sexta-feira, 6 de abril de 2018

Panorama Mundial em Debate no Vídeo do Professor de Geografia Marcelo Corrêa


Panorama Mundial em Debate no Vídeo do Professor de Geografia Marcelo Corrêa (vídeo publicado em novembro de 2015)

   "  Olá meus amigos, bem vindos a mais um programa da nossa série O Mundo em Debate, meu nome é Marcelo Corrêa, sou professor de Geografia pelo Anglo Vestibulares. Estamos começando já, o encerramento de nosso ano e então teremos, agora, alguns programas para podermos recapitular temas que, nós consideramos, de grande importância para  os nossos próximos vestibulares. Então vocês sabem que os assuntos duscutidos aqui estão disponíveis no site Geografia e Vestibular, e vocês terão a matéria sugerida na semana e logo abaixo irão aparecer as matérias que foram indicadas ao longo do ano. Está muito fácil, vocês irão identificar do lado esquerdo o link matérias recomendadas 2015. 
     No início desse ano, a primeira matéria trata de Detroit, região nordeste dos Estados Unidos, região conhecida como manufactering belt, que mais recentemente, extra-oficialmente é claro, tem sido chamada de rust belt (*veja a localização no mapa esquemático ao lado*), o belt da ferrugem, isto é, da indústria que parou no tempo, da indústria ultrapassada. Essa matéria, cuja fonte é a BBC News, trata especificamente da cidade de Detroit, conhecida como capital do automóvel, alguns dizem que hoje é a capital do salão do automóvel, pois a capital do automovel seria Xangai. E mostra a tentativa de reerguer Detroit, que chegou a ter mais de 2 milhões de habitantes e que agora tem algo em torno de 700 mil, então a população caiu para um terço do que já foi. Isso tem a ver com crise, é evidente, a crise que se estourou em 2008 e que infelizmente se arrasta até os dias de hoje. Mas, além da crise, algo já vinha acontecendo ali, eu mesmo já sugeri dois filmes, um deles é Roger e Eu, que vai mostrar o início da saída dessas empresas dessa região de Detroit, região dos lagos; é um  filme do Michael Moore, filme ou documentário. Depois tem um outro, Capitalismo Uma História de Amor, do mesmo diretor Michael Moore, que já vai falar de uma realidade mais atual. Mas, esse primeiro, Roger e Eu, é um filme bem interessante e mostra quando as primeiras indústrias começaram a  deixar a região, e com iniciais indícios do que temos hoje, com verdadeiros bairros fantasmas (*imagens abaixo*).

