quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Brasil : Globalização




Geografia Newton Almeida

        O Brasil no Mundo Globalizado

    A Globalização da Economia Brasileira

       Ao longo de sua história, o Brasil passou por vários modelos econômicos até alcançar, por volta de 2005, certa estabilidade na economia, que constituiu o primeiro passo para que o país começasse a se adaptar ao mundo globalizado. O processo, porém, se mostra lento, e a globalização ainda é  um fenômeno para reduzida parcela da população.

                    A Economia Cafeeira e o Investimento na Indústria

       Até 1930, a economia brasileira era essencialmente agrícola e profundamente dependente das exportações de café. Uma grave crise mundial no final  da década  de 1920 provocou um colapso na economia nacional.
     Fazendeiros, comerciantes e banqueiros que haviam acumulado muito dinheiro com o  café  passaram a investir na indústria, como uma nova e promissora fonte de renda. O governo  brasileiro contribuiu com o desenvolvimento da nova atividade facilitando a importação de máquinas e equipamentos.

                          A Substituição  das  Importações  

     Após a Segunda Guerra Mundial, o Estado brasileiro passou  a participar mais ativamente do processo de industrialização por meio da adoção do modelo conhecido como substituição de importações. O  objetivo  era começar a produzir internamente o que vinha  de fora, substituindo as importações por produtos nacionais.
     De forma geral, o Estado implantou as indústrias de bens de produção, as empresas estatais ; o capital estrangeiro ficou responsável pelas indústrias de  bens de consumo duráveis, como, por exemplo,  automóveis e geladeiras; e o capital nacional cuidou das indústrias de bens de consumo não duráveis, como  bebidas e alimentos.
    O modelo de industrialização por substituição de  importações ficou em vigência até o início da década de 1980. Os investimentos realizados pelo governo brasileiro nas décadas  anteriores foram efetuados  à custa de  um grande endividamento externo, cujas taxas de juros inviabilizaram os investimentos estatais. Uma parcela significativa da arrecadação de impostos dirigia-se diretamente aos bancos estrangeiros, para efetuar o pagamento  dos  juros  da dívida. 
   
                       A Crise Econômica da Década de 1980

     A década de 1980 ficou conhecida como a “ década perdida “, pois a recessão foi acompanhada por elevadas taxas de inflação e pelo sucateamento ou envelhecimento das máquinas e equipamentos das indústrias. Além disso, houve o abandono de investimentos em infraestrutura: estradas ficaram em péssimas condições, portos e aeroportos tornaram-se obsoletos, e os setores de energia e telecomunicações não se atualizaram.
     Com a crise, muitas empresas não conseguiram competir com os produtos importados, o que as levou à falência e contribuiu para o aumento do desemprego no país.

                Os Anos  1990 e o Modelo Neoliberal   

      A partir da década de 1990, com a intensificação dos fluxos de capitais estrangeiros, resultado do processo de globalização, ocorreu uma nova mudança no modelo econômico brasileiro.
      Para atrair investimentos, o governo promoveu a abertura da economia ao capital estrangeiro e colocou à venda várias empresas estatais, num processo conhecido como privatização.
      O governo brasileiro deixou então de ser proprietário para tornar-se fiscalizador das empresas privadas. Várias agências de fiscalização foram criadas para estabelecer regras de funcionamento e de controle sobre a qualidade dos serviços prestados pelas empresas.
      Essa processo de privatizações – ocorrido principalmente na década de 1990 como parte do modelo econômico neoliberal e globalizado – foi acompanhado por manifestações públicas contrárias à venda das estatais. Muitos defendiam a idéia de que o governo estava entregando à iniciativa privada, a preços muito baixos, empresas consideradas patrimônio do povo brasileiro, como foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1997 .
     A abertura da economia foi marcada por uma grande redução das taxas de importação, principalmente de bens de consumo. O aumento das importações tinha como objetivo ampliar a concorrência e incentivar as inovações tecnológicas na indústria brasileira.

                   A Recente Estabilização Econômica

     Por volta do ano de 2005, houve uma estabilização da economia brasileira. As reformas implantadas pelo novo modelo econômico promoveram o controle da inflação e dos gastos públicos, ampliaram os investimentos externos no país e iniciaram um novo ciclo de modernização econômica. No entanto, os avanços da economia ainda não se refletiram em melhorias significativas na qualidade de vida da maioria dos brasileiros. A globalização ainda é um fenômeno para uma reduzida parcela da população.
      O Brasil apresenta uma das mais  desiguais distribuições de renda do mundo. Os 20% mais ricos detêm 61,1% da renda nacional, os 60% intermediários ficam com 36,1% e aos 20% mais pobres restam 2,8% da renda nacional.    
                                                                                  

Fonte :  DANELLI, Sonia Cunha  de Souza. Projeto Araribá Geografia 8º ano. Editora Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 . 



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