geografia em SJC disse...

Essas práticas já avançam no caminho da Educação 4.0, Sucesso!

 

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