      Inclusive, uma iniciativa da Prefeitura de Detroit que decretou falência, imagina o que é isso, uma Prefeitura reconhecendo que não pode pagar os seus funcionários, que não pode pagar serviços como transporte de alunos, ou coleta de lixo, então chegou a esse ponto. E aí você vê uma tentativa do atual Prefeito vendendo terrenos, e casas abandonadas, por US$ 100 dólares. Lembrando que no auge da crise de 2008 para 2009, casas foram vendidas por US$ 1 dólar.  Na verdade vender é apenas transferir, por um valor simbólico, para alguém os compromissos relativos aquele imóvel. É um assunto curioso, esse tema já foi cobrado em vestibular, assim como existem na Europa situações semelhantes, na Alemanha, antigas regiões industriais que estão hoje são verdadeiros desertos, como existe na Itália, mas na Itália a causa é outra, tem mais a ver com o envelhecimento da população, falta de perspectivas para os poucos jovens que estão abandonando essa região. Por acaso, a matéria da semana fala de Portugal, de algo que parece contraditório, Portugal dá bons sinais de recuperação da crise, longe de se recuperar, mas dá bons sinais, como também a Espanha, a Irlanda, já a Grécia continua em situação difícil, e em Portugal nesse processo de recuperação, hoje tem muitas vagas em aberto e não estão conseguindo preenchê-las, ao mesmo tempo em que têm muitos portugueses desempregados. Existe um recorde de desemprego e ao mesmo tempo a dificuldade em preencher algumas vagas. É óbvio não é, o perfil  do profissional que o mercado hoje exige não é o perfil daquele português desempregado. Então é uma aparente contradição, mas é fácil compreender o que está acontecendo lá. Muitos jovens terminaram o curso superior, em meio à crise e não conseguiram estagiar, e aí anos se passam e simplesmente o mercado prefere contratar aquele que recém se formou, ou o mercado também não quer aquele que, embora tenha experiência, não se atualizou. Então é bem difícil isso daí. 
      Uma outra matéria interessante, a segunda matéria, postei lá em fevereiro, também da BBC (estatal inglesa de notícias) que fala sobre drones, que vão voar sobre a Amazônia. Quando eu vi esse título eu estranhei, e verifiquei que se trata de uma parceria Brasil - Inglaterra para que drones possam sobrevoar, e utilizando de recursos sofisticados, e farão uma espécie de raio x da Amazônia em busca dos chamados geoglifos. 
Imagem: avanços em pesquisas arqueológicas identificaram quase 500 geoglifos na Amazônia (valetas feitas no solo, de quase 10 metros de largura por 2 a 3 metros de profundidade). 
     Os geoglifos são desenhos realizados no solo, vamos lembrar das linhas de Nazca, no deserto de Nazca no Peru, então são desenhos de grandes proporções, um pouquinho diferente do que tem lá no Peru, no Peru você vai encontrar desenhos de beija-flor, de gaivota, macaco, aranha, e no nosso caso, por enquanto, os geoglifos são desenhos geométricos, são círculos, triângulos quadrados, que são desenhados, não foram esculpidos na rocha, por exemplo, criando um vale, desmatando a floresta, e faz um desenho desse escavando o solo. A floresta mais tarde recuperou esse espaço e os desenhos ficaram distantes da nossa vista, mas nós já descobrimos mais de 300 desses desenhos, com isso os arqueólogos estão buscando quebrar esse mito de que na Amazônia brasileira viviam pequenas civilizações com um mínimo de desenvolvimento tecnológico, no máximo eles eram capazes de produzir apenas uma cerâmica, extremamente rústica, diferente das civilizações que viveram pela Cordilheira dos Andes, a exemplo de Astecas, Maias, Incas, ou até as linhas de Nazca em uma civilização pré-incaica, que remete aí a algo em torno de 1.000 anos. Então esse estudo, essa parceria, busca mostrar que na Amazônia já existiram civilizações bem mais avançadas do que nós até então imaginávamos. 
      Um outro texto que eu postei lá como número 3, um texto interessante sobre a relação entre as drogas, aqui da América do Sul, especialmente Colômbia, e o trânsito dessa droga pelo território brasileiro chegando até a África, e da África chegando até a Europa. Nesse trânsito África-Europa entrariam extremistas islâmicos, ou que a imprensa vem chamando de grupos jihadistas. Há uma grande discussão quanto a esse termo, se ele é correto ou não, não vamos agora no mérito disso que já foi dito em outros vídeos. Bom, esses movimentos extremistas, não entramos no mérito, ou não, se é correto de chamá-los de jihadistas, fariam parte do trânsito dessa droga, já que existem inúmeros deles, na Nigéria, na Somália, no Chade, em Mali (ex-colônia francesa), então esses grupos extremistas fariam o trânsito dessa droga até o Mediterrâneo, para