Brasil : Globalização
A Globalização da Economia Brasileira
Ao longo de sua história, o Brasil passou por vários modelos econômicos até alcançar, por volta de 2005, certa estabilidade na economia, que constituiu o primeiro passo para que o país começasse a se adaptar ao mundo globalizado. O processo, porém, se mostra lento, e a globalização ainda é um fenômeno para reduzida parcela da população.
A Economia Cafeeira e o Investimento na Indústria
Até 1930, a economia brasileira era essencialmente agrícola e profundamente dependente das exportações de café. Uma grave crise mundial no final da década de 1920 provocou um colapso na economia nacional.
Fazendeiros, comerciantes e banqueiros que haviam acumulado muito dinheiro com o café passaram a investir na indústria, como uma nova e promissora fonte de renda. O governo brasileiro contribuiu com o desenvolvimento da nova atividade facilitando a importação de máquinas e equipamentos.
A Substituição das Importações
Após a Segunda Guerra Mundial, o Estado brasileiro passou a participar mais ativamente do processo de industrialização por meio da adoção do modelo conhecido como substituição de importações. O objetivo era começar a produzir internamente o que vinha de fora, substituindo as importações por produtos nacionais.
De forma geral, o Estado implantou as indústrias de bens de produção, as empresas estatais ; o capital estrangeiro ficou responsável pelas indústrias de bens de consumo duráveis, como, por exemplo, automóveis e geladeiras; e o capital nacional cuidou das indústrias de bens de consumo não duráveis, como bebidas e alimentos.
O modelo de industrialização por substituição de importações ficou em vigência até o início da década de 1980. Os investimentos realizados pelo governo brasileiro nas décadas anteriores foram efetuados à custa de um grande endividamento externo, cujas taxas de juros inviabilizaram os investimentos estatais. Uma parcela significativa da arrecadação de impostos dirigia-se diretamente aos bancos estrangeiros, para efetuar o pagamento dos juros da dívida.
A Crise Econômica da Década de 1980
A década de 1980 ficou conhecida como a “ década perdida “, pois a recessão foi acompanhada por elevadas taxas de inflação e pelo sucateamento ou envelhecimento das máquinas e equipamentos das indústrias. Além disso, houve o abandono de investimentos em infraestrutura: estradas ficaram em péssimas condições, portos e aeroportos tornaram-se obsoletos, e os setores de energia e telecomunicações não se atualizaram.
Com a crise, muitas empresas não conseguiram competir com os produtos importados, o que as levou à falência e contribuiu para o aumento do desemprego no país.
Os Anos 1990 e o Modelo Neoliberal
A partir da década de 1990, com a intensificação dos fluxos de capitais estrangeiros, resultado do processo de globalização, ocorreu uma nova mudança no modelo econômico brasileiro.
Para atrair investimentos, o governo promoveu a abertura da economia ao capital estrangeiro e colocou à venda várias empresas estatais, num processo conhecido como privatização.
O governo brasileiro deixou então de ser proprietário para tornar-se fiscalizador das empresas privadas. Várias agências de fiscalização foram criadas para estabelecer regras de funcionamento e de controle sobre a qualidade dos serviços prestados pelas empresas.
Essa processo de privatizações – ocorrido principalmente na década de 1990 como parte do modelo econômico neoliberal e globalizado – foi acompanhado por manifestações públicas contrárias à venda das estatais. Muitos defendiam a idéia de que o governo estava entregando à iniciativa privada, a preços muito baixos, empresas consideradas patrimônio do povo brasileiro, como foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1997 .
A abertura da economia foi marcada por uma grande redução das taxas de importação, principalmente de bens de consumo. O aumento das importações tinha como objetivo ampliar a concorrência e incentivar as inovações tecnológicas na indústria brasileira.
A Recente Estabilização Econômica
Por volta do ano de 2005, houve uma estabilização da economia brasileira. As reformas implantadas pelo novo modelo econômico promoveram o controle da inflação e dos gastos públicos, ampliaram os investimentos externos no país e iniciaram um novo ciclo de modernização econômica. No entanto, os avanços da economia ainda não se refletiram em melhorias significativas na qualidade de vida da maioria dos brasileiros. A globalização ainda é um fenômeno para uma reduzida parcela da população.
O Brasil apresenta uma das mais desiguais distribuições de renda do mundo. Os 20% mais ricos detêm 61,1% da renda nacional, os 60% intermediários ficam com 36,1% e aos 20% mais pobres restam 2,8% da renda nacional.
Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 8º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .
Geografia Newton Almeida
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