Brasil - Política Externa
Política Externa Brasileira - Geopolítica no Brasil
O Gigante da América do Sul
País populoso, detentor de um vasto território e com mais de quinze mil quilômetros de fronteiras com praticamente todos os países da América do Sul, o Brasil é uma liderança regional em busca de mais espaço no cenário internacional. Para isso, procura ampliar suas relações políticas e econômicas, principalmente com parceiros mais modestos – caso de países sul-americanos, como Bolívia e Paraguai, e de países africanos – ou que estejam em estágio de desenvolvimento tecnológico e econômico semelhante ao seu, como é o caso da China, da Índia e de outros países da Ásia.
Política Externa Brasileira
O que é geopolítica ? Segundo alguns pesquisadores, o conceito de geopolítica foi criado com base no trabalho do geógrafo alemão Friedrich Ratzel (foto, http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Ratzel) no final do século XIX. Para ele, a geopolítica é um instrumento da política externa de um país, baseado na valorização do espaço ou território como forma de exercer a hegemonia mundial. Ratzel propôs que, para ser uma potência e conquistar a hegemonia mundial, era preciso conhecer a fundo a geografia de outros países. Se estes apresentassem vantagens geoestratégicas - por exemplo, disponibilidade de recursos minerais energéticos -, deveriam ser anexados.
A geopolítica de Ratzel ficou conhecida, mais tarde, como geopolítica clássica, ainda hoje usada pelas potências mundiais para desenvolver suas políticas externas. Embora haja outras teorias sobre o assunto, a geopolítica pode ser definida como a ciência que estuda estratégias do Estado para melhor administrar seu território com vistas à sobrevivência de seu povo e sua melhor inserção no plano internacional.
Alguns Estados agem de modo que essas estratégias garantam a integração de seu território, usufruindo as possíveis riquezas nele existentes. O Brasil é um desses Estados. Por outro lado há os que, além de pensar as estratégias do ponto de vista de seu território, visam à expansão de seus domínios, adquirindo riqueza e poder internacional. É o caso dos Estados Unidos.
A geopolítica brasileira
A geopolítica brasileira intensificou-se após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), quando a política externa se voltou para o fortalecimento da liderança do Brasil na América do Sul e para uma participação mais ativa no mundo. A fim de atingir os objetivos dessa política, o governo brasileiro passou a investir na formação de profissionais qualificados para representar o país no exterior. Em 1945 foi criado o Instituto Rio Branco, importante formador de consulês e embaixadores que representam e defendem os interesses brasileiros em outros países.
A atual política externa do Brasil não se baseia na anexação de territórios alheios ou no poderio militar para ampliar sua participação e influência no mundo. A geopolítica brasileira tem um enfoque contemporâneo, isto é, fundamenta-se na cooperação e no estabelecimento de parcerias que ofereçam vantagens comerciais ao país.
A política externa praticada pelos representantes do Brasil não pretende impor seus interesses por meio da força. Também não aceita coação ou pressão por parte de qualquer outro país ou organização internacional. Assim, para os diplomatas brasileiros não há inimigos ou desafetos. Todos os países são potenciais parceiros comerciais. Desde o início da década de 1990, essa estratégia fez com que importantes parcerias fossem estabelecidas com vários países do mundo.
As relações do Brasil com os Estados Unidos
Durante a Guerra Fria (1945 – 1991), a política externa brasileira caracterizou-se ora por aproximações com os interesses estadunidenses, ora por afastamentos que sinalizavam os desejos do país de trilhar um caminho próprio, sem maiores da potência da América do Norte. Em algumas situações, como as listadas a seguir, o governo brasileiro se colocou contra os interesses estadunidenses.
1968 - Posiciona-se contra o Tratado de Não-Proliferação de Armas na Conferência de Desarmamento realizada em Genebra. O país alegou que as potências nucleares não tinham o direito de negar o acesso à energia nuclear aos países pobres.
1970 - Vota na ONU pela devolução dos territórios palestinos ocupados por Israel na década de 1960 e promove maior aproximação comercial e política com o mundo árabe.
1974 - Reata relações diplomáticas com a China.
1975 - Vota pelo fim do bloqueio econômico a Cuba e fecha um acordo de cooperação nuclear com a Alemanha.
Atualmente, a diplomacia brasileira tem adotado uma política cautelosa em relação aos EUA. A estratégia é não se distanciar dos interesses do país mais rico do mundo. Ao Brasil interessam os investimentos e a tecnologia estadunidense. Porém, se por um lado a política externa brasileira não quer se chocar com os interesses da superpotência mundial, por outro, não quer se submeter a eles.
Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 8º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .
Geografia Newton Almeida
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