a União Europeia. Parte da arrecadação de grupos extremistas viria disso, de prestar um serviço ao narcotráfico. São coisas recentes, vinculações recentes, que estão descobrindo agora. É lógico que existe essa dúvida: de onde vem os recursos para essas redes extermistas, que estão hoje espalhadas pela França, pela Itália e pela Espanha? A Espanha, recentemente, fez algumas prisões de elementos de células que estariam em solo espanhol, cooptando elementos para o Estado Islâmico,  como já foi encontrado na França, na Bélgica, até envolvendo uma família de brasileiros, um jovem brasileiro que vive hoje no Estado Islâmico e a mãe em completo desespero. Então de onde vem o recurso para poder viver em Paris, e de Paris cooptar jovens, sobretudo da periferia, viver em Bruxelas, e cooptar jovens para o Estado Islâmico? Parece que uma das fontes é isso, um trabalho em parceria com o narcotráfico. Hoje sabemos que os extremistas oferecem a essas pessoas, em completo estado de desespero, que buscam chegar até a Europa, eles trabalham como 'coiotes'. Coiote é aquele elemento que você paga que auxilie no trânsito. Essa matéria é interessante, e o assunto narcotráfico, em especial esse ano, é um assunto bem interessante. 
     Nós tivemos a série Narcos na Netflix, o livro Histórias de Mi Padre do filho do Pabro Escobar. Inclusive dêem uma olhada na página do Facebook que está  associada ao site Geografia e Vestibular, onde eu postei um vídeo com a entrevista dele, dizendo coisas bem interessantes, ele diz que existe a máfia colombiana, a máfia mexicana, que faz a droga chegar no território americano, e uma vez dentro do território americano, como é que essa droga chega aos usuários? A imprensa não fala que existe uma máfia em Miami, uma máfia em Orlando, em Nova Iorque, Chicago, será que não existe americano envolvido? É colombiano, é mexicano, o que está acontecendo? Ele tece inúmeras críticas à série Narcos, de o Diretor brasileiro Padilha, não o ter consultado, e aí o diretor se defende e diz 'quem aí da família não cobra para dizer quem foi Pablo Escobar?'. Então é uma entrevista, é um tema interessante, não deixem de dar uma olhada. 
     O texto de número 4, que é um material em vídeos, em torno da questão do Muro de Berlim, desde a construção até a queda do muro, eu acho que merece dar uma olhada, um tema bem interessante  que já foi cobrado.
     Outro assunto é sobre o arsenal nucelar. Na Velha Ordem Mundial, observando que a queda do muro marca o início da Nova Ordem Mundial,  nós tínhamos um arsenal nuclear muito mais numeroso do que hoje, uma capacidade de destruição muito maior, porém, naquela época, os dois maiores arsenais, o americano e o soviético (que chegou a ser até maior em número) eram utilizados como uma forma de intimidação, as potências ficavam se intimidando e assustando ao mundo. Agora o que a gente vê é uma maior disseminação, por exemplo a Coréia do Norte, muitos acreditam que ela não tenha condição de lançar um armamento nuclear, mas como já foi dito pelo herdeiro, lembrando que o avô dele criou a Coréia do Norte, que deixou para o filho e agora para o neto, que disse que em último caso afunda junto com a Coréia do Sul e com o seu ódio principal, que nos últimos discursos é o Japão (esse vídeo publicado em novembro de 2015). O Japão reestruturou a sua constituição e deu maiores poderes ao seu exército, inclusive agora as forças armadas do Japão, não só o exército, podem atuar fora do território, em águas internacionais. Até há pouquíssimos meses as forças armadas japonesas eram forças de defesa, que não podiam sair do espaço territorial, isto é, terra, água e ar, isso é fruto do medo da militarização da Coréia do Norte. Nós temos hoje o Paquistão, em eterno conflito com a Índia na disputa pela Cachemira, então hoje, ou já há mais de uma década, mas também faz parte da Nova Ordem Mundial, o Paquistão também tem arsenal nuclear. Israel afirma que o programa nuclear do Irã é um programa bélico, o que o Irã nega. Daí vem o acordo firmado entre o Irã e os Estados Unidos, confirmando que seu programa é pacífico, mas Israel não aceita. Existem suspeitas de que o próprio Estado Islâmico busque cooptar gente da antiga União Soviética para poder ter acesso a esse arsenal. Hoje há espectativas de que extremistas do Afeganistão consigam chegar ao arsenal do Paquistão, onde existem grupos extremistas. Diferente daquela época em o armamento ficava apenas para intimidar, hoje em dia existe o risco de armas nucleares caiam em mãos de extremistas ....    "   

Geografia Newton Almeida http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br



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