O texto a seguir é de um médico psiquiatra. De maneira muito direta e objetiva, ele descreve a face real de uma droga que se tornou um grande problema em nossa sociedade.
" Essa é a droga mais falada e mais usada pelos jovens, pelos artistas, que são seus ídolos (...). É uma droga excitante como as anfetaminas. Ela é cheirada, na forma de pó, e absorvida pelos pulmões; isso quando não é diluída e injetada diretamente na veia. Provoca a destruição progressiva da mucosa do nariz, com prejuízo do olfato. Este é o seu primeiro efeito desagradável e o menos importante. A cocaína tem um efeito fugaz. A excitação, a sensação de que se é um gênio, com cérebro claro e brilhante - o que só a pessoa acha, pois quem convive com ela vê apenas uma pessoa inquieta e angustiada -, dura de 30 a 40 minutos, e logo vem uma tendência para a depressão.
O que fazer quando vêm a depressão, a tristeza, a falta de energia ? Ou se enfrenta tudo isso durante horas ou se cheira outra quantidade de cocaína. Assim, a pessoa repete a operação várias vezes durante a noite (...). De manhã, ou a pessoa sai para trabalhar no estado em que se encontra - deprimida, acabada-, ou então precisará tomar uma boa dose de tranquilizante para poder dormir e não poder passar pela dor da depressão, um pagamento inevitável por aquelas horas de euforia. Isso é assim mesmo: nada na vida sai de graça.
(...) A lembrança dos bons momentos, mais que esse mal-estar, vai impulsioná-lo a voltar para a cocaína. Isto tem de ficar bem claro: as drogas excitantes sempre causam uma depressão posterior. Forma-se, assim, um círculo vicioso, que, se não é exatamente a dependência física, com tremores e alucinações visuais, é um tipo diferente de impulso que leva a pessoa de volta à droga.
A tendência da pessoa é para o uso crescente da droga - crescente na frequência e na quantidade inalada. Muita gente já morreu de overdose, inclusive alguns artistas, ídolos de toda uma juventude ! Não conhecemos ainda todos os malefícios causados pelo uso prolongado da cocaína. Podemos, contudo, prever danos físicos parecidos com os ligados ao uso de anfetaminas: desgaste prematuro do organismo e depressões graves, às vezes seguidas de suicídio. "
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Fonte : DANELLI, Sônia Cunha de Souza . Projeto Araribá , Geografia 8º ano . Editora Moderna . 2ª Edição . São Paulo : 2007 .
GEOGRAFIA Newton Almeida